Mostrando postagens com marcador Igreja. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Igreja. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 20 de março de 2024

O que deixa sua igreja mais animada?

Através do poder das perguntas, podemos desvendar o que realmente move uma comunidade de fé. Algumas perguntas geram silêncio, outras reflexão, mas há uma que se destaca por gerar um diálogo vibrante: 

"O que mais te anima em relação à nossa igreja?"


Se existe um segredo dos grandes líderes, então, certamente deve ser a arte de fazer perguntas que inspiram. E entre todas elas, uma se destaca por abrir as portas para um diálogo rico e revelador: "O que mais te anima em relação à nossa igreja?"

O poder dessa pergunta reside em sua simplicidade e positividade. Ela convida as pessoas a compartilharem o que as entusiasma, sem qualquer tipo de julgamento. Ao mesmo tempo, direciona o foco para o que realmente importa: a paixão que move a igreja. A resposta se torna um resumo vívido do que nutre a fé de cada membro.

A resposta à pergunta é uma janela para a alma da igreja. A palavra "animação" traduz o entusiasmo que pulsa no coração dos membros. Através de suas respostas, descobrimos o que os motiva e inspira. As respostas variam amplamente, abrangendo desde a teologia e os programas até a missão, a pregação e a estrutura física da igreja. Raramente encontramos negatividade, pois as pessoas se concentram no que as motiva e as conecta à comunidade.

O que nos anima geralmente se torna uma prioridade em nossas vidas. Aquilo que desperta paixão na igreja também é elevado a um lugar de destaque.

A resposta à pergunta também revela a perspectiva da pessoa em relação à igreja. O entusiasmo está enraizado no passado, vibrante no presente ou direcionado para o futuro? A animação em relação ao passado pode indicar uma nostalgia pela tradição, enquanto a empolgação com o futuro sugere esperança em um caminho positivo ou a expectativa de mudanças positivas.

A resposta à pergunta nos permite desvendar a alma da igreja, revelando sua personalidade única. Cada comunidade de fé possui características distintas, expressas em seus membros. Algumas igrejas exalam extroversão, acolhendo com entusiasmo novos rostos. Outras se inclinam para a reflexão, nutrindo um ambiente propício ao cuidado mútuo. Já outras transbordam generosidade, inspirando seus membros a contribuir com alegria para o reino de Deus. A animação da igreja, portanto, é um reflexo de sua própria essência. 

É importante lembrar que uma única pergunta não revela todos os segredos de uma igreja. No entanto, questionar sobre o que anima as pessoas abre um diálogo rico e revelador, sem qualquer tipo de constrangimento. Essa é uma das perguntas que pastores e líderes podem incorporar em suas conversas e reuniões de equipe, pois permite ouvir diferentes perspectivas e participar de conversas positivas e inspiradoras.


Convido você a fazer o mesmo: pergunte a algumas pessoas da sua igreja "O que mais te anima em relação à nossa igreja?". Tenho certeza de que se surpreenderá com a riqueza de respostas e insights que receberá. Essa é uma oportunidade para se conectar com sua comunidade, fortalecer laços e construir um futuro ainda mais vibrante para a fé.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Quantos Canários Ainda Precisam Morrer?

Durante décadas, a partir do início dos anos 1900 na Grã-Bretanha, os mineiros de carvão levavam canários em uma gaiola quando desciam para as minas escuras. Os canários eram altamente sensíveis ao monóxido de carbono, muito mais do que os humanos. O gás monóxido de carbono é incolor e inodoro, e os humanos geralmente têm apenas sintomas leves no início. Os vapores letais podem tirar a vida de uma pessoa rapidamente, muitas vezes sem aviso prévio. 

Assim, os mineiros de carvão observavam os canários conforme avançavam mais profundamente nas minas. Se um canário repentinamente demonstrasse que sua vida estava se esvaindo, os mineiros sairiam rapidamente da mina. Eles haviam recebido um aviso antecipado que salvava suas vidas. 

O processo dos canários sacrificiais foi tão útil na Grã-Bretanha que alguns mineiros continuaram a usar os pássaros até 1986, quando a legislação britânica determinou que os mineiros tinham que substituir seus canários por detectores eletrônicos de monóxido de carbono mais eficazes. Os detectores eram muito mais eficientes e precisos.


