quarta-feira, 22 de novembro de 2023

DIETRICH BONHOEFFER E O CASAMENTO: um 'sim' para o mundo de Deus

Embora ainda não fosse algo público, quando Dietrich Bonhoeffer foi preso ele estava noivo de uma garota de dezoito anos chamada Maria von Wedemeyer. Apesar dos sonhos de casamento entre os dois, a união nunca chegou a se concretizar. O namoro se resumiu a cartas trocadas entre eles e a dezessete visitas que Maria pode fazer à prisão. Numa dessas cartas Bonhoeffer expressou sua ideia a respeito do casamento como um 'sim' para o mundo de Deus. 
Essa ideia sobre o matrimônio não se resumia ao seu futuro casamento em particular, mas, para o casamento como ato de fé e esperança. Bonhoeffer expressou algo nesse sentido para dois amigos quando estes compartilharam seus próprios planos de casamento. Numa carta à Maria, Bonhoeffer diz:

"Nosso casamento deve ser um ‘sim’ ao mundo de Deus. Tem de fortalecer nossa resolução de realizar e concluir algo na terra. Temo que aquele que se aventura a manter-se no mundo sob uma única perna permanecerá numa única perna também no paraíso". 

Na mesma época em que estava preso, uma sobrinha de Bonhoeffer estava de casamento marcado com Eberhard Bethge, seu melhor amigo e biógrafo. Bonhoeffer chegou a trabalhar num sermão que pretendia usar nesse casamento:

"Ao acrescentar o 'sim' dele ao 'sim' de vocês, ao confirmar a vontade dele com a sua vontade, e ao permitir e aprovar o seu triunfo e regozijo e orgulho, Deus os transforma ao mesmo tempo em instrumentos da vontade e do propósito dele tanto para vocês mesmos quanto para os outros. Em sua condescendência insondável, Deus acrescenta o 'sim' dele; mas, ao fazê-lo, ele cria, do amor de vocês, algo novo — o bem sagrado do matrimônio". 

Dietrich Bonhoeffer revelou que mantinha uma ideia bastante elevada a respeito do casamento. Para ele o matrimônio era “mais do que o amor mútuo”, trata-se de algo que “possui força e dignidades superiores, pois é ordenança sagrada de Deus, por meio da qual ele quer perpetuar a raça humana até o fim dos tempos”. 

Uma frase memorável resultou dessa reflexão tão profunda de Bonhoeffer a respeito do casamento:

"Não é o amor de vocês que sustenta o casamento, mas de agora em diante é o casamento que sustenta o amor de vocês”. 

O amor de Bonhoeffer por Maria e sua fé em Deus o sustentaram naqueles meses que antecederam sua fatídica condenação. As cartas entre Dietrich e Maria revelam uma faceta pouco conhecida da história do mártir alemão.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Por Que Agora Sou Cristã

O ateísmo não pode nos preparar para a guerra civilizacional

Ayaan Hirsi Ali
Ayaan Hirsi Ali

Em 2002, descobri uma palestra de Bertrand Russell no ano de 1927 intitulada 'Por Que Não Sou Cristão'. Não passou pela minha cabeça, enquanto lia o texto, que um dia, quase um século depois de ele tê-lo apresentado à filial sul da National Secular Society, eu seria compelida a escrever um ensaio com um título precisamente oposto.

No ano anterior, eu havia condenado publicamente os ataques terroristas dos 19 homens que haviam sequestrado aviões de passageiros e os colidiram contra as torres gêmeas em Nova York. Eles haviam feito isso em nome da minha religião, o Islã. Eu era muçulmana na época, embora não praticante. Se eu realmente condenava as ações deles, onde isso me deixava? O princípio subjacente que justificava os ataques era religioso, afinal: a ideia de Jihad ou Guerra Santa contra os infiéis. Era possível para mim, como para muitos membros da comunidade muçulmana, simplesmente me distanciar da ação e de seus resultados horríveis?

Na época, havia muitos líderes proeminentes no Ocidente — políticos, acadêmicos, jornalistas e outros especialistas — que insistiam que os terroristas eram motivados por razões diferentes das que eles e seu líder Osama Bin Laden haviam articulado tão claramente. Assim, o Islã tinha um álibi.

Essa desculpa não era apenas condescendente para com os muçulmanos. Também deu a muitos ocidentais a oportunidade de se refugiar na negação. Culpar os erros da política externa dos EUA era mais fácil do que contemplar a possibilidade de estarmos enfrentando uma guerra religiosa. Vimos uma tendência semelhante nas últimas cinco semanas, à medida que milhões de pessoas simpáticas à situação dos palestinos da Faixa de Gaza buscam racionalizar os ataques terroristas de 7 de outubro como uma resposta justificada às políticas do governo israelense.

Quando li a palestra de Russell em 2022, encontrei meu desconforto cognitivo diminuindo. Foi um alívio adotar uma atitude cética em relação à doutrina religiosa, descartar minha fé em Deus e declarar que tal entidade não existia. Melhor ainda, eu poderia rejeitar a existência do inferno e o perigo do castigo eterno.

A afirmação de Russell de que a religião se baseia principalmente no medo ecoou em mim. Eu havia vivido por muito tempo com o terror de todas as punições horrendas que me aguardavam. Embora eu tivesse abandonado todas os motivos racionais para acreditar em Deus, aquele medo irracional do fogo do inferno ainda persistia. A conclusão de Russell, portanto, veio como um alívio: 'Quando morrer, vou apodrecer'.

Para entender por que me tornei ateia há 20 anos, você primeiro precisa entender o tipo de muçulmana que eu era. Eu era um adolescente quando a Irmandade Muçulmana penetrou na minha comunidade em Nairóbi, Quênia, em 1985. Acredito que eu nem havia entendido a prática religiosa antes da chegada da Irmandade. Eu suportava os rituais de abluções, orações e jejuns como tediosos e sem sentido.

Os pregadores da Irmandade Muçulmana mudaram isso. Eles articularam uma direção: o caminho reto. Um propósito: trabalhar para ser admitida no paraíso de Alá após a morte. Um método: o manual de instruções do Profeta do que fazer e do que não fazer — o halal e o haram. Como um suplemento detalhado do Alcorão, os hadiths explicavam como colocar em prática a diferença entre certo e errado, bem e mal, Deus e o diabo.

Os pregadores da Irmandade Muçulmana não deixaram nada para a imaginação. Eles nos deram uma escolha. Esforce-se para viver de acordo com o manual do Profeta e colha as gloriosas recompensas no além. Nesta terra, enquanto isso, a maior conquista possível era morrer como mártir pela causa de Alá.

A alternativa, de se entregar aos prazeres do mundo, significava atrair a ira de Alá e ser condenada a uma vida eterna no fogo do inferno. Alguns dos "prazeres mundanos" que eles condenavam incluíam ler romances, ouvir música, dançar e ir ao cinema - coisas as quais eu tinha vergonha de admitir que adorava.

A qualidade mais marcante da Irmandade Muçulmana foi a capacidade de transformar a mim e aos meus colegas adolescentes de crentes passivos em ativistas, quase da noite para o dia. Não apenas falávamos ou rezávamos por coisas: fazíamos coisas. Como meninas, vestíamos a burca e renunciávamos à moda e maquiagem ocidental. Os meninos cultivavam a barba o mais comprida possível. Usavam a tawb branca, semelhante a um vestido, usada em países árabes, ou tinham as calças encurtadas acima dos ossos do tornozelo. Atuávamos em grupos e voluntariávamos nossos serviços para a caridade aos pobres, aos idosos, aos deficientes e aos fracos. Instigávamos os muçulmanos a rezar e exigíamos que os não muçulmanos se convertessem ao Islã.

Durante as sessões de estudo islâmico, compartilhávamos com o pregador responsável pelas sessões as nossas preocupações. Por exemplo, o que deveríamos fazer em relação aos amigos que amávamos e éramos leais, mas que se recusavam a aceitar nossa dawa (convite à fé)? Em resposta, éramos lembrados repetidamente sobre a clareza das instruções do Profeta. Foi-nos dito de forma inequívoca que não poderíamos ser leais a Alá e Maomé e, ao mesmo tempo, manter amizades e lealdade para com os incrédulos. Se eles rejeitassem explicitamente nosso convite para o Islã, deveríamos odiá-los e amaldiçoá-los.

Aqui, um ódio especial era reservado para um subconjunto de incrédulos: o judeu. Amaldiçoávamos os judeus várias vezes ao dia e expressávamos horror, repugnância e raiva pela lista de supostas ofensas que eles haviam cometido. O judeu havia traído nosso Profeta. Eles ocuparam a Mesquita Sagrada em Jerusalém. Continuavam a espalhar a corrupção do coração, da mente e da alma.

Você pode ver por que, para alguém que passou por uma educação religiosa tão intensa, o ateísmo parecia tão atraente. Bertrand Russell oferecia uma fuga simples e sem custos de uma vida insuportável de autonegação e assédio aos outros. Para ele, não havia um motivo crível para a existência de Deus. A religião, argumentava Russell, estava enraizada no medo: "O medo é a base de tudo — medo do misterioso, medo da derrota, medo da morte."

Como ateia, pensei que perderia esse medo. Também encontrei um círculo totalmente novo de amigos, tão diferentes dos pregadores da Irmandade Muçulmana quanto se pode imaginar. Quanto mais tempo eu passava com eles — pessoas como Christopher Hitchens e Richard Dawkins —, mais confiança eu sentia de que havia feito a escolha certa. Os ateus eram inteligentes. Eles também eram muito divertidos.

