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sábado, 11 de setembro de 2021

Igreja: preste atenção ao mundo à sua volta!

O chamado para pastorear uma igreja é um chamado para pastorear a comunidade. O que pode parecer óbvio nem sempre o é. Comunidade é algo pelo que se trabalha continuamente. Requer cuidados e atenção constante.

A responsabilidade de pastorear uma igreja vem com a missão de servir a comunidade. As igrejas não são ilhas ou bolhas criadas para isolar os crentes das enfermidades da sociedade. As paredes do templo  não são barreiras protetoras para os problemas da sociedade. Muito pelo contrário - a igreja é chamada para cumprir a missão de Deus no mundo. E, muitas vezes isso significa que as pessoas são enviadas para os desafios mais difíceis e os ambientes mais escuros da vizinhança. Como assim? 

Para o cristão, que vive dentro da narrativa bíblica, não é nenhuma novidade que a queda colocou a criação de Deus numa rota de perigos, problemas, maldades e injustiças. Vivemos num mundo cheio de problemas. A maioria concordará que a igreja deve ser parte da solução, pelo menos em teoria. Quando um pastor prega sobre as soluções para os problemas da comunidade e da cidade, muitos podem até mesmo acenar positivamente. Muitas igrejas têm boas intenções, mas não sabem por onde começar. Como partir para a ação e colocar uma visão cristã, bíblica, em prática? Como uma igreja se torna parte da solução para melhorar a realidade à sua volta?
 
Certamente teríamos uma lista de soluções bem longa se nos dispuséssemos a abrir para sugestões. Cada contexto apresenta uma realidade particular com os seus próprios desafios. Mas, será que haveria alguma solução negligenciada? Algo que a maioria das igrejas não está considerando?

Estamos acostumados com a palavra promoção.  Porém, queremos ampliar o sentido dessa palavra de modo que seja uma maneira prática para a igreja fazer a diferença ali onde se encontra. Por exemplo: a sua cidade possui muitas crianças aguardando por adoção? Adotar uma criança é uma forma de promover um ser humano. Quantas famílias bem estruturadas na igreja poderiam, muito bem, receber mais uma pessoa em sua casa! Pensemos, especialmente, naquelas crianças maiores, que não costumam ser as mais visadas por casais que buscam adotar. 

Quer outro exemplo? Qual é a taxa de desemprego em sua cidade? Muitas igrejas estão repletas de empresários e pessoas influentes. Como esses cristãos poderiam se mobilizar para criar cursos de qualificação? Talvez reduzir a margem de lucro e gerar mais empregos!? Sim, promover pessoas é uma das das maneiras mais negligenciadas de fazer com que sua igreja resolva os problemas da comunidade. Quando perguntamos pelas crianças, pelos moradores de rua, pelas mães que não tem onde deixar os filhos enquanto trabalham, pelas pessoas desempregadas, imediatamente nos conectaremos ao cerne dos problemas da comunidade. 

A igreja de Jesus Cristo é chamada a invadir os ambientes mais difíceis deste mundo e fazer a diferença. Não é uma tarefa simples. Ninguém disse que seria! Há, porém a promessa de que nem mesmo as portas do inferno prevalecerão diante de uma igreja ousada e que avança no poder do Espírito Santo. 

A igreja é chamada a cuidar dos mais vulneráveis. Promover pessoas é uma forma de ser pró-vida e pró-justiça. As Escrituras repetidamente nos lembram do estrangeiro, da viúva e do órfão.  Colocar-se a favor da vida e da justiça gera movimento, dá trabalho, trará incômodo. Ser igreja, porém, envolve criar uma cultura de sacrifício, de serviço. Ser pais adotivos, por exemplo, implica perder privacidade, dinheiro, segurança e muito sono. O sacrifício é exigido desde o momento em que você começa, se inscrevendo no processo de adoção.

Ser igreja envolve formar comunidade. As crianças e os mais vulneráveis passam a ser responsabilidade de todos. Em Cristo, o ser igreja implica uma nova grande família. Quantas pessoas mais podemos acolher?

Ainda sobre o aspecto específico da adoção, talvez nem todas as casas estejam preparadas. No entanto, existem outras maneiras de acolher. Existem crianças e jovens que poderiam se sair melhor em seus estudos, mas, não tem as condições ideias. Como ajudar? Fato é que a pessoa que está inserida numa igreja não estará sozinha diante desses e outros desafios. 