Em muitas igrejas os canários estão sendo ignorados enquanto líderes e pastores seguem teimosamente para um fundo escuro e sem retorno.

Diminuição na frequência aos programas da igreja. Diminuição no número de membros. Cada vez menos ofertas e contribuição espontânea. Cada vez menos investimento em missões. Poucas pessoas se voluntariando para auxiliar nos trabalhos. Não surgem mais novas lideranças. As pessoas que ainda fazem parte da igreja demonstram insatisfação. 

Os 'canários' estão morrendo. 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Princípios para a Renovação da Igreja

Você já se perguntou como lidar com a saída constante de membros da sua igreja? Há alguns dias publicamos um artigo onde compartilhamos a respeito de quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio. Esse número depende de quantas pessoas essa igreja perde por ano.



Sim, toda igreja perde membros. No entanto, há esperança. Acredite, Deus não terminou com a sua igreja. Existem alguns princípios que, quando praticados, têm transformado congregações e possibilitado um crescimento surpreendente. São estratégias que podem renovar a sua igreja e trazer esperança para o futuro. A seguir apresentaremos pelo menos cinco princípios fundamentais:

1. Foco externo: O segredo para atrair novos membros

As igrejas bem-sucedidas possuem uma mentalidade voltada para fora. Elas se dedicam a servir e alcançar a comunidade ao redor. A liderança da igreja deve conduzir as pessoas a se envolverem em oração e ações voltadas para o próximo. Congregações que adotaram essa abordagem relataram uma mudança incrível, deixando para trás a crítica e a divisão, abraçando uma atitude encorajadora e sacrificial. A igreja não existe apenas para si mesma, mas para cumprir a missão de ser uma benção para aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

2. Desafios mensais: Um enfoque que faz a diferença

Para manter a igreja engajada na missão de alcançar os outros, é essencial ter um enfoque voltado para fora todos os meses. Não precisa ser uma grande campanha, apenas um culto especial ou uma atividade comunitária que incentive a oração pelos necessitados. A simplicidade pode ser poderosa e impactar vidas. Perceba que é necessário que a igreja seja intencional em suas ações. Não dá pra ficar simplesmente achando que tudo acontecerá de forma automática ou espontânea. 

3. Grandes iniciativas: Impactando a comunidade

Além dos esforços mensais, é importante realizar pelo menos uma grande iniciativa evangelística por ano. Muitas igrejas já tem desenvolvido atividades nesse sentido. Essas estratégias comprovadas têm transformado vidas e aproximado pessoas do amor de Deus. Cada realidade pede estratégias próprias de acordo com seu contexto. Por isso é importante conhecer a cidade, o bairro, a comunidade mais ampla onde a igreja está inserida.

4. Conheça sua comunidade: A chave para alcançar vidas

Para ser relevante na missão de alcançar a comunidade, é essencial conhecer as pessoas que você deseja alcançar. Invista tempo em pesquisas demográficas e psicográficas para entender as necessidades, interesses e desafios da sua região. Instituições de ensino e órgãos públicos já costumam trabalhar com uma série de dados que também podem ser muito úteis para o planejamento da igreja. É necessário, portanto, que a igreja busque e aprenda a trabalhar com essas informações.

5. Membros fiéis: Fortalecendo a igreja

Uma classe regular para novos membros é uma ferramenta poderosa para prevenir a evasão de membros. Aqueles que participam dessa classe têm maior probabilidade de permanecer fiéis à igreja e se tornarem frequentadores engajados. É fundamental desenvolver ferramentas que auxiliem na integração e no desenvolvimento espiritual dos novos membros.



Existe, sim, esperança. Igrejas que praticam esses cinco princípios têm muito mais chances de crescer em vez de declinar. Há muitos recursos e organizações disponíveis para ajudar nesse processo. Não desanime! Deus tem um plano para a sua igreja e está pronto para trazer renovação e crescimento.

sábado, 24 de junho de 2023

Quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio?

Na parábola da ovelha perdida contada por Jesus o pastor percebe que das suas 100 ovelhas está faltando uma (Lucas 15). Como um pastor percebe que de um número significativo de animais uma estaria faltando? certamente o pastor conta as suas ovelhas todos os dias. Só assim dará falta de uma delas. 