Então, o que mudou? Por que agora me chamo de cristã?

Parte da resposta é global. A civilização ocidental está sob ameaça de três forças diferentes, mas relacionadas: a ressurgência do autoritarismo e expansão de grandes potências nas formas do Partido Comunista Chinês e da Rússia de Vladimir Putin; a ascenção do islamismo global, que ameaça mobilizar uma vasta população contra o Ocidente; e a disseminação viral da ideologia "woke", que está corroendo a fibra moral da próxima geração.

Procuramos repelir essas ameaças com ferramentas modernas e seculares: esforços militares, econômicos, diplomáticos e tecnológicos para derrotar, subornar, persuadir, apaziguar ou vigiar. No entanto, a cada rodada de conflito, nos vemos perdendo terreno. Estamos ou ficando sem dinheiro, com nossa dívida nacional na casa dos trilhões de dólares, ou perdendo nossa liderança na corrida tecnológica com a China.

Mas não podemos enfrentar essas forças formidáveis a menos que possamos responder à pergunta: o que é que nos une? A resposta de que "Deus está morto!" parece insuficiente. Da mesma forma, a tentativa de encontrar consolo na "ordem internacional liberal baseada na lei" também parece inadequada. A única resposta possível, acredito, reside em nosso desejo de manter o legado da tradição judaico-cristã.

Esse legado consiste em um conjunto elaborado de ideias e instituições projetadas para proteger a vida humana, a liberdade e a dignidade, desde o estado-nação e o estado de direito até as instituições da ciência, saúde e aprendizado. Como Tom Holland mostrou em seu maravilhoso livro Dominion, todas as liberdades aparentemente seculares — do mercado, da consciência e da imprensa — encontram suas raízes no cristianismo.

E assim, percebo que Russell e meus amigos ateus falharam em enxergar as árvores em vez da floresta. A floresta é a civilização construída sobre a tradição judaico-cristã; é a história do Ocidente, com suas imperfeições. A crítica de Russell às contradições na doutrina cristã é séria, mas também é muito estreita em escopo.

Por exemplo, ele proferiu sua palestra em uma sala cheia de cristãos (ex-cristãos ou pelo menos em dúvida) em um país cristão. Pense em como isso era único há quase um século e ainda é raro em civilizações não ocidentais. Poderia um filósofo muçulmano ficar diante de qualquer plateia em um país muçulmano — naquela época ou agora — e proferir uma palestra com o título "Por que não sou muçulmano"? Na verdade, um livro com esse título existe, escrito por um ex-muçulmano. Mas o autor o publicou nos Estados Unidos sob o pseudônimo Ibn Warraq. Seria perigoso fazer de outra forma.

Para mim, essa liberdade de consciência e expressão é talvez o maior benefício da civilização ocidental. Não é algo natural para o ser humano. É o produto de séculos de debate dentro das comunidades judaicas e cristãs. Foram esses debates que impulsionaram a ciência e a razão, diminuíram a crueldade, suprimiram superstições e construíram instituições para ordenar e proteger a vida, garantindo liberdade para o maior número possível de pessoas. Ao contrário do Islã, o cristianismo superou sua fase dogmática. Tornou-se cada vez mais claro que o ensinamento de Cristo implicava não apenas um papel circunscrito para a religião como algo separado da política, mas também implicava compaixão pelo pecador e humildade para o crente.

No entanto, eu não seria sincera se atribuísse minha adesão ao cristianismo apenas à percepção de que o ateísmo é uma doutrina muito fraca e desunida para nos fortalecer contra nossos inimigos ameaçadores. Também me voltei para o cristianismo porque, em última análise, descobri que a vida sem qualquer consolo espiritual é insuportável — quase autodestrutiva. O ateísmo falhou em responder a uma pergunta simples: qual é o significado e propósito da vida?

Russell e outros ateus ativistas acreditavam que, com a rejeição a Deus, entraríamos em uma era de razão e humanismo inteligente. Mas o ‘buraco de Deus’ – o vazio deixado pelo recuo da Igreja – foi preenchido por uma confusão de dogmas irracionais e quase religiosos. O resultado é um mundo onde os cultos modernos atacam as massas deslocadas, oferecendo-lhes razões espúrias para ser e agir, principalmente através do envolvimento em teatro de sinalização de virtude, em nome de uma minoria vitimizada ou do nosso planeta supostamente condenado. A frase frequentemente atribuída a G.K. Chesterton se transformou em uma profecia: "Quando os homens escolhem não acreditar em Deus, eles não acreditam em nada, tornam-se então capazes de acreditar em qualquer coisa."

Nesse vácuo niilista, o desafio que temos pela frente é civilizacional. Não poderemos resistir à China, à Rússia e ao Irã se não conseguirmos explicar às nossas populações por que é importante que o façamos. Não podemos lutar contra a ideologia woke se não pudermos defender a civilização que ela está determinada a destruir. E não podemos combater o Islamismo com ferramentas puramente seculares. Para conquistar os corações e mentes dos muçulmanos aqui no Ocidente, temos de lhes oferecer algo mais do que vídeos no TikTok.

A lição que aprendi nos anos com a Irmandade Muçulmana foi o poder de uma narrativa unificadora, incorporada nos textos fundamentais do Islã, para atrair, envolver e mobilizar as massas muçulmanas. A menos que ofereçamos algo tão significativo, receio que a erosão de nossa civilização continue. E, felizmente, não há necessidade de procurar alguma mistura de medicação e atenção plena da nova era. O Cristianismo tem tudo.

É por isso que já não me considero uma apóstata muçulmana, mas uma ateia decaída. Claro, ainda tenho muito a aprender sobre o cristianismo. Descubro um pouco mais na igreja a cada domingo. Descubro um pouco mais na igreja todos os domingos. Mas reconheci, na minha longa jornada através de um deserto de medo e de dúvidas, que existe uma maneira melhor de gerir os desafios da existência do que o Islã ou a descrença tinham para oferecer.


* Texto traduzido da publicação "Why I am now a Christian" de Ayaan Hirsi Ali, publicado originalmente no dia 11 de novembro de 2023. A autora é colunista da UnHerd. Acesse o texto original em inglês AQUI

Ayaan Hirsi Ali é pesquisadora no Hoover Institution da Universidade Stanford, fundadora da AHA Foundation e apresentadora do The Ayaan Hirsi Ali Podcast. Seu novo livro é "Prey: Immigration, Islam, and the Erosion of Women’s Rights" (Presa: Imigração, Islã e Erosão dos Direitos das Mulheres).

Ayaan Hirsi Ali é autora de livros com críticas contundentes ao Islamismo – como “A virgem na jaula: uma apelo à razão”, “Infiel: a história da mulher que desafiou o Islã” e “Herege: por que o Islã precisa de uma reforma imediata”.

Nascida e criada nos costumes tribais da Somália, ela sofreu mutilação sexual e espancamentos brutais na infância, foi muçulmana devota doutrinada pela Irmandade Muçulmana, até que, fugindo de um casamento forçado, deparou-se com a liberdade no Ocidente.

Dali em diante, renegou sua religião, virou ateia, lutou pelos direitos das mulheres muçulmanas, tornou-se deputada na Holanda, passou a morar nos Estados Unidos e a lecionar em Harvard, foi indicada pela revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do mundo e está jurada de morte pelo fundamentalismo islâmico.


domingo, 29 de outubro de 2023

Uma Travessura às Vésperas do Halloween

Uma frase que lembro ter lido na traseira da carroceria de um caminhão quando eu era adolescente nunca mais esqueci: "falem bem ou falem mal, mas falem de mim". Somente mais tarde viria a conhecer a expressão "frase de para-choque de caminhão". E, só mais tarde ainda, entenderia que a lógica do 'curtir', 'comentar' e 'compartilhar' das redes sociais não se importa com o 'falem bem'. Não importa o que você diga e não importa se sua posição é contra ou a favor. O que vale é que o algoritmo conta a interação. Interagiu, seja para elogiar ou para criticar, seja com like ou deslike, você está favorecendo a popularidade do post. Isso explica muita coisa. Mas, deixemos esse papo de marketing do mundo das mídias sociais de lado por enquanto. 

O principal está claro: "falem bem ou falem mal, mas falem de mim". Traduzindo para as 'redes': "elogiem ou critiquem, ataquem ou defendam, mas, interajam comigo". E, assim, muitos acabam não se dando conta que seus esforços nas redes podem estar a serviço daquilo que acham estar combatendo. 

Melhor é estar a serviço do Espírito divino do que do inimigo cuja missão é matar, roubar e destruir. Melhor é estar com a Verdade do que com o pai da mentira. Se podemos estar, mesmo que involuntariamente, à serviço de forças superiores, a qual força servimos? 

Em sua biografia de Martim Lutero, Lyndal Roper destaca algo interessante ao relatar como o reformador encarou a viralização de suas famosas 95 teses: "Como Lutero teve coragem de lançar tamanho ataque ao papado e aos valores fundamentais da Igreja? Mais tarde, ele disse que, naquela época, estava como um 'cavalo vendado', obrigado a usar antolhos para se manter na linha reta. E rezava: 'Se Deus quer começar com essa brincadeira me usando, ele devia se virar sozinho, sem meter a mim (isto é, minha erudição) no meio disso'. Descreveu um estado mental em que não tinha pleno controle de suas ações e transferia a responsabilidade a um poder mais alto. Mais tarde, usou várias vezes a palavra 'Spil', jogo ou brincadeira, termo que em alemão pode ter conotações de frivolidade, para descrever as circunstâncias que envolviam a publicação das teses — como se Deus o estivesse usando para fazer alguma travessura e ele não respondesse plenamente pelo que fazia. Um jogo é também uma atividade cujo resultado não se conhece" (ROPER, Lyndal. Martinho Lutero: renegado e profeta. Rio de Janeiro: Objetiva, 2020). 