Quando uma igreja passa a prestar mais atenção à realidade à sua volta ela também sente-se chamada a arriscar mais. Só quando a igreja descobrir meios de promover pessoas ela será uma benção na sua realidade, gerando vida e transformação. 

sábado, 21 de março de 2020

Revitalização, Adoção e Apadrinhamento

Você já ouviu falar sobre igrejas adotivas?

Certamente você já ouviu falar a respeito de pessoas que adotam crianças. Daí o vem o termo pais adotivos.

Num contexto familiar, adotar, assume, portanto, significados como apadrinhar, assumir, amparar, apoiar, filiar e, até mesmo, abraçar.

Por sua vez, o filho adotado é um escolhido, amparado, afilhado, eleito, aceito.

Mas, como ficariam esses termos aplicados ao processo de revitalização de igrejas?

Para falar de igrejas adotadas e adotivas no processo de revitalização de igrejas, precisamos primeiramente esclarecer o que se quer dizer por revitalizar. Como define Thom S. Rainer, fundador da Church Answers, revitalização é o processo em que uma igreja procura ficar mais saudável usando seus próprios recursos internos, envolvendo pessoas, fundos e processos.

A adoção seria o processo em que uma igreja procura revitalização com auxílio externo. É quando a igreja procura ficar mais saudável sendo adotada por outra organização, geralmente outra igreja.

Para se falar de adoção, é preciso falar também de quem adota. No Brasil não é comum o uso da palavra "adotador" ou "adotante". Assim, no processo de revitalização de igrejas um termo mais próximo de nós seria padrinho ou madrinha. Uma igreja local consideravelmente saudável pode apadrinhar outra que esteja necessitando passar por um processo de revitalização. Em outras palavras, uma igreja saudável daria de si para cuidar, por um tempo, de uma igreja 'doente'.

Isso aconteceria com a igreja saudável cedendo recursos e pessoas para a outra igreja em processo de revitalização.

Resumindo, a revitalização pode ocorrer na igreja a partir de seus recursos internos. Num caso de 'adoção' o processo se dá com auxílio de recursos externos. E, o apadrinhamento é natural do processo de adoção.

Estamos, portanto, diante de uma clara possibilidade de igrejas unindo-se a outras para fortalecer o todo. Este processo de adoção e apadrinhamento requer lideranças e pastores maduros e muito bem resolvidos. Existe, no Brasil, certa dificuldade de igrejas trabalharem unidas. Infelizmente, o que existe, muitas vezes, é até certa rivalidade, como se uma igreja ou uma denominação fosse uma espécie de concorrência. É claro que esse tipo de coisa não combina com o espírito de unidade que Cristo desejou para a sua igreja (João 17).

Na adoção de uma igreja por outra, a essência consiste no cuidado. Uma igreja estabelecida, saudável, doa-se para outra que requer cuidados, apoio e orientação. Ocorre, principalmente, entre igrejas de uma mesma cidade ou entre cidades próximas.

A melhor maneira de iniciar este processo é a igreja madrinha oferecer recursos que uma igreja menor ainda não possui. Pode ser um pregador, alguém da área da música ou do ensino. Trata-se de algo bem específico.

Importante que as coisas não caiam num paternalismo. Mas, que haja capacitação e apoio até que as coisas se estabilizem na igreja amparada.

Há muitas igrejas, de diversos tamanhos e características em nossas cidades. O que é necessário para elas se aproximem mais umas das outras?

Um processo de apadrinhamento pode iniciar com uma aproximação. Os pastores, certamente, possuem um papel chave nesse processo. Muitas cidades, inclusive, já possuem conselhos de pastores. Quais são os projetos em comum? Quais são as pautas das reuniões?

Quem sabe possamos motivar para que o tema do apadrinhamento entre igrejas seja fomentado!?

Lembrando que iniciado um processo de adoção como temos exposto aqui, é fundamental que se estabeleça um prazo. Não seria nada bom se o apadrinhamento resultasse num simples processo de dependência de uma igreja da outra.

Como tudo na igreja, também processos assim devem ser iniciados com muito diálogo e oração. Daí segue-se um bom planejamento.

Quem sabe não se inicie um belo processo de igrejas madrinhas e igrejas adotadas aqui no Brasil!? 

Que o bom Deus nos dê a direção!

NOTA: Devemos a inspiração e algumas ideias do texto acima a Thom S. Reiner e seu texto originalmente publicado por The Foster Church Movement.