Quando se trata de igrejas locais aquelas que levam a sério o seu ministério geralmente procuram fazer um bom planejamento de seu trabalho. Isso envolve a preocupação a respeito de sua saúde espiritual e financeira. As estatísticas constituem um fator importante. 

Não vamos entrar ainda na questão que discute a diferença entre ser membro e ser frequentador. Vamos imaginar que uma igreja viva deve ser avaliada pelo número de pessoas que vivem a sua fé de forma participativa. Consideremos, assim, como critério, os cultos.

Como essa igreja pode chegar ao número de pessoas que ela deve acrescentar à frequência nos cultos a cada ano para manter o equilíbrio?

Para chegar a esse número, a igreja precisará levar algumas coisas em consideração. Entre elas, a sua estatística. É importante que as igrejas mantenham um bom controle e acompanhamento de suas atividades. Um bom planejamento dependerá sempre de um bom diagnóstico.

Logo, se a igreja está organizada em seus dados numéricos, ela conseguirá enxergar seu histórico e sua situação atual com maior clareza.

Assim, para que uma igreja saiba quantas pessoas precisam ser acrescentadas à sua frequência nos cultos para manter o equilíbrio, ela precisará saber quantas pessoas deixam de comparecer por ano. Não somente isso, como também quais são as razões que levam essa igreja a perder membros e frequentadores.

Podemos listar algumas razões principais que levam uma igreja a perder frequentadores:

    Morte - aqui pode-se levar em consideração a taxa de mortalidade da região, do município ou do país. Porém, é importante atentar ao fato de que, devido ao perfil da igreja, essa taxa pode apresentar discrepâncias em relação às estatísticas oficiais do Estado. Uma igreja onde a maioria dos membros é composta por pessoas idosas, por exemplo.

    Mudança - as pessoas se mudam de suas regiões para outras. Mesmo que essas pessoas se mantenham na mesma denominação, o que conta aqui é a igreja local e o seu equilíbrio.

    Transferência para outra igreja - cada vez mais vemos que aumenta o trânsito ou rodízio das pessoas entre as igrejas. A igreja perde membros para outra igreja. Isso é um fato.

    Abandono - Há também aqueles que simplesmente deixam de participar da igreja. Por isso, é mais importante considerar a vitalidade da igreja pela frequência aos cultos do que meramente por um fichário ou cadastro em arquivos. As igrejas que mantêm a prática de contar quantas pessoas comparecem aos cultos saberão identificar com facilidade qual a tendência.



Vamos, agora, fazer um exercício hipotético:

Digamos que uma igreja conta com uma frequência média de 100 pessoas a cada culto. Os números mostram, ainda, uma perda na frequência a partir dos seguintes dados: 

Mortes - 2 pessoas; 

Mudança - 3 pessoas; 

Transferência - 5 pessoas; 

Abandono - 9 pessoas. 

Teríamos, assim, uma baixa anual de 19 pessoas.

Logo, para manter o equilíbrio, essa igreja com 100 frequentadores precisaria repor sua frequência em 19%. Lembre-se: trata-se de um exercício hipotético. Os números variam de contexto para contexto. Para chegar a números precisos, cada igreja deverá fazer o seu próprio levantamento e obter os dados mais precisos possíveis.

Quantas pessoas comparecem aos cultos?

Quantos frequentadores faleceram?

Quantos frequentadores se mudaram?

Quantas pessoas se transferiram para outra igreja?

Quantas pessoas abandonaram os cultos?

Uma vez com esses números bem tabulados e presente, é hora de pensar em como a igreja está atuando em sua missão para se manter viva e relevante em seu contexto, alcançando novas pessoas com o Evangelho de Jesus Cristo. 


quarta-feira, 21 de junho de 2023

Dez Passos para Novos Membros de Igreja

Parabéns! Você se juntou a uma igreja. E agora? Embora cada igreja tenha um procedimento diferente para membros, existem algumas coisas simples que você pode fazer para honrar a Deus em sua decisão. Esses itens se aplicam a todos.



1. Leia sua Bíblia todos os dias

Um estudo revelou algo notável. A maneira número um de as pessoas crescerem espiritualmente é lendo a Bíblia diariamente, mas apenas 35% dos frequentadores de igreja ativos estudam a Bíblia pelo menos uma vez por semana. Pergunte a qualquer pessoa se ela quer ser espiritualmente mais saudável, e a resposta provavelmente será "sim". Esse estudo prova que ler a Bíblia é o melhor caminho para a maturidade espiritual. Portanto, o melhor próximo passo é abrir sua Bíblia todos os dias e ler a Palavra de Deus.