Sem doces, a travessura do monge naquela véspera do dia de todos os santos (A palavra Halloween é uma abreviação para a frase “All Hallows' Eve” ou “All Hallows' Evening” que – em inglês – significa a véspera de todos os santos) acabaria gerando consequências que mudaram a história. 

Cabe refletirmos sobre o que temos ajudado a propagar, seja voluntaria ou involuntariamente. A serviço de qual 'espírito' nos deixamos usar? Algumas 'travessuras' podem ser necessárias.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

As verdadeiras Transformações Dependem de Indivíduos Transformados: Lutero e a Reforma

Um homem, uma palavra e um dia na história. O dia 31 de outubro do ano de 1517 ficou marcado como o dia da Reforma. Nesse dia, um monge irrequieto afixou noventa e cinco teses na porta da Catedral do castelo de Wittenberg, desencadeando um debate sobre práticas da igreja. Martim Lutero, o reformador do século 16, é uma figura que ecoa na história para aqueles que se interessam por história, igreja, teologia e cultura ocidental. 


A luta de Lutero com a igreja começou com inquietações profundas em sua alma. Sua batalha envolveu não apenas adversidades externas, mas principalmente seus próprios medos, dúvidas e pecados. Lutero questionava a salvação pessoal e a justificação diante de um Deus santo. Como poderia um Deus santo aceitar um ser humano pecador? 

A vida de Lutero revela que essa luta não é exclusiva dele, mas compartilhada por todos nós, pecadores que resistem à graça de Deus. Somos confrontados pela presença amorosa e redentora de Deus, mas muitas vezes confiamos em nossos próprios méritos, o que nos deixa dependurados em nossas fraquezas. 

Lutero também aprendeu que grandes instituições podem se corromper devido à fraqueza humana. Quanto maior uma instituição, maior seu poder e influência, tornando-se um terreno fértil para a corrupção. O poder e o dinheiro despertam cobiça, e a ambição por títulos e status atrai oportunistas. Lutero corajosamente desafiou essa corrupção e buscou respostas para suas perguntas mais profundas.

Nascido em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha, Lutero cresceu em uma família de classe média e mostrou interesse precoce pela educação e pelo estudo da lei. Ele ingressou na Universidade de Erfurt para estudar filosofia e direito, seguindo a tradição escolástica da época. 

Durante seus estudos filosóficos, Lutero foi profundamente influenciado pela filosofia escolástica, que buscava harmonizar razão e fé. No entanto, sua experiência pessoal e estudo das Escrituras o levaram a questionar as doutrinas e práticas da Igreja Católica Romana. Sua publicação das "95 Teses" desencadeou a Reforma Protestante, questionando a autoridade papal e enfatizando Jesus, as Escrituras, a fé e a graça de Deus. 

Lutero desenvolveu uma teologia reformada, destacando a justificação pela fé, defendendo que a salvação não depende de obras, mas da fé em Jesus Cristo como Salvador. 

Sua nova perspectiva representou uma ameaça e uma libertação. Rompeu com a autoridade de Roma e afirmou a autoridade de Cristo nas Escrituras, dando acesso a elas para todas as pessoas. Apresentou o Deus da graça, aceitação e perdão incondicional. 

A história de Martim Lutero nos inspira a enfrentar dúvidas, estudar as Escrituras com diligência e buscar uma fé autêntica. Podemos desafiar estruturas estabelecidas em busca da verdade e do crescimento espiritual. Que sua coragem e legado nos encorajem a enfrentar nossas próprias batalhas, confiando no poder transformador do evangelho. 

Que assim como no século dezesseis, vidas transformadas pelo Evangelho continuem a impactar o mundo a partir de verdadeiros discípulos, sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-14).

sábado, 7 de outubro de 2023

Reforma Protestante: ideias devem ser compartilhadas

No século XVI, a internet ainda não existia, muito menos sites e blogs. Na verdade, Johannes Gutenberg tinha acabado de inventar a imprensa de tipos móveis no século anterior. A partir daí, a publicação de livros em maior escala e a preços mais acessíveis mudou para sempre a estrutura da sociedade. Com a queda de até 400 vezes no preço dos livros, a vida intelectual deixou de ser monopolizada pela igreja e pela corte. A alfabetização tornou-se uma necessidade na vida urbana. Um grande número de escritores, músicos, políticos, religiosos, cientistas, médicos e exploradores pôde compartilhar seu conhecimento e inspiração.
Foi no século XVI que um monge se incomodou com vários erros na igreja e lutou por reformas. A igreja católica era a guardiã da cultura ocidental e, durante a Idade Média, acumulou riqueza e autoridade sem precedentes. Além do poder político, o papa detinha o maior poder - as chaves do paraíso e do inferno. Esse poder era mantido principalmente porque a igreja controlava a informação, especialmente a interpretação da Bíblia Sagrada. Desiludido com a rigidez e o controle da igreja, o monge Martinho Lutero começou a estudar profundamente as Escrituras e ousou questionar o sistema vigente. Seu profundo desejo de perdão levou Lutero a estudar a Bíblia, onde compreendeu que o justo viverá pela fé (Romanos 1. 17). Essa nova visão da graça levou Lutero a questionar especialmente a interpretação e o controle da igreja sobre as Escrituras. 

Uma das questões que mais incomodaram Lutero foi a venda de indulgências. Quem comprasse uma indulgência das mãos de John Tetzel adquiria a liberdade das consequências temporais e até eternas do pecado. Foi então que Martinho Lutero decidiu que era hora de um debate maior sobre essas questões. Ele escreveu suas 95 teses e, no dia 31 de outubro de 1517, afixou-as na porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha. Essa era a maneira de apresentar os temas e iniciar uma discussão. Não se sabe quem, mas alguém imediatamente obteve uma cópia e traduziu as teses do latim para o alemão, publicando-as e distribuindo-as por todo o país. Em um mês, as teses de Lutero já estavam circulando por toda a Europa. Começava ali uma revolução que mudaria a história. Em uma época em que as informações eram controladas e manipuladas por uma única instituição, uma porta e uma imprensa se tornaram instrumentos de reforma. A porta de Wittenberg foi a rede social de Lutero para publicar suas ideias. A partir desse ponto, ninguém mais podia controlar a disseminação do texto e os debates que surgiam. Até hoje, nenhum post gerou tantos comentários e compartilhamentos!

sábado, 23 de setembro de 2023

A Carta aos Gálatas: Liberdade em Cristo e a Justificação pela Fé

 Você já leu a Bíblia hoje?

Que tal uma leitura e reflexão numa das cartas do apóstolo Paulo?

O que encontraremos nessa breve carta?

Introdução

A Carta aos Gálatas, encontrada no Novo Testamento da Bíblia, é uma das epístolas mais importantes escritas pelo apóstolo Paulo. Neste artigo, exploraremos o contexto histórico e teológico dessa carta e sua relevância contínua para a compreensão do cristianismo.



Contexto Histórico

A carta foi escrita por volta de 49-50 d.C., após a primeira viagem missionária de Paulo e o Concílio de Jerusalém. Durante essa viagem, Paulo visitou as igrejas na região da Galácia, que abrange a moderna Turquia. No Concílio de Jerusalém, os líderes cristãos chegaram a um acordo sobre a relação entre a fé em Cristo e a observância da Lei Judaica para os gentios convertidos.

O Conflito Teológico

Paulo escreveu a carta aos Gálatas em resposta a ensinamentos errôneos que surgiram nas igrejas da Galácia. Alguns cristãos judaizantes estavam ensinando que os gentios precisavam se submeter à circuncisão e à Lei Mosaica para serem verdadeiros seguidores de Cristo. Isso levou a um conflito teológico crucial.

A Mensagem de Gálatas

A principal mensagem de Gálatas é a justificação pela fé em Jesus Cristo. Paulo enfatiza que a salvação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo. Ele argumenta que a fé é o caminho para a liberdade espiritual e que os crentes não estão mais sob o jugo da Lei.

Relevância Contínua

A carta aos Gálatas continua a ser relevante hoje. Ela nos lembra que nossa salvação é baseada na graça de Deus e na fé em Cristo, não em nossas obras. Também nos desafia a não nos tornarmos escravos de legalismos religiosos, mas a abraçar a liberdade que temos em Cristo.

Conclusão

A Carta aos Gálatas é uma das joias teológicas do Novo Testamento. Ela nos ensina sobre a importância da fé em Cristo e da liberdade espiritual. À medida que exploramos os ensinamentos de Paulo nesta carta, somos lembrados de que a nossa salvação é um presente gracioso de Deus, recebido pela fé, e que somos chamados a viver em liberdade, servindo a Deus e aos outros com amor.

