quinta-feira, 25 de julho de 2019

Você Convida Pessoas de Fora Para a Sua Igreja?

Será que é mesmo importante incentivar os membros da igreja local a convidarem pessoas de fora? 

Por quais razões deveríamos convidar outras pessoas para a igreja?

Se a minha igreja ainda está passando por um processo de revitalização, será que é saudável convidar "estranhos" para virem participar das programações?

Talvez pastores e líderes que servem em igrejas que claramente necessitam de um processo de revitalização se deparem com essas dúvidas.São questões honestas que precisamos encarar como igreja.

Quem já não ficou em dúvida sobre se deveria ou não convidar aquele amigo, um vizinho, aquela família do amigo dos filhos para virem até a igreja? E se eles não gostarem? E se o pastor falar sobre dízimo, dinheiro e contribuição? E se acharem nosso templo e nossa liturgia muito antiguados? Quem nunca viveu dilemas assim?

Se você é pastor, como tem agido? Você costuma incentivar os membros a convidarem outras pessoas para a igreja?

Inicialmente diríamos que o simples fato de nossa igreja local estar passando por um processo de revitalização não nos deveria intimidar de convidar e trazer outros. Afinal, um processo de revitalização passa por pessoas. E, quem sabe, essa pessoa pode ser você.

Qual melhor maneira de revitalizar do que despertar para aqueles à nossa volta e que ainda não foram alcançados pelo Evangelho?

Ao convidar outras pessoas para a igreja você não está apenas pensando em acrescentar números aos frequentadores do culto, mas, em convidar pessoas a conhecerem a graça de Deus e a se juntarem na missão desse Deus.

Outro benefício para a igreja local, quando novas pessoas chegam, é despertar os membros para o mundo lá fora. Nenhuma igreja deveria perder esta perspectiva. Se a sua igreja local está centrada por demais em si mesma, então, traga gente nova e ajude os membros a focarem para além de seus próprios umbigos.

Toda igreja local tem problemas, é verdade. Mas, ninguém segue adiante focando apenas os problemas. Erguer os olhos e contemplar os campos prontos para a colheita é necessário. Isso nos impulsiona para frente.

Aponte para as possibilidades. Os membros da igreja precisam ser desafiados a se engajarem na missão de Deus que consiste em abençoar as nações do mundo inteiro.

Revitalize! Convide! Incentive os membros a trazerem seus amigos. E, deixe que Deus faça uma bagunça em sua igreja local. Não existe reforma sem incômodos. Não há revitalização sem mudar algumas coisas. E, às vezes, não é bem como gostaríamos. Mas, se é da vontade de Deus, aquilo que nos deixa mais confortável não importa!

terça-feira, 16 de julho de 2019

Igrejas Locais e Assessorias Externas

Será que igrejas locais precisam mesmo de assessorias externas de vez em quando?

Por que igrejas locais necessitariam de assessoria de pessoas de fora do ambiente da igreja local?

Esclarecendo aqui que aquilo que chamamos de igreja local refere-se a congregação ou comunidade baseada num local específico (templo) onde um grupo se reúne para adorar, celebrar a Ceia do Senhor, encontrar os irmãos, ter culto, enfim, as atividades de uma igreja que se organiza numa determinada região.

Entendemos que à vezes é, sim, importante um olhar de fora. Isso favorece a igreja que procura ser mais saudável. Contar com uma assessoria externa oportuniza olhar a igreja local por novas perspectivas. Assim, pode-se oferecer insights para que a liderança local explore novos caminhos e oportunidades.

As intervenções externas de pessoas especializadas e realmente comprometidas com a vida saudável de uma igreja local, podem ser de extrema utilidade. Infelizmente muitas congregações locais acabam não se abrindo para essa possibilidade ou o fazem quando já é tarde demais.

Outro engano é pensar que assessorias externas seriam apenas para igrejas que estão morrendo. Assim como é importante contar com profissionais especializados para instalações físicas como templo, som e eletricidade, é também fundamental se abrir para pastores e consultores experientes que podem oferecer ajuda para pastores e lideranças locais imersas em seus dilemas em ser uma igreja saudável e relevante.

É fundamental lembrar também que uma igreja local jamais é igual a outra. Por isso, não basta copiar modelos e programas que parecem ser sucesso em outros lugares e achar que vai funcionar de igual modo em minha comunidade. Muitas vezes, uma liderança local sofre essa tentação. Por falta de tempo e de recursos acabam simplesmente importando modelos desconsiderando a cultura e particularidades locais.