2. Participe ativamente dos cultos semanais

Outro estudo recente mostrou que durante a pandemia de 2020, o único grupo que melhorou em saúde mental foram aqueles que frequentaram a igreja semanalmente. Embora a frequência à igreja não resolva todos os seus problemas, o padrão regular e o ritmo de estar em comunhão com os santos são bons para o seu coração, mente e alma.

3. Siga a liderança da sua igreja

A maioria dos pastores e líderes de igreja escolhe uma vida de sacrifício para servir aos outros. Eles querem servi-lo! É claro que lealdade cega é perigosa; somente Jesus merece compromisso incondicional. Mas você deve começar com uma postura de confiança em relação à sua liderança.

4. Encoraje as pessoas ao seu redor

O encorajamento é uma das forças mais poderosas e contagiosas na igreja. O problema é que o desânimo é uma força ainda mais poderosa e contagiosa. Quando você é um encorajador, pode mudar o humor de quase todos ao seu redor.

5. Convide outras pessoas para a igreja

Os crentes têm a responsabilidade de convidar outras pessoas para o corpo de Cristo. Mas essa responsabilidade é uma alegria. Ver outras pessoas se iluminarem ao encontrar comunhão é emocionante e gratificante.

6. Compartilhe Jesus com as pessoas em sua vida

Convidar outras pessoas para a igreja mostra que você ama o corpo de Cristo. Mas você também deve mostrar seu amor por Jesus compartilhando-O com os outros. Compartilhar sua fé, muitas vezes chamado de evangelismo, é um desafio para muitos crentes. Mas não precisa ser. Viva sua alegria em Cristo, e os outros lhe perguntarão sobre isso. Quando o fizerem, conte-lhes sobre sua experiência de salvação.

7. Participe de um grupo

Sua igreja se tornará maior ao se tornar menor. As pessoas permanecerão e crescerão em uma igreja se fizerem parte de um grupo. É difícil se conectar pessoalmente com os outros em uma reunião de adoração muito grande. Os cultos geralmente não focam na oportunidade de os membros interagirem entre si. Quando você se envolve em um pequeno grupo, constrói relacionamentos de uma maneira que não é possível através da experiência de adoração.

8. Ore todos os dias pelas atividades de sua igreja e pelos líderes

Alguns membros da igreja frequentemente me lembram de suas orações diárias. Uma das coisas mais encorajadoras para um pastor é quando as pessoas lhe dizem: "Estou orando por você todos os dias". Inclua as lideranças e o pastora da sua igreja em suas orações.

9. Comece a contribuir regularmente

Esse compromisso não precisa ser controverso. Se você acredita na missão de sua igreja, então você deve contribuir para ela. Contribuir semanal ou mensalmente é uma das melhores maneiras de investir na eternidade. Francamente, você não dá para a sua igreja. Você dá a Deus através de sua igreja. Deus não precisa do seu dinheiro, mas Ele quer o seu coração. O evangelho de Mateus deixa claro: "Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração". Para onde vai o seu dinheiro, é para onde vai o seu coração.

10. Seja voluntário em uma área necessária da igreja

Pergunte aos líderes da sua igreja sobre uma área de necessidade. Mesmo que essa área não seja de sua preferência ou expertise, Deus honrará seu desejo de preencher uma lacuna. Prontifique-se para servir!

A membresia na igreja é uma parte essencial de seguir a Cristo. Desfrute da comunhão dos crentes em sua igreja. Comprometa-se com a missão de Deus com eles. Junto a sua igreja, seja um agente ativo para o bem em sua comunidade.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

E Se Seguissem Você!?

Por volta de 2014, quando meus filhos tinham 3 e 6 anos de idade, estávamos residindo em Curitiba. Eu saía com as crianças no portão e, chegando à rua, algo chamou a atenção delas. Duas pessoas estavam passando. Estas pessoas trajavam roupas idênticas e, até mesmo a mochila que carregavam era semelhante. Ambas também ostentavam um crachá no peito. Tratava-se de uma dupla de missionários da Igreja dos Santos dos últimos Dias (Mórmons), comum na maioria das cidades brasileiras. 