Boa leitura!

sábado, 29 de julho de 2023

O Pastor e a Ansiedade: Enfrentando Desafios com Fé e Sabedoria

 A ansiedade é um problema crescente no mundo moderno, afetando milhões de pessoas. A vida agitada, as pressões sociais, o uso excessivo da tecnologia e os desafios pessoais são alguns dos fatores que contribuem para essa condição. A ansiedade pode manifestar-se de diferentes formas, prejudicando a saúde mental, emocional e física dos indivíduos. Buscar equilíbrio, apoio e técnicas de gerenciamento de estresse torna-se essencial para enfrentar esse desafio global e promover o bem-estar geral.



Na igreja e entre os cristãos a ansiedade também é uma realidade. Um grupo de pessoas específico que sofre de ansiedade na igreja é o pastor. A ansiedade enfrentada por pastores brasileiros em suas trajetórias de liderança é uma preocupação constante.

Montanha-russa Emocional do Ministério Pastoral

A vida pastoral é como uma montanha-russa emocional, repleta de altos e baixos. Pastores são verdadeiros guerreiros espirituais, conduzindo suas congregações com paixão e dedicação. No entanto, por trás de suas pregações inspiradoras, enfrentam uma batalha silenciosa: a ansiedade.

Os Desafios do Ministério Pastoral

Nossos pastores enfrentam desafios diários. Eles atuam como verdadeiros portos seguros em meio a tempestades, mas muitas vezes enfrentam questões difíceis e que potencializam a ansiedade:

Disponibilidade Constante: O papel do pastor exige disponibilidade 24 horas por dia para emergências, o que pode confundir a linha entre trabalho e vida pessoal.

Isolamento Percebido: Apesar de estarem cercados de pessoas, os pastores frequentemente se sentem sozinhos, incapazes de compartilhar suas lutas com medo de parecerem fracos.

Escrutínio Público: Como figuras públicas, pastores podem sentir pressão para sempre estarem "ligados" e manterem uma imagem específica.

Trabalho Emocional: Pastores frequentemente são os primeiros a serem procurados durante crises pessoais ou luto, mantendo a confidência sobre diversos problemas da congregação.

Pressão Financeira: Muitos pastores enfrentam instabilidade financeira, trabalhando com recursos limitados e, às vezes, recebendo compensação inadequada.

Negligência Pessoal: Pastores podem se envolver tanto em atender às necessidades da congregação que acabam negligenciando suas próprias necessidades físicas e mentais, assim como tempo com família e amigos.

Polarização Crescente: Assim como em outras áreas da sociedade, igrejas têm pessoas em extremos políticos, ideológicos e teológicos, o que pode tornar a navegação espiritual desafiadora e estressante.

Enfrentando a Ansiedade no Ministério:

Apesar dos desafios, existem maneiras práticas de combater a ansiedade no ministério:

  1. Evite Pensamentos Extremos: Em vez de buscar a perfeição, aceite que cometer erros é uma oportunidade de aprendizado. O otimismo é mais saudável do que o idealismo.
  2. Transforme o Estresse em Aliado: Identifique o que causa estresse e direcione sua energia emocional para exercícios produtivos. Concentre-se no que você pode controlar, em vez de se preocupar com o que não pode mudar.
  3. Aprenda a Rir dos Erros: Em momentos difíceis, aprenda a rir de si mesmo. Isso ajuda a aliviar a tensão e a enfrentar as situações com leveza.
  4. Diga "Não" Mais Vezes: Não tente fazer tudo para todos. Defina limites saudáveis e guie as expectativas da congregação de forma realista.

Lembre-se, todo pastor enfrenta estresse, mas é fundamental evitar que a pressão se acumule a ponto de causar ansiedade. Cuidar de si mesmo é essencial para o bem-estar do líder e de sua igreja.

Compartilhe este artigo e juntos, como líderes e cristãos engajados, podemos apoiar uns aos outros para superar os desafios da ansiedade no ministério.

sábado, 15 de julho de 2023

Por que Igrejas Menores Devem se Destacar em Hospitalidade

Descubra por que as igrejas menores têm uma vantagem na área de hospitalidade em comparação com as igrejas maiores e como podem usar essa oportunidade a seu favor.

Quando se trata de hospitalidade, as expectativas dos convidados variam dependendo do tamanho da igreja. Ao entrar em uma igreja extraordinariamente grande, é comum que as pessoas esperem anonimato. Afinal, um ambiente com milhares de metros quadrados e multidões pode parecer menos acolhedor do que uma igreja menor, onde cada indivíduo é mais notado.

Vamos fazer uma analogia. Quando visitamos um estádio de futebol lotado, como o Maracanã para assistir a um Fla x Flu, não esperamos que as pessoas façam um esforço especial para nos receber. Com milhares de pessoas ao redor, a eficiência é priorizada em relação à hospitalidade. Por outro lado, quando entramos em um pequeno restaurante familiar, as nossas expectativas mudam. Nesse contexto, a hospitalidade se torna a prioridade em vez da eficiência.

Claro, igrejas não são estádios nem restaurantes, mas o princípio sociológico se mantém. É desconfortável entrar em um ambiente com poucas pessoas e ser ignorado, enquanto em uma multidão maior, é mais comum passar despercebido.



A Diferença entre Simpatia e Hospitalidade

Muitas igrejas se consideram simpáticas, mas poucas realmente demonstram hospitalidade. O problema é que a simpatia geralmente é direcionada internamente, ou seja, os membros são gentis e amigáveis entre si, mas ignoram os visitantes. No entanto, é possível ser amável sem oferecer hospitalidade genuína. A hospitalidade vai além da simpatia e envolve generosidade e sacrifício em relação aos visitantes. No Novo Testamento, a palavra grega para hospitalidade significa amar aqueles que estão do lado de fora.

Em sua primeira carta, o apóstolo Pedro ressalta a importância da hospitalidade:

"O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e sóbrios na oração. Acima de tudo, amem-se sinceramente, pois o amor cobre uma multidão de pecados. Sejam também hospitaleiros, uns para com os outros, sem reclamar. Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas várias formas"

1 Pedro 4:7-10 (NVI)

Essas palavras de Pedro nos mostram que a hospitalidade é uma maneira de a igreja brilhar em meio ao caos do mundo. Além disso, independentemente dos dons espirituais, todo crente é chamado a praticar a hospitalidade. De fato, a hospitalidade amplifica e aprimora todos os outros dons espirituais. Infelizmente, esse ministério essencial muitas vezes é subestimado nas igrejas, mas cada membro deve se esforçar para exercê-lo!

Cinco Maneiras Simples de Fortalecer o Ministério de Hospitalidade

Como tornar a visita a uma igreja memorável para um convidado? Em grandes multidões, a experiência em si pode ser o aspecto memorável, mas em ambientes menores, o que as pessoas valorizam é a conexão pessoal. Embora as igrejas maiores recebam mais visitantes devido ao seu tamanho, elas nem sempre conseguem assimilá-los. Por outro lado, uma igreja de tamanho médio tem uma oportunidade melhor de estabelecer conexões pessoais com os convidados.

O problema é que muitas igrejas, tanto grandes quanto pequenas, não dão a devida importância ao ministério da hospitalidade para aproveitar essa oportunidade. Elas acreditam que serem amáveis entre si é o suficiente para que os visitantes se sintam acolhidos, mas na realidade, muitos convidados se sentem ignorados ou excluídos quando ninguém se esforça para oferecer uma hospitalidade genuína.

Como, então, uma igreja menor pode se destacar na hospitalidade? Veja cinco dicas práticas:

  1. Aloque mais recursos do orçamento: Seu orçamento deve refletir as prioridades do ministério. Não economize em hospitalidade! Reserve um valor para que o pastor possa convidar os visitantes e suas famílias para um almoço após o culto. Além disso, um simples cartão de agradecimento escrito à mão pode causar uma impressão duradoura.
  2. Não negligencie sua presença online: Monitore suas redes sociais e responda rapidamente às perguntas. Mantenha seu perfil do Google atualizado com informações corretas, como endereço, horários dos programas, telefone e horário de funcionamento. Em seu site, inclua fotos reais dos membros da congregação, evitando o uso de imagens de internet. E lembre-se de não usar uma foto vazia do templo como imagem principal!
  3. Capacite os voluntários para causarem uma boa primeira impressão: A atenção pessoal faz toda a diferença na hospitalidade. Cumprimentar alguém com um aperto de mão e um sorriso é um gesto amigável, mas a verdadeira hospitalidade envolve conversar, acompanhar a pessoa até o um lugar no templo, sentar-se ao lado dela e conhecê-la melhor, além de convidá-la para um momento de comunhão após o culto. Lembre-se: é importante que, após uma interação, você realmente conheça melhor a pessoa.
  4. Destaque os convidados no culto e faça um acompanhamento: Agradeça aos convidados do púlpito a cada semana (sem mencioná-los pelo nome). Peça a eles que forneçam suas informações de contato, usando cartões de conexão com QR Codes para facilitar o preenchimento digital. Certifique-se de ter canetas disponíveis nos assentos. Entre em contato com cada convidado pelo menos três vezes, seja por telefone ou e-mail. Aqueles que forneceram um endereço físico também devem receber um bilhete de agradecimento escrito à mão. Por fim, convide-os para participar de um grupo pequeno ou classe de escola dominical.
  5. Dê o exemplo: Igrejas hospitaleiras têm pastores hospitaleiros. O livro de Tito (Tt 1) é claro nesse aspecto. Se os pastores não praticam a hospitalidade, não estão aptos para liderar suas igrejas. Ter convidados em sua casa é tão importante quanto possuir uma doutrina sólida. A hospitalidade começa com o pastor!