Lembre-se que pastorear uma igreja se parece mais com cultivar um jardim do que administrar uma empresa ou dar manutenção em uma máquina. O velho paradigma institucional que acabou se formando e definindo o conceito 'igreja' na cabeça de muitos cristãos precisa urgentemente ser repensado.

A igreja de Jesus Cristo é um todo orgânico para o qual o Senhor chama homens e mulheres para a nobre tarefa de 'cuidar das suas ovelhas'. Sejamos humildes e busquemos ajuda nesta tarefa quando necessário!

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Discernindo os Tempos

"Abram os olhos e vejam os campos! 
Eles estão maduros para a colheita" 
João 4:35 

Interior. Colônia. Campo. Roça.

Nosso Brasilzão é rico em termos e significados. Dependendo da sua região, a palavra para se referir a origem de muitos de nós, brasileiros, muda. O processo urbanizatório ocorrido no Brasil é fenômeno ainda recente. Por isso, é muito comum encontrarmos pessoas que têm a sua história marcada pelos tempos que viveram lá 'na roça'. Pessoas como eu, que cresci no interior do Estado do Espirito Santo, em meio às plantações de café.

Uma coisa que aprendi tendo crescido no interior é observar o clima e antecipar possíveis mudanças. Hoje, vivendo numa capital do sul do Brasil, a experiência do passado apenas se aperfeiçoou. Por aqui o clima é diferente daquele calor da minha infância e juventude.

Eu gosto de caminhar. Herança, talvez, dos tempos que esta era praticamente a única alternativa, mesmo para se deslocar longas distâncias. Caminhar é um bom jeito de estar em contato com a natureza e observar as coisas. É assim também que podemos sentir melhor o clima, a brisa, perceber o farfalhar das folhas nas copas das árvores. De repente, um dia de calorzinho agradável é invadido por um rajada de um ventinho mais gelado. Ou, o contrário, um dia fresco trás a carícia de uma brisa mais quentinha.

Talvez você saiba do que eu estou falando. Qualquer pessoa pode notar esses fenômenos. Basta prestar atenção. Não é preciso nenhum exercício de futurologia e adivinhação. Quem aprendeu a observar a natureza, ficar atendo às mudanças suaves que se antecipam, é capaz de dizer que algo mais substancial está para acontecer. Vai virar! Vem chuva por aí!

Hoje o dia está assim aqui na minha cidade. Foi isso que me levou a pensar no que está acontecendo também na igreja brasileira. Quem presta atenção já percebeu que há sinais que anunciam mudanças. O mesmo processo que tirou as pessoas do campo e levou ao inchaço das cidades representa um grande desafio para as igrejas.

Muita coisa já aconteceu. O protestantismo histórico sofreu muito para encontrar uma linguagem e uma expressão nesta nova realidade. Um dos grupos religiosos que mais cresce em nosso país são aqueles que se declaram "sem religião". Há muita gente frustrada com a religião instituída e com a igreja como a conheceram. Isso não significa, porém, que a evangelização ou a missão estejam em crise. Nem significa que as pessoas estejam fechadas para a espiritualidade. Muito pelo contrário. Há uma verdadeira sede e uma busca por sentido, por significado e realização.

Os sinais indicam mudanças. A Igreja brasileira está se mexendo. Suas várias expressões, seja mais tradicional ou mais inovadoras, não podem se dar ao luxo de apenas esperar que as pessoas venham. É preciso manter a essência da mensagem do Evangelho, mas, também encontrar os meios, os canais que alcancem e impactem o indivíduo imerso num mar de informações e perdido num mundo fragmentado.

É preciso discernir os sinais dos tempos! Confusão e fragmentação requerem um referencial, uma orientação segura, algo em que se possa confiar. Como Igreja de Jesus Cristo, nós precisamos aprender a contar a Grande História. E, assim, convidar as pessoas a se deixarem mover por Aquele que é o grande autor dessa história.

As coisas estão mudando. Sempre mudaram. O que nos aguarda? Uma coisa é certa, Deus permanece o mesmo e se mantém fiel aos seus propósitos. Como Igreja, fazemos parte do movimento de Jesus, o movimento encarregado de levar a missão de Deus ao mundo. Nosso desafio é fazer isso de forma relevante e que gera transformação na vida das pessoas.

Sem sair, sem lançar-se à caminhada, eu jamais sentiria o vento, a brisa quente e suave a me lembrar que estou vivo. Deus age e espera que a sua igreja também se deixe mover pelo seu Espírito Santo! Mudanças, às vezes, assustam. Mas, o friozinho na barriga pode ser gostoso quando encaramos o desafio ao lado de outros!