Por alguma razão, aqueles dois jovens despertaram a curiosidade, especialmente da Sophia. Ela perguntou o que eram aquelas pessoas. Eu, então, tentei explicar para ela. Disse que eram pessoas que saíam por aí falando do Deus no qual eles acreditam. Ingenuamente imaginei que uma criança, naquela idade, talvez ficaria satisfeita com esse tipo de resposta. Afinal, desde bebês, elas convivem com pais que confessam a Deus, possuem livros e Bíblias em casa, contam histórias sobre Deus, frequentam e as levam a igreja e etc.. 

Mas, a Sophia não se deu por satisfeita. Perguntou se o Deus daquelas pessoas era o mesmo Deus que a gente acredita. Eu comecei a perceber que estava numa enrascada. Procurei responder com algo do tipo: bem, eles não acreditam exatamente como a gente, há algumas diferenças... E, antes mesmo que eu pudesse continuar ela interrompe: o deus deles é uma estátua? Lá estava eu, me contorcendo para tentar explicar: não exatamente, Sophia... Foi então que o Henrique, até aquele momento calado, mas não desligado da conversa, percebendo meu malabarismo e toda a dificuldades para oferecer uma resposta satisfatória, interrompeu abruptamente com uma sugestão brilhante: Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!? 

Eu já contei esse episódio algumas vezes e quase sempre fica como mais uma dessas curiosidades engraçadas da relação pais e filhos, especialmente filhos pequenos que vivem a aventura de descobrir o mundo. Como cristão, no entanto, eu jamais pude evitar de lembrar repetidas vezes da palavra de Jesus a respeito das crianças. Uma interpretação possível é que Jesus lembra aos adultos de que, além de ensinarmos, devemos prestar atenção a elas, as crianças, pois também tem muito a nos ensinar, aos adultos. 
Hoje, já passados sete anos daquele episódio, eu costumo me lembrar especialmente da sugestão do Henrique, então uma criança com pouco mais de 3 anos de idade: “Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!?” Eu não explorei com o Henrique, na época, o que exatamente ele tinha em mente ao propor aquilo. Talvez tenhamos dado algumas risadas e seguimos nosso caminho. Os dois estavam mais interessados no parquinho para onde nos dirigíamos. 

A imaginação de uma criança é algo realmente incrível! Mas, hoje, quando me pego refletindo sobre algumas coisas das Escrituras, especialmente sobre o discipulado, uma pergunta me assalta: Que tipo de Deus as pessoas descobririam se resolvessem me seguir?

sábado, 14 de agosto de 2021

Já tenho a visão, só falta a estratégia. Por onde começar?

Muitos pastores e líderes de igrejas estão empenhados em difundir e estabelecer uma visão. Mas, será que eles tem uma estratégia para isso? 

Se eu decidir alcançar a lâmpada que preciso trocar em meu escritório, busco a escada que tenho guardada na garagem. Só assim poderei alcançar o forro, retirar a lâmpada queimada e instalar uma nova.

Muitas vezes tenho a sensação de que nos comportamos como quem deseja uma sala mais iluminada, porém, esperamos que a lâmpada fique mais potente por si só, ou, que a qualquer momento, alguém virá e instalará uma luz mais forte. 

Por mais simplista que esse exemplo possa parecer, ele nos ajuda a entender que para alcançarmos os nossos objetivos será necessário planejamento e uma estratégia. Se a minha escada e seus degraus representam o caminho para alcançar a lâmpada, uma estratégia é o caminho para a visão. 

Talvez você já tenha clareza quanto à visão para a igreja, mas, esteja encontrando dificuldades para traçar um caminho até lá. Para que você possa criar uma estratégia que leve a sua equipe a alcançar os objetivos traçados, será necessária começar se perguntando 'como'? 

Como eu conseguirei uma luz mais forte para o meu escritório? 
Como alcançar a visão estabelecida para a igreja? 

Traçar uma estratégia nada mais é do que traçar um plano, um passo a passo que te levará na direção desejada. 

Estabelecer metas, objetivos e definir uma visão é a parte fácil do processo de planejamento. O grande desafio consiste em pensar estrategicamente. 