Hospitalidade é a oportunidade que muitas igrejas menores estão deixando passar. Francamente, a boa hospitalidade é escassa em nossa cultura. No entanto, a igreja pode causar uma impressão memorável e ter um impacto maior investindo nesse ministério tão importante.

Fonte: Esse texto é uma adaptação do original publicado em  Church Answers Blog.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

O Sacerdócio na Bíblia: Mediadores Entre Deus e a Humanidade

Introdução

No contexto religioso, a figura do sacerdote desempenha um papel crucial como autoridade e ministro dos ritos sagrados. Ele é o responsável por administrar os rituais religiosos, especialmente os de sacrifício e expiação. No Antigo Testamento, o sacerdócio era restrito à tribo de Levi. A história do sacerdócio começa com Arão, passando por Eleazar e Finéias, como mencionado em Números 25.11ss. Eles serviam como mediadores entre Deus e os homens, seguindo rigorosos padrões de pureza e desempenhando diversas funções, desde oferecer sacrifícios até ensinar a lei de Deus ao povo.



O Papel do Sacerdote no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o sacerdote era fundamental para as relações do povo de Deus com o divino. Era a ele que o povo se dirigia para buscar orientação e respostas de Deus. Além disso, o sacerdote tinha a responsabilidade de lidar com os oráculos da sorte, conhecidos como Urim e Tumim, e também de garantir a adequação das oferendas e sacrifícios apresentados. Sua função primordial era a comunicação da Torá, a lei de Deus, aos membros da comunidade.

A Transformação do Sacerdócio no Novo Testamento

A figura do sacerdote sofre uma transformação significativa no Novo Testamento por meio de Jesus Cristo. Ele se torna o verdadeiro Sumo Sacerdote, oferecendo-se como sacrifício perfeito para expiar os pecados da humanidade e reconciliar a humanidade com Deus. Diferentemente dos sacerdotes anteriores, Jesus é tanto a vítima quanto o próprio sacerdote. Seu sacerdócio é eterno e superior a todos os outros sacerdotes, proporcionando acesso direto a Deus para todos os crentes.

A Superioridade do Sacerdócio de Cristo

A carta aos Hebreus apresenta a superioridade do sacerdócio de Cristo. Ele pertence à ordem de Melquisedeque, como mencionado nos Salmos 110.4 e Hebreus 5.6. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito que agradou a Deus, estabelecendo-se como o único mediador entre Deus e a humanidade. Seu sacrifício substituiu a necessidade de outros sacrifícios e mediações, proporcionando perdão e reconciliação com Deus.

A Doutrina do Sacerdócio de Todos os Cristãos

A Reforma Protestante trouxe uma importante compreensão do sacerdócio. Martim Lutero enfatizou que todos os cristãos são sacerdotes e têm o direito de interpretar as Escrituras sem a necessidade de intermediação. A doutrina do sacerdócio de todos os crentes permitiu a participação ativa das autoridades civis na Reforma, uma vez que os cristãos têm a responsabilidade de buscar a reforma da igreja.

Conclusão

A figura do sacerdote na Bíblia desempenha um papel crucial como mediador entre Deus e a humanidade. Desde os sacerdotes levitas do Antigo Testamento até Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote perfeito do Novo Testamento, a função do sacerdócio evoluiu para trazer reconciliação, expiação e acesso direto a Deus para todos os crentes. Como uma comunidade sacerdotal, todos os cristãos são chamados a representar Deus para o mundo, obedecendo à Sua vontade e compartilhando o evangelho da salvação.

Espero que este artigo tenha esclarecido o significado e a importância do sacerdócio na Bíblia. Se você tiver mais dúvidas ou quiser discutir outros assuntos relacionados, fique à vontade para comentar abaixo.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Quantos Canários Ainda Precisam Morrer?

Durante décadas, a partir do início dos anos 1900 na Grã-Bretanha, os mineiros de carvão levavam canários em uma gaiola quando desciam para as minas escuras. Os canários eram altamente sensíveis ao monóxido de carbono, muito mais do que os humanos. O gás monóxido de carbono é incolor e inodoro, e os humanos geralmente têm apenas sintomas leves no início. Os vapores letais podem tirar a vida de uma pessoa rapidamente, muitas vezes sem aviso prévio. 

Assim, os mineiros de carvão observavam os canários conforme avançavam mais profundamente nas minas. Se um canário repentinamente demonstrasse que sua vida estava se esvaindo, os mineiros sairiam rapidamente da mina. Eles haviam recebido um aviso antecipado que salvava suas vidas. 

O processo dos canários sacrificiais foi tão útil na Grã-Bretanha que alguns mineiros continuaram a usar os pássaros até 1986, quando a legislação britânica determinou que os mineiros tinham que substituir seus canários por detectores eletrônicos de monóxido de carbono mais eficazes. Os detectores eram muito mais eficientes e precisos.


Em muitas igrejas os canários estão sendo ignorados enquanto líderes e pastores seguem teimosamente para um fundo escuro e sem retorno.

Diminuição na frequência aos programas da igreja. Diminuição no número de membros. Cada vez menos ofertas e contribuição espontânea. Cada vez menos investimento em missões. Poucas pessoas se voluntariando para auxiliar nos trabalhos. Não surgem mais novas lideranças. As pessoas que ainda fazem parte da igreja demonstram insatisfação. 

Os 'canários' estão morrendo. 

sábado, 8 de julho de 2023

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu*

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu Por: N. T. Wright**

Uma das histórias centrais da Bíblia, muitas pessoas acreditam, é que existe um céu e uma terra e que as almas humanas foram exiladas do céu e estão cumprindo seu tempo aqui na terra até poderem retornar. De fato, para a maioria dos cristãos modernos, a ideia de "ir para o céu quando você morrer" não é apenas uma crença entre outras, mas aquela que parece dar sentido a tudo.

Mas as pessoas que acreditavam nesse tipo de "céu" quando o Novo Testamento foi escrito não eram os primeiros cristãos. Eram os "Platonistas Médios" - pessoas como Plutarco (um contemporâneo mais jovem de São Paulo, filósofo, biógrafo, ensaísta e sacerdote pagão em Delfos). Para entender o que os primeiros seguidores de Jesus acreditavam sobre o que acontece após a morte, precisamos ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - o mundo da esperança judaica, do imperialismo romano e do pensamento grego.

Os seguidores do movimento de Jesus que surgiram nesse ambiente complexo viam "céu" e "terra" - o espaço de Deus e o nosso, por assim dizer - como as duas metades da boa criação de Deus. Em vez de resgatar as pessoas desta última para alcançar a primeira, o Deus criador finalmente uniria o céu e a terra em um grande ato de nova criação, completando o propósito criativo original ao curar todo o cosmos de seus males antigos. Eles acreditavam que Deus então ressuscitaria seu povo dos mortos, para compartilhar - e, de fato, compartilhar a administração - desta criação resgatada e renovada. E eles acreditavam em tudo isso por causa de Jesus. Eles acreditavam que, com a ressurreição de Jesus, essa nova criação já havia sido lançada. Jesus incorporou em si mesmo a perfeita fusão do "céu" e da "terra". Em Jesus, portanto, a antiga esperança judaica se tornou realidade finalmente. O ponto não era para nós "ir para o céu", mas para a vida do céu chegar à terra. Jesus ensinou seus seguidores a orarem: "Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu." Desde o século III, alguns professores cristãos tentaram mesclar isso com tipos de crença platônica, gerando a ideia de "deixar a terra e ir para o céu", que se tornou comum na Idade Média. Mas os primeiros seguidores de Jesus nunca seguiram por esse caminho.

As escrituras de Israel há muito tempo prometiam que Deus voltaria pessoalmente para habitar com seu povo para sempre. Os primeiros cristãos compreenderam isso: "O Verbo se fez carne", declara João [1:14], "e habitou entre nós." A palavra "habitou" significa, literalmente, "armar sua tenda" - aludindo à "tenda" do deserto nos tempos de Moisés e ao Templo construído por Salomão. O estudo histórico do Novo Testamento, em seu próprio mundo (em oposição a espremê-lo e torcê-lo para se adequar às nossas próprias expectativas), mostra que os primeiros cristãos acreditavam não que "iriam para o céu quando morressem", mas que, em Jesus, Deus havia vindo habitar com eles.

Foi por meio dessa lente que eles enxergaram a esperança do mundo. O livro do Apocalipse termina, não com almas subindo para o céu, mas com a Nova Jerusalém descendo à terra, para que "a morada de Deus esteja com os humanos". Toda a criação, declara São Paulo, será libertada de sua escravidão à corrupção, para desfrutar da liberdade pretendida por Deus. Então Deus será "tudo em todos". É difícil para nós, modernos, compreendermos isso: tantos hinos, orações e sermões ainda falam de nós "indo para o céu". Mas faz sentido histórico e lança luz sobre tudo o mais.

Então, qual era a esperança pessoal dos seguidores de Jesus? Ressurreição - um corpo físico novo e imortal na nova criação de Deus. Mas, após a morte e antes dessa realidade final, um período de descanso tranquilo. "Hoje", diz Jesus ao criminoso ao seu lado, "você estará comigo no Paraíso". "Meu desejo", diz São Paulo, enfrentando uma possível execução, "é partir e estar com o Messias, o que é muito melhor". "Na casa de meu Pai", Jesus assegurou seus seguidores, "há muitas moradas". Estas não são o destino final. Elas são o local temporário de descanso, antes da nova criação final.

