terça-feira, 30 de abril de 2019

A História de John Newton e Amazing Grace

Quem foi John Newton? Quem compôs o hino cristão Amazing Grace?

Por volta de 1750, John Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Os navios faziam o primeiro pé de sua viagem da Inglaterra quase vazios até que aportassem na costa africana. Lá os chefes tribais entregavam aos Europeus as "cargas" compostas de homens e mulheres, capturados nas invasões e nas guerras entre tribos. Os compradores selecionavam os espécimes mais finos, e comprava-os em troca de armas, munições, licor, e tecidos.

Os cativos seriam trazidos então a bordo e preparados para o "transporte". Eram acorrentados nas plataformas para impedir suicídios. Colocados lado a lado para conservar o espaço, em fileira após fileira, uma após outra, até que a embarcação estivesse "carregada", normalmente até 600 "unidades" de carga humana. Os escravos eram "carregados" nos navios para a viagem através do Atlântico.

Os capitães procuraram fazer uma viagem rápida esperando preservar ao máximo a sua carga, contudo a taxa de mortalidade era alta, normalmente 20% ou mais. Quando um surto de disenteria ou qualquer outra doença ocorria, os doentes eram atirados ao mar. Uma vez chegados ao Novo Mundo, os negros eram negociados por açúcar e melaço que os navios carregavam para Inglaterra no pé final de seu "comércio triangular."

John Newton transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América no século XVIII. Numa das suas viagens, o navio enfrentou uma enorme tempestade e afundou-se. Foi nesta tempestade que Newton ofereceu sua vida a Cristo, pensando que ia morrer. Após ter sobrevivido, ele converteu-se verdadeiramente ao Senhor Jesus e começou a estudar para ser um Pastor. Nos últimos 43 anos de sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres.

Em 1782, Newton disse: "Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: Eu sou um grande pecador, Cristo é o meu grande salvador." No túmulo de Newton lê-se: "John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir".

O seu mais famoso testemunho continua vivo, no mais famoso das centenas de hinos que escreveu:



Sublime graça

1. Sublime graça que alcançou
Um pobre como eu,
Que a mim, perdido e cego achou,
Salvou e a vista deu!

2. De vãos temores e aflição
A graça me livrou
E doce alívio ao coração
Em Cristo me outorgou.

3. Se lutas vêm, perigos há,
Se é longo o caminhar,
A graça a mim conduzirá
Seguro ao santo lar.

4. A Deus, então, adorarei
Ali, no céu de luz,
E para sempre cantarei
Da graça de Jesus.

Existe um filme Amazing Grace que conta a história de William Wilberforce, um político britânico que conheceu John Newton. Wilberforce liderou um grupo abolicionista na Inglaterra e lutou décadas no parlamento britânico até o Ato de abolição de escravidão.
CLIQUE AQUI para ver o trailer do filme Amazing Grace.
“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14.15)

segunda-feira, 29 de abril de 2019

O Que a Bíblia Diz Sobre Honestidade?

Você se considera uma pessoa honesta? A honestidade é um valor para você? A honestidade é uma virtude, embora haja quem diga que a honestidade é para poucos.

Uma frase, atribuída a Rui Barbosa, diz o seguinte:

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto"

Como os cristãos encaram essa questão da honestidade? Como será que a Bíblia se ocupa sobre esse tema? O que as Escrituras falam sobre honestidade?

Já desde os tempos mais antigos a questão da honestidade é vista como uma virtude a ser valorizada e buscada. É uma questão presente já nos Mandamentos que Deus entrega a Moisés no Monte Sinai: “Não adulterarás. Não furtarás. Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20. 14-16). Embora a palavra honestidade não apareça tantas vezes na Bíblia, o princípio está presente por toda ela.

O valor da justiça e da verdade permeia as Sagradas Escrituras de capa a capa. É conhecido o texto que relata o conselho de Jetro ao seu genro Moisés. O trabalho se multiplicava e Moisés não estava mais dando conta de julgar todas as questões. Ao observar como Moisés ocupava todo o seu dia escutando as necessidades e problemas do povo, Jetro oferece a seguinte orientação: “escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez” (Êxodo 18. 21). Um conselho com princípios que certamente são levados em consideração ainda hoje.

Quem não deseja trabalhar com pessoas íntegras e honestas? Afinal, “feliz é o homem que com honestidade conduz os seus negócios” (Salmo 112.5). Há, porém, quem argumente que a ocasião faz o ladrão. Outros dizem que a falta de oportunidades acaba gerando a corrupção e todo tipo de ilicitudes. A desigualdade social geraria a criminalidade e todo tipo de desonestidades. Mas, será mesmo que a honestidade depende do quanto de dinheiro uma pessoa possui? Será que nós, seres humanos, seríamos assim tão condicionados? Acho que a resposta é óbvia! Vejamos as palavras de Jesus: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito. Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?” (Lucas 16. 10-11).

Logo, a pobreza material não justifica sozinha a desonestidade de alguém. Toda criminalidade e corrupção resultam de um processo de injustiça mais complexo em que a má distribuição de renda é apenas um item a colaborar. E, mesmo assim, ainda existem aqueles que encontram força moral para agir diferente, apesar das dificuldades.

Também ou, principalmente, entre as lideranças das igrejas deveria-se zelar pela honestidade. Na sua carta, Tito enumera vários atributos de um líder cristão. Entre outras coisas ele diz que “por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto” (Tito 1. 7).

A recomendação que deixamos a todos e, principalmente a muitos líderes religiosos, é que leiam mais a Bíblia. Deixemo-nos todos ser confrontados pela verdade libertadora dos Evangelhos!

Como já teria dito Cícero, lá na antiguidade:
"Este é o primeiro preceito da amizade: pedir aos amigos só aquilo que é honesto, e fazer por eles apenas aquilo que é honesto".