Você já tem uma ideia para onde ir? Ótimo. Você está certo de que está seguindo a direção correta para chegar lá? Você possui uma estratégia para alcançar os objetivos? Sim, é lá que eu quero chegar! Mas, como? 

Se você já se envolveu em algum processo de planejamento já deve ter percebido a importância de algumas peguntas chave na implementação estratégica: 

Porquê? 
O quê? 
Onde? 
Quando? 
Quem? 

Você já sabe por qual motivo deseja que algo seja feito. Pensar estrategicamente consiste em saber também como será feito, quem fará, quando e em quanto tempo. 

O macro num planejamento consiste em desenvolver o nível estratégico que inclui missão, visão e valores. A implementação que garantirá que o planejamento saia do papel, no entanto, dependerá de uma estratégia clara, com um plano de ação bem delineado. Consiste em definir metas e objetivos. Atribuir responsabilidades e definir prazos. Estabelecer cronogramas e processos de monitoramento. 

Há também outro fator determinante no planejamento e na busca por se atingir os objetivos traçados. A execução de um planejamento envolve outras pessoas. Equipe. Logo, a comunicação é fundamental. Comunicar bem faz arte da estratégia.

Quando várias pessoas estão envolvidas num mesmo projeto é indispensável que haja clareza na comunicação. Não basta comunicar uma vez a visão. É preciso repetir, relembrar, orientar ao longo da jornada. 

A importância da comunicação é também importante porque é comum que as pessoas se empolguem com uma ideia no começo. Mas, as coisas tendem a esmorecer quando não se sabe mais como as coisas estão seguindo. A equipe precisa ser lembrada de que são uma equipe e que estão envolvidas em algo maior. 

Se estratégia sem visão pode acabar em mero ativismo, a visão sem uma estratégia gera apenas frustração. É melhor ter uma visão modesta, porém, com uma super estratégia do que ter uma visão fantástica, mas, sem uma estratégia.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (4)

 4. Crescimento das micro igrejas

Não é nenhuma novidade que desde os tempos bíblicos a igreja se reuniu em casas de cristãos para compartilharem da sua fé, orarem e aprenderem sobre Jesus. Com o passar do tempo, a Igreja foi criando instituições e, acelerando o vídeo da história, chegamos às mega igrejas, com templos enormes e capacidade para milhares de pessoas. 


Toda essa compreensão da igreja envolvendo a sua organização, forma e programas sempre foi desafiada pela organicidade da Igreja de Jesus. A Igreja como o corpo de Cristo é, antes de qualquer outra coisa, formada por pessoas. São estas pessoas que criam estruturas, instituições, templos e programas. 

O problema começa quando essas estruturas passam a ocupar o centro dos esforços e da atenção, relegando o Evangelho e a missão de Deus para segundo plano. Uma igreja consciente, porém, que permanece focada na missão de Deus, sempre se perguntará pelas melhores estruturas à serviço da missão em sua própria época e contexto. 

O movimento da Reforma Protestante nos legou a máxima 'Igreja Reformada Sempre Reformando'. Mudanças são inevitáveis. Quando falamos da Igreja de Jesus Cristo, a mensagem, a partir da revelação de Deus, é uma essência imutável, inegociável. Tudo o mais, no entanto, é recipiente que pode ter suas variadas formas. 

O mundo vem revelando um crescimento das micro igrejas, ou seja, pequenos grupos de cristãos que se reúnem nos mais diversos lugares: casas, clubes, praças, saguões de hotel, Cafés, restaurantes, cinemas, parques e etc. O movimento da igreja em 'células' ou em pequenos grupos também não representa nenhuma novidade. 

De que nós estamos realmente falando, aqui, então? 

Existe uma forte tendência que leva a uma nova onda, um impulso no movimento de micro igrejas. As pessoas vão preferir algo consistente, próximo, mais autêntico. A igreja pequena permite um senso comunitário que os grandes eventos não são capazes de suprir. As aglomerações são artificiais em termos de contato pessoal verdadeiro. 

Isso não significa que as mega igrejas e os grandes eventos serão imediatamente extintos. Mas, certamente, quem insistir em apostar aí todas as suas fichas se verá fortemente desafiado. As pequenas igrejas também representarão grande desafio. Os pastores em tempo integral serão cada vez mais raros. A formação teológica tende a ser mais diluída, precária e sincrética. Nada, porém, tão diferente do que vivido pela igreja primitiva.