O estudo histórico - ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - traz surpresas que também podem impactar o cristianismo moderno. Talvez o mais importante seja uma nova, ou melhor, uma maneira muito antiga de ver a missão cristã. Se o único objetivo é salvar almas do naufrágio do mundo, para que possam deixar esta terra e ir para o céu, por que se preocupar em tornar este mundo um lugar melhor? Mas se Deus vai fazer pelo mundo inteiro o que ele fez por Jesus em sua ressurreição - trazê-los de volta, aqui na terra - então aqueles que foram resgatados pelo evangelho são chamados a desempenhar um papel, agora mesmo, no avanço da renovação do mundo.

Deus colocará o mundo inteiro em ordem, diz essa visão de mundo, e na "justificação" ele coloca as pessoas no lugar certo, pelo evangelho, para fazer parte do seu projeto de colocar as coisas no lugar certo para o mundo. A missão cristã inclui trazer sinais reais do avanço da nova criação para o mundo presente: na cura, na justiça, na beleza, na celebração da nova criação e no lamento pela dor contínua do antigo. As Escrituras sempre prometeram que quando a vida do céu viesse à terra por meio do trabalho do Messias de Israel, os fracos e vulneráveis receberiam cuidado e proteção especiais, e o deserto floresceria como a rosa. O cuidado com os pobres e o planeta torna-se então central, não periférico, para aqueles que pretendem viver na fé e na esperança, pelo Espírito, entre a ressurreição de Jesus e a vindoura renovação de todas as coisas.

*O texto é uma tradução do original publicado AQUI
** O Prof. N. T. Wright é atualmente Professor Emérito de Pesquisa do Novo Testamento e Cristianismo Primitivo no St Mary's College, da Universidade de St Andrews, e Pesquisador Sênior do Wycliffe Hall, Oxford.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Meses

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Doze Meses

"Você tem percebido alguma diminuição nas doações da igreja?"

Líderes e pastores de igrejas se veem também preocupados com questões de orçamento. O mundo todo passa por instabilidade na área da economia. Há motivos para instar os líderes da igreja a agirem com cautela antes de planejar grandes aumentos orçamentários nos próximos meses. Aqui estão cinco desses motivos:



  1. Incerteza econômica: Como os especialistas econômicos não concordam sobre o futuro da economia, certamente não seremos nós a fazermos previsões. Ao que tudo indica, o estado futuro da economia é incerto. Como indicador chave, a inflação, embora tenha diminuído desde o pico, ainda está em um nível que pode prejudicar o crescimento econômico. O cenário político também não ajuda muito.
  2. Declínio na frequência: Existe uma correlação direta entre a frequência das pessoas às programações da igreja e as doações. Muitas igreja verificam ainda frequência significativamente mais baixa do que nos níveis pré-pandemia. Se a tendência continuar, as doações seguirão o mesmo caminho.
  3. Escassez de liquidez: Para combater os graves efeitos financeiros da pandemia, o governo injetou muito dinheiro por meio de auxílios a indivíduos e empresas. Esses subsídios estão quase esgotados, e a renda disponível dos membros da igreja diminuiu proporcionalmente.
  4. Polarização nas igrejas: A unidade da igreja é um dos fatores mais importantes para a saúde de uma igreja. E sabemos com certeza que a unidade afeta as doações. Uma igreja unida tem um propósito, e uma igreja com propósito atrai uma maior generosidade. Infelizmente, muitas igrejas estão passando por divisões internas, o que desencoraja a generosidade. A polarização política tem gerado desgaste e enfraquecimento de muitas igrejas.
  5. Surpresas com as instalações: Muitas igrejas têm problemas de manutenção adiada, e muitos líderes da igreja ficam surpresos quando a igreja é atingida por um grande custo relacionado às instalações. Muitas comunidades cristãs estão em prédios antigos. Infelizmente, a maioria dessas igrejas não acompanhou as necessidades de manutenção das instalações. Os gastos com grandes necessidades de capital, como aquelas envolvendo infraestrutura, geralmente são mais altos do que o esperado.

Uma ação que uma igreja pode tomar agora é preparar um orçamento de contingência. Por exemplo, considere perguntar: "Quais mudanças faríamos se soubéssemos que as doações da igreja ficariam cinco por cento abaixo do previsto?" Pensar nesses cenários com antecedência ajudará a garantir a preparação.

O que você está observando nos níveis de doações em sua igreja? 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Princípios para a Renovação da Igreja

Você já se perguntou como lidar com a saída constante de membros da sua igreja? Há alguns dias publicamos um artigo onde compartilhamos a respeito de quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio. Esse número depende de quantas pessoas essa igreja perde por ano.



Sim, toda igreja perde membros. No entanto, há esperança. Acredite, Deus não terminou com a sua igreja. Existem alguns princípios que, quando praticados, têm transformado congregações e possibilitado um crescimento surpreendente. São estratégias que podem renovar a sua igreja e trazer esperança para o futuro. A seguir apresentaremos pelo menos cinco princípios fundamentais:

1. Foco externo: O segredo para atrair novos membros

As igrejas bem-sucedidas possuem uma mentalidade voltada para fora. Elas se dedicam a servir e alcançar a comunidade ao redor. A liderança da igreja deve conduzir as pessoas a se envolverem em oração e ações voltadas para o próximo. Congregações que adotaram essa abordagem relataram uma mudança incrível, deixando para trás a crítica e a divisão, abraçando uma atitude encorajadora e sacrificial. A igreja não existe apenas para si mesma, mas para cumprir a missão de ser uma benção para aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

2. Desafios mensais: Um enfoque que faz a diferença

Para manter a igreja engajada na missão de alcançar os outros, é essencial ter um enfoque voltado para fora todos os meses. Não precisa ser uma grande campanha, apenas um culto especial ou uma atividade comunitária que incentive a oração pelos necessitados. A simplicidade pode ser poderosa e impactar vidas. Perceba que é necessário que a igreja seja intencional em suas ações. Não dá pra ficar simplesmente achando que tudo acontecerá de forma automática ou espontânea. 

3. Grandes iniciativas: Impactando a comunidade

Além dos esforços mensais, é importante realizar pelo menos uma grande iniciativa evangelística por ano. Muitas igrejas já tem desenvolvido atividades nesse sentido. Essas estratégias comprovadas têm transformado vidas e aproximado pessoas do amor de Deus. Cada realidade pede estratégias próprias de acordo com seu contexto. Por isso é importante conhecer a cidade, o bairro, a comunidade mais ampla onde a igreja está inserida.

4. Conheça sua comunidade: A chave para alcançar vidas

Para ser relevante na missão de alcançar a comunidade, é essencial conhecer as pessoas que você deseja alcançar. Invista tempo em pesquisas demográficas e psicográficas para entender as necessidades, interesses e desafios da sua região. Instituições de ensino e órgãos públicos já costumam trabalhar com uma série de dados que também podem ser muito úteis para o planejamento da igreja. É necessário, portanto, que a igreja busque e aprenda a trabalhar com essas informações.

5. Membros fiéis: Fortalecendo a igreja

Uma classe regular para novos membros é uma ferramenta poderosa para prevenir a evasão de membros. Aqueles que participam dessa classe têm maior probabilidade de permanecer fiéis à igreja e se tornarem frequentadores engajados. É fundamental desenvolver ferramentas que auxiliem na integração e no desenvolvimento espiritual dos novos membros.



Existe, sim, esperança. Igrejas que praticam esses cinco princípios têm muito mais chances de crescer em vez de declinar. Há muitos recursos e organizações disponíveis para ajudar nesse processo. Não desanime! Deus tem um plano para a sua igreja e está pronto para trazer renovação e crescimento.

sábado, 1 de julho de 2023

A Importância da Comunidade no Reino de Deus

Você já se sentiu solitário em sua vida?

mesmo pessoas cristãs podem se sentir sozinhas.

Joana era uma dessas pessoas. Ela sempre se sentiu isolada em sua jornada de fé. Cresceu em uma comunidade cristã que valorizava mais o desempenho religioso do que o relacionamento pessoal com Deus. A Bíblia era citada para ela em vez de ser lida com ela, e seus líderes frequentemente a repreendiam. A solidão era sua companheira constante.

certo dia, Joana decidiu aceitar um convite para embarcar em uma emocionante viagem à natureza selvagem. Ela entendeu que aquela experiência poderia ser diferente e empolgante, acrescentando coisas novas à sua vida.

Durante a expedição, em uma tarde ensolarada, Joana enfrentou um desafio particularmente difícil ao escalar uma encosta rochosa. Em um momento de descuido, escorregou e feriu a perna. Sentou-se, desanimada, para cuidar de sua ferida e enfrentar seus medos. Foi então que algo surpreendente aconteceu.

Outra estudante, percebendo a dificuldade de Joana, aproximou-se e sentou-se ao seu lado. Um gesto de empatia e compaixão. Em um ato de solidariedade, outro integrante da expedição pegou a mochila de Joana e a carregou, além da própria. Pela primeira vez, Joana se viu cercada por outros em sua luta. Não precisava mais enfrentar as dificuldades sozinha. Aquele momento de pertencimento transformou sua vida para sempre.



No Reino de Deus, não existem heróis solitários. A comunidade é essencial para nossa jornada espiritual. Neste artigo, exploraremos a importância da comunidade na vida de fé e como ela nos impulsiona em direção à transformação. Descubra como encontrar pessoas que compartilham da mesma jornada e como desenvolver relacionamentos autênticos para o crescimento mútuo.

Discipulado: Uma Jornada Comunitária

No Reino de Deus, a formação de discípulos não é uma tarefa individual. É uma jornada que deve ser percorrida em comunidade. Você não pode se disciplinar sozinho, afinal, literalmente, são necessárias duas pessoas. Somos chamados a caminhar ao lado de outros e a aceitar ajuda quando necessário. A interdependência é a essência da vida de fé.

Descubra como o discipulado vai além de preparação ministerial e escolar, lembrando-se das pessoas que influenciaram sua compreensão de Deus e que serviram como modelos práticos de vida cristã. Reflita sobre as experiências transformadoras que tiveram um impacto duradouro em sua fé, como a idosa que compartilhava seu conhecimento bíblico enquanto servia deliciosos biscoitos de chocolate ou o amigo que encontrava propósito missionário em seu trabalho diário.

Simplicidade na Transformação Espiritual

Muitas vezes, a transformação espiritual pode parecer complexa e desafiadora. No entanto, a essência é simples: existe um Rei e um Reino, e fomos criados para viver em comunhão como irmãos e irmãs. Somos discípulos, aprendizes e praticantes dos ensinamentos de Jesus. Nossa obediência à palavra de Deus é acompanhada pela orientação e inspiração do Espírito Santo.

A transformação acontece por meio do aprendizado e desaprendizado, do relacionamento e da imitação. Essa é a razão pela qual precisamos uns dos outros. Como formadores de discípulos, nossa relação com aqueles que discipulamos vai além da amizade. Nossa missão é ajudá-los a se equiparem para o crescimento espiritual. Descubra como você pode abraçar esse chamado, guiando os outros em direção à transformação que os aproximará de Jesus.

Relacionamentos: A Chave para um Discipulado Autêntico

Somos seres criados para nos conectarmos uns com os outros. No contexto do discipulado, nossos relacionamentos desempenham um papel fundamental. Deixamos de ser estranhos desconectados vivendo em casas separadas e nos tornamos companheiros de jornada em uma expedição épica. É nessa conexão que experimentamos o crescimento pessoal e espiritual.

Aprenda como observar e aprender com aqueles que estão à nossa volta, especialmente aqueles que já trilharam um caminho mais longo em sua jornada de fé. A transformação ocorre à medida que nos envolvemos com essas pessoas e aprendemos com suas experiências. Descubra o poder de caminhar juntos em direção a um discipulado autêntico e impactante.

Conclusão

No Reino de Deus, somos chamados a viver em comunidade. Assim como Joana encontrou apoio e pertencimento em sua jornada, também podemos experimentar a transformação ao nos conectarmos com outros discípulos de Jesus. Encontrar amigos, aliados e mentores que compartilham a mesma fé nos impulsiona em direção a uma vida mais próxima do exemplo de Cristo.

Não há espaço para heróis solitários no Reino de Deus. A comunidade é o combustível para o crescimento espiritual. Abra-se para o poder da conexão, aprendizado e apoio mútuo. Ao mergulhar nessa jornada comunitária, você descobrirá a alegria e o propósito de ser um discipulador e de ser discipulado.

Abrace o chamado para a comunidade e transforme sua vida e a vida daqueles ao seu redor. Juntos, podemos caminhar rumo à transformação espiritual e ao pleno florescimento no Reino de Deus.

terça-feira, 27 de junho de 2023

A Busca pela Identidade: uma perspectiva cristã

No ano de 2015 o pastor Tim Keller proferiu uma palestra em Washington onde abordou o tema da identidade. Sua proposta foi de que é possível, em Cristo, encontrarmos a nossa nova identidade, uma identidade capaz de lidar tanto com o sucesso como com o fracasso. Uma identidade que não se pauta pelos ventos seculares e suas inúmeras influencias. Vamos compartilhar em mais detalhes os insights de Keller.

 

A busca pela identidade é um dos pilares fundamentais da sociedade atual. Talvez o único absoluto moral que restou. Em um mundo marcado por inúmeras influências e narrativas culturais, torna-se essencial compreender o verdadeiro significado de ser você mesmo. No contexto cristão, a identidade desempenha um papel central, pois vai além de uma mera busca por autodesenvolvimento. Na verdade, é uma dádiva recebida ao adotar a fé cristã, que concede uma nova identidade e propósito. Os cristãos não são apenas pessoas que estão tentando ser melhores. Os cristãos são pessoas que receberam uma nova identidade.

Para compreender melhor esse tema, é necessário examinar primeiro a abordagem da nossa cultura moderna em relação à identidade e, em seguida, compará-la com a perspectiva cristã. É importante destacar que muitos cristãos, embora concordem com as doutrinas e acreditem na Bíblia, ainda são profundamente influenciados pela narrativa cultural da identidade. Isso pode ser uma das razões pelas quais, mesmo após abraçarem a fé cristã, enfrentam dificuldades em realizar mudanças significativas em suas vidas.

A identidade pode ser entendida como a autocompreensão estável, a essência fundamental de quem você realmente é. Embora tenhamos papéis e responsabilidades na vida, como pai, filho, profissional, é importante descobrir o que nos define verdadeiramente no âmago de nosso ser. Além disso, a forma como nos sentimos em relação a essa identidade também desempenha um papel significativo. A autopercepção e a autocompreensão influenciam diretamente nossa jornada pessoal.

No entanto, existem desafios inerentes a essa busca pela identidade autêntica. Três razões importantes demonstram por que a abordagem cultural contemporânea falha nesse aspecto. 

Incoerência

Em primeiro lugar, é incoerente, pois ao analisarmos nossos desejos e sonhos mais profundos, frequentemente percebemos contradições internas. Desejamos ter uma carreira bem-sucedida, mas também ansiamos por relacionamentos significativos. Esses desejos contraditórios revelam a complexidade da natureza humana e nos questionam sobre o que realmente valorizamos. Somos seres cujos desejos não se harmonizam perfeitamente. Portanto, escolher entre esses desejos contraditórios se torna um desafio complexo.

Instabilidade

Além disso, a busca pela identidade é instável. Para que uma identidade seja consistente, é necessário ter um núcleo estável que nos torne a mesma pessoa em diferentes situações e ambientes. Se basearmos nossa identidade apenas em sentimentos mutáveis, seremos facilmente influenciados pelas circunstâncias e não teremos uma verdadeira essência pessoal. A busca por uma identidade estável requer uma base sólida, capaz de resistir às mudanças e desafios do cotidiano.

Ilusória

A abordagem cultural da identidade também é uma ilusão. Ao seguirmos cegamente as tendências da cultura, buscando a aprovação e validação de diferentes grupos, nos tornamos prisioneiros de uma busca infinita e inalcançável. Nunca seremos verdadeiramente livres se nossa identidade for construída com base nas opiniões e padrões em constante mutação da sociedade.

A Perspectiva Cristã

É nesse ponto que a perspectiva cristã oferece uma alternativa única e transformadora. A verdadeira identidade e autoestima positiva vêm da aceitação e do amor incondicional que recebemos de Deus. A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem de Deus e que somos amados por Ele, independentemente de nossas falhas e imperfeições. Em vez de buscar validação em conquistas, aprovação externa ou conformidade com as narrativas culturais, a fé cristã nos convida a encontrar nossa identidade no amor e propósito divinos.

Quando reconhecemos que nossa identidade é firmemente enraizada no amor de Deus, experimentamos uma liberdade genuína. Somos livres para sermos autênticos, para nos esforçarmos em alcançar nossos objetivos sem o fardo da busca incessante pela aceitação externa. Essa perspectiva nos permite abraçar quem realmente somos e viver de acordo com o propósito divino para nossas vidas.

Viver em uma cultura obcecada pela identidade pode ser sufocante, pois somos constantemente pressionados a nos definir e atender a padrões inatingíveis. No entanto, quando nos rendemos ao amor e ao perdão incondicionais de Deus, encontramos uma identidade estável e verdadeira. A fé cristã oferece uma visão única de uma vida plena, na qual somos aceitos e amados independentemente de nossas falhas e desqualificações. A busca pela identidade genuína encontra seu significado na graça e no sacrifício de Jesus Cristo.

Portanto, ao compreender a diferença entre a abordagem cultural e a perspectiva cristã da identidade, somos capazes de estabelecer uma base sólida para nossa autocompreensão. Ao abraçar nossa identidade em Cristo, encontramos verdadeira liberdade e propósito, permitindo que nosso eu mais autêntico seja revelado ao mundo.

domingo, 25 de junho de 2023

Pastor Pede Para Que Destruam Seus Sermões Gravados

Recentemente o Pastor americano Thom S. Rainer publicou um artigo em seu blog intitulado "Please Destroy Any of My Recorded Sermons" (Por favor, destrua todas as minhas pregações gravadas). Daí você pode se perguntar: mas, o que leva um pastor a fazer um pedido desses? Ele se arrependeu daquilo que pregou? Talvez tenha mudado sua confissão de fé, sua interpretação da Bíblia ou algo assim? 


O Pastor Rainer que serviu em nove igrejas, diz que se contorce só de pensar que existem fitas antigas com a gravação de suas pregações ainda circulando e sendo ouvidas por aí. Ele lista pelo menos cinco razões pelas quais suas pregações passadas são realmente ruins. 

1. Eu não lidei suficientemente com o texto bíblico. À medida que tenho ouvido pastores nos últimos anos, sou grato pela sólida exposição bíblica deles. Mas minhas pregações em sua maioria não se aprofundaram o suficiente no texto. 