Nosso Site: www.teologiamissional.com.br

sábado, 21 de março de 2020

Revitalização, Adoção e Apadrinhamento

Você já ouviu falar sobre igrejas adotivas?

Certamente você já ouviu falar a respeito de pessoas que adotam crianças. Daí o vem o termo pais adotivos.

Num contexto familiar, adotar, assume, portanto, significados como apadrinhar, assumir, amparar, apoiar, filiar e, até mesmo, abraçar.

Por sua vez, o filho adotado é um escolhido, amparado, afilhado, eleito, aceito.

Mas, como ficariam esses termos aplicados ao processo de revitalização de igrejas?

Para falar de igrejas adotadas e adotivas no processo de revitalização de igrejas, precisamos primeiramente esclarecer o que se quer dizer por revitalizar. Como define Thom S. Rainer, fundador da Church Answers, revitalização é o processo em que uma igreja procura ficar mais saudável usando seus próprios recursos internos, envolvendo pessoas, fundos e processos.

A adoção seria o processo em que uma igreja procura revitalização com auxílio externo. É quando a igreja procura ficar mais saudável sendo adotada por outra organização, geralmente outra igreja.

Para se falar de adoção, é preciso falar também de quem adota. No Brasil não é comum o uso da palavra "adotador" ou "adotante". Assim, no processo de revitalização de igrejas um termo mais próximo de nós seria padrinho ou madrinha. Uma igreja local consideravelmente saudável pode apadrinhar outra que esteja necessitando passar por um processo de revitalização. Em outras palavras, uma igreja saudável daria de si para cuidar, por um tempo, de uma igreja 'doente'.

Isso aconteceria com a igreja saudável cedendo recursos e pessoas para a outra igreja em processo de revitalização.

Resumindo, a revitalização pode ocorrer na igreja a partir de seus recursos internos. Num caso de 'adoção' o processo se dá com auxílio de recursos externos. E, o apadrinhamento é natural do processo de adoção.

Estamos, portanto, diante de uma clara possibilidade de igrejas unindo-se a outras para fortalecer o todo. Este processo de adoção e apadrinhamento requer lideranças e pastores maduros e muito bem resolvidos. Existe, no Brasil, certa dificuldade de igrejas trabalharem unidas. Infelizmente, o que existe, muitas vezes, é até certa rivalidade, como se uma igreja ou uma denominação fosse uma espécie de concorrência. É claro que esse tipo de coisa não combina com o espírito de unidade que Cristo desejou para a sua igreja (João 17).

Na adoção de uma igreja por outra, a essência consiste no cuidado. Uma igreja estabelecida, saudável, doa-se para outra que requer cuidados, apoio e orientação. Ocorre, principalmente, entre igrejas de uma mesma cidade ou entre cidades próximas.

A melhor maneira de iniciar este processo é a igreja madrinha oferecer recursos que uma igreja menor ainda não possui. Pode ser um pregador, alguém da área da música ou do ensino. Trata-se de algo bem específico.

Importante que as coisas não caiam num paternalismo. Mas, que haja capacitação e apoio até que as coisas se estabilizem na igreja amparada.

Há muitas igrejas, de diversos tamanhos e características em nossas cidades. O que é necessário para elas se aproximem mais umas das outras?

Um processo de apadrinhamento pode iniciar com uma aproximação. Os pastores, certamente, possuem um papel chave nesse processo. Muitas cidades, inclusive, já possuem conselhos de pastores. Quais são os projetos em comum? Quais são as pautas das reuniões?

Quem sabe possamos motivar para que o tema do apadrinhamento entre igrejas seja fomentado!?

Lembrando que iniciado um processo de adoção como temos exposto aqui, é fundamental que se estabeleça um prazo. Não seria nada bom se o apadrinhamento resultasse num simples processo de dependência de uma igreja da outra.

Como tudo na igreja, também processos assim devem ser iniciados com muito diálogo e oração. Daí segue-se um bom planejamento.

Quem sabe não se inicie um belo processo de igrejas madrinhas e igrejas adotadas aqui no Brasil!? 

Que o bom Deus nos dê a direção!

NOTA: Devemos a inspiração e algumas ideias do texto acima a Thom S. Reiner e seu texto originalmente publicado por The Foster Church Movement.