2. Minhas pregações tinham muitas ilustrações. Uma das razões pelas quais eu não lidava bem com o texto bíblico era minha dependência excessiva de ilustrações. Eu contava muitas histórias em vez de lidar com a história de Deus. 

3. Eu dependia das emoções com muita frequência. Eu usava ilustrações emocionais com frequência. Adicionava humor com muita frequência. Infelizmente, dependia emocionalmente de mover os ouvintes em vez de deixar o trabalho para o Espírito Santo. 

4. Algumas das minhas pregações refletiam falta de preparação suficiente. Na maioria das minhas igrejas, pregava duas pregações diferentes, uma no domingo de manhã e outra no domingo à noite. Além disso, preparava duas aulas bíblicas, uma para uma classe de pequenos grupos que eu ensinava e outra para os cultos de quarta-feira à noite. Em vez de fazer uma pregação bem preparada a cada semana, preparava várias pregações de forma inadequada. 

5. Eu não dei prioridade às pregações no meu ministério. Com muita frequência, deixei a tirania do urgente substituir o foco necessário em minha preparação e pregação. O uso do tempo no meu ministério refletia uma administração deficiente.

Thom S. Rainer
Thom S. Rainer
O Pastor Reiner finaliza pedindo desculpas a todos que tiveram que ouvir tais pregações e ora para que Deus tenha sido misericordioso e tenha usado aquelas mensagens apesar dele. Acrescenta, ainda um conselho aos novos pregadores: que façam o oposto do que ele fez em sua carreira como pregador.

Embora seja compreensível que a inexperiência, a juventude e a limitação de conhecimento dos anos iniciais de ministério potencializem erros, equívocos e falta de foco, nada é desculpa para a negligência, a preguiça e a falta de preparo.  Eu também já tenho um passado como pregador e, embora pouquíssimas de minhas pregações tenham sido gravadas, sei que algumas delas é melhor mesmo que nunca mais sejam ouvidas.

Diante do desabafo e pedido do Pastor Reiner resta agradecermos. Agradecer por sua coragem de admitir que a história de um pastor também é marcada por erros. Agradecer por apontar tais erros de modo que possam servir de lição a todos os pastores e pregadores que cultivam alguma autocrítica e zelam por um trabalho sério na exposição da palavra de Deus.


sábado, 24 de junho de 2023

Quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio?

Na parábola da ovelha perdida contada por Jesus o pastor percebe que das suas 100 ovelhas está faltando uma (Lucas 15). Como um pastor percebe que de um número significativo de animais uma estaria faltando? certamente o pastor conta as suas ovelhas todos os dias. Só assim dará falta de uma delas. 



Quando se trata de igrejas locais aquelas que levam a sério o seu ministério geralmente procuram fazer um bom planejamento de seu trabalho. Isso envolve a preocupação a respeito de sua saúde espiritual e financeira. As estatísticas constituem um fator importante. 

Não vamos entrar ainda na questão que discute a diferença entre ser membro e ser frequentador. Vamos imaginar que uma igreja viva deve ser avaliada pelo número de pessoas que vivem a sua fé de forma participativa. Consideremos, assim, como critério, os cultos.

Como essa igreja pode chegar ao número de pessoas que ela deve acrescentar à frequência nos cultos a cada ano para manter o equilíbrio?

Para chegar a esse número, a igreja precisará levar algumas coisas em consideração. Entre elas, a sua estatística. É importante que as igrejas mantenham um bom controle e acompanhamento de suas atividades. Um bom planejamento dependerá sempre de um bom diagnóstico.

Logo, se a igreja está organizada em seus dados numéricos, ela conseguirá enxergar seu histórico e sua situação atual com maior clareza.

Assim, para que uma igreja saiba quantas pessoas precisam ser acrescentadas à sua frequência nos cultos para manter o equilíbrio, ela precisará saber quantas pessoas deixam de comparecer por ano. Não somente isso, como também quais são as razões que levam essa igreja a perder membros e frequentadores.

Podemos listar algumas razões principais que levam uma igreja a perder frequentadores:

    Morte - aqui pode-se levar em consideração a taxa de mortalidade da região, do município ou do país. Porém, é importante atentar ao fato de que, devido ao perfil da igreja, essa taxa pode apresentar discrepâncias em relação às estatísticas oficiais do Estado. Uma igreja onde a maioria dos membros é composta por pessoas idosas, por exemplo.

    Mudança - as pessoas se mudam de suas regiões para outras. Mesmo que essas pessoas se mantenham na mesma denominação, o que conta aqui é a igreja local e o seu equilíbrio.

    Transferência para outra igreja - cada vez mais vemos que aumenta o trânsito ou rodízio das pessoas entre as igrejas. A igreja perde membros para outra igreja. Isso é um fato.

    Abandono - Há também aqueles que simplesmente deixam de participar da igreja. Por isso, é mais importante considerar a vitalidade da igreja pela frequência aos cultos do que meramente por um fichário ou cadastro em arquivos. As igrejas que mantêm a prática de contar quantas pessoas comparecem aos cultos saberão identificar com facilidade qual a tendência.



Vamos, agora, fazer um exercício hipotético:

Digamos que uma igreja conta com uma frequência média de 100 pessoas a cada culto. Os números mostram, ainda, uma perda na frequência a partir dos seguintes dados: 

Mortes - 2 pessoas; 

Mudança - 3 pessoas; 

Transferência - 5 pessoas; 

Abandono - 9 pessoas. 

Teríamos, assim, uma baixa anual de 19 pessoas.

Logo, para manter o equilíbrio, essa igreja com 100 frequentadores precisaria repor sua frequência em 19%. Lembre-se: trata-se de um exercício hipotético. Os números variam de contexto para contexto. Para chegar a números precisos, cada igreja deverá fazer o seu próprio levantamento e obter os dados mais precisos possíveis.

Quantas pessoas comparecem aos cultos?

Quantos frequentadores faleceram?

Quantos frequentadores se mudaram?

Quantas pessoas se transferiram para outra igreja?

Quantas pessoas abandonaram os cultos?

Uma vez com esses números bem tabulados e presente, é hora de pensar em como a igreja está atuando em sua missão para se manter viva e relevante em seu contexto, alcançando novas pessoas com o Evangelho de Jesus Cristo. 


Descubra o Profundo Significado de Ser Criado à Imagem e Semelhança de Deus

Introdução:

Você já parou para pensar sobre o que significa ser criado à imagem e semelhança de Deus? Esse conceito bíblico traz consigo uma série de reflexões importantes sobre a nossa natureza e propósito como seres humanos. Neste artigo, vamos explorar essa ideia fascinante e descobrir o que realmente nos torna especiais e únicos. Vamos mergulhar nessa jornada de autoconhecimento e compreender a essência do nosso ser.

1. A Racionalidade Autoconsciente: Nossa Capacidade de Pensar

Ao contrário de outros seres criados por Deus, nós fomos agraciados com a capacidade de pensar de forma única. Somos capazes de gerar pensamentos novos, levantar questionamentos e refletir sobre nossa própria existência. Essa capacidade de introspecção e autocrítica nos diferencia dos demais animais, tornando-nos seres dotados de racionalidade.

2. Opções Morais: Nossa Capacidade de Escolher

Deus nos concedeu a habilidade de fazer escolhas morais, discernindo entre o certo e o errado. Essa capacidade de tomar decisões éticas é única em nós, e é acompanhada de um senso interno que nos orienta na busca pelo que é correto. Ao contrário dos animais, que agem apenas por instinto, somos dotados de consciência e sentimos culpa quando agimos contra nossos princípios.

3. Criatividade Artística: Nossa Capacidade de Criar

Assim como Deus é o criador supremo, fomos agraciados com a capacidade de inovar e criar coisas novas. Deus confiou a nós a responsabilidade de cuidar da criação, dando-nos a habilidade de dar nome e classificar os animais. Ao longo da história, a humanidade tem demonstrado uma incrível capacidade de expressar sua criatividade através das artes, música, literatura e tantas outras manifestações culturais.

4. Relacionamentos de Amor: Nossa Capacidade de Amar

Deus nos criou para viver em relacionamentos de amor. Ele criou o homem e a mulher para complementarem um ao outro, refletindo a própria pluralidade divina. Nos relacionamentos, encontramos plenitude e desfrutamos de uma vida mais rica e significativa. O amor que nos une vai além do mero instinto de proteção e procriação. É um amor que inspira atos de heroísmo, alimenta a criatividade e nos aproxima de Deus.

5. Sede por Deus: Nossa Capacidade de Adorar

Todos os seres humanos possuem uma consciência inata de que existe algo além de nós mesmos, um ser supremo. Essa busca por Deus é uma característica intrínseca da nossa natureza. Somente quando vivemos em uma relação plena com Ele nos tornamos seres humanos completos. É essa relação com Deus que dá sentido à nossa vida e nos permite experimentar paz e plenitude.

Conclusão:

Ser criado à imagem e semelhança de Deus não é apenas um título honorífico, mas sim uma responsabilidade. Significa que somos chamados a refletir a natureza divina em tudo o que fazemos. Ao compreender e abraçar nossa identidade como seres criados por Deus, somos convidados a viver de acordo com os valores e princípios estabelecidos por Ele. Que possamos cultivar nossa racionalidade, fazer escolhas morais, expressar nossa criatividade, amar de forma incondicional e buscar uma relação plena com Deus. Que cada dia possamos nos tornar mais semelhantes àquele que nos criou à sua imagem.