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domingo, 9 de junho de 2024

Como Utilizar o WhatsApp Para Pastorear Melhor a Igreja


Assim como o smartphone, o WhatsApp tornou-se um elemento comum na vida dos brasileiros. Não é necessário reiterar as vantagens dos meios de comunicação modernos e da interação social. Da mesma forma, não é preciso enfatizar todos os riscos e danos potenciais. Cabe ao cristão analisar, ponderar, discernir e aplicar tudo de forma mais produtiva. 
Então, surge a questão: como usar bem as ferramentas de interação social disponíveis? 
Este artigo tem um objetivo mais específico: como a igreja local pode empregar o WhatsApp para servir à sua missão? O WhatsApp pode ajudar a liderança e o pastor a servir melhor a igreja? Pastorear significa cuidar, acompanhar, visitar, aconselhar e, em suma, guiar o rebanho. O desafio pastoral aumenta com o número de membros da igreja. Como o pastor pode estar efetivamente presente na vida das pessoas? 


É importante esclarecer que não pretendemos sugerir que o WhatsApp ou qualquer outra ferramenta de rede social substitua o contato pessoal. Pastorear requer contato pessoal, face a face. O pastor deve conhecer suas ovelhas e, se ainda não as conhece, deve buscar conhecê-las. Estamos dizendo que redes sociais como o WhatsApp ou Telegram podem apoiar no acompanhamento, presença, cuidado, ensino e aconselhamento da igreja. Como um pastor pode usar eficazmente o WhatsApp para auxiliar seu ministério? Apresentamos iniciativas que podem potencializar o trabalho de liderança e pastoreio. Não é necessário implementar todas. Avalie o que se encaixa melhor na sua realidade.

1. Estabeleça uma estratégia distinta para cada dia da semana. 
O pastor, em sua missão eclesiástica, enfrenta diversos desafios: orar, evangelizar, ensinar, aconselhar, pregar e informar. Em vez de usar o WhatsApp aleatoriamente para diferentes tipos de mensagens e direcionamentos durante a semana, que tal organizar e formalizar os grupos da igreja? Refiro-me ao grupo geral da igreja, onde todos os membros são incluídos (abordaremos os grupos específicos mais adiante). Por exemplo, a igreja pode designar o domingo para pregações, a segunda-feira para orações, a terça-feira para formação, a quarta-feira para evangelização, e assim sucessivamente. Um tema central para cada dia. Diariamente, se possível pela manhã e sempre no mesmo horário, um vídeo, texto ou mensagem relacionado ao tema do dia é compartilhado. 
É crucial que esses grandes grupos sejam bem organizados e transmitam confiabilidade. Grupos desorganizados, com mensagens dispersas enviadas a qualquer hora, tendem a ser desmotivadores. Além disso, esses não devem ser espaços para debates e interações que possam levar a discussões infrutíferas. Portanto, é recomendável que o grupo seja configurado para não permitir respostas, e que somente o pastor ou uma pessoa designada por ele faça as postagens. Os membros devem ser instruídos a enviar dúvidas e comentários diretamente para outro canal, onde possam ser prontamente atendidos.

2. Grupos por Interesse. 
Cada igreja organiza-se com diferentes iniciativas, abordagens e ministérios, o que leva à criação de grupos de WhatsApp de acordo com os ministérios e idades dos membros. Casais, crianças, jovens, homens, mulheres, adolescentes, recém-convertidos, veteranos, entre outros, são grupos que necessitam de abordagens e conteúdos distintos. Devemos evitar os modelos de grupos aleatórios que se limitam a transmitir avisos e a programação da igreja e de seus diversos ministérios. Qual é o foco do grupo? Qual é a ênfase e a missão principal do ministério em questão? Como o grupo de WhatsApp contribui para a realização da missão desse ministério? 
Os grupos formados a partir dos diferentes ministérios da igreja devem servir para aprofundar o que é tratado de forma mais geral na igreja e no seu 'grupão'. Aqueles que precisam de evangelização podem optar por participar de um grupo com esse propósito. Quem deseja formação e aprofundamento bíblico vai querer fazer parte de um grupo que ofereça isso. Para tal, o pastor precisará certamente de apoio. Uma equipe de líderes será essencial.

3. Conteúdos de Qualidade.
Seguindo a tradição e a denominação, cada igreja tem seu perfil doutrinário próprio. A função do pastor inclui ser um guia espiritual para a congregação. Pastorear envolve proximidade, o que implica que, sempre que possível, o pastor deve estar presente na vida dos membros através dos conteúdos que lhes são enviados. Contudo, nem sempre isso é viável. Assim, é responsabilidade do pastor escolher materiais de qualidade para serem usados quando necessário. Com critério e discernimento, ele deve selecionar textos e vídeos para serem compartilhados conforme o planejamento em cada grupo de WhatsApp. 
É crucial que os grupos não se tornem apenas mais um canal de recebimento de conteúdo aleatório. Portanto, uma mensagem direta e pessoal do pastor é essencial, ao menos uma vez por semana em cada grupo. Uma forma de otimizar as oportunidades existentes para criar material é gravar a pregação dos cultos. Essa gravação pode ser compartilhada através de um link no 'grupão' da igreja aos domingos à tarde ou à noite.

4. Não menospreze o poder das redes sociais ou os membros da igreja. 
Menosprezar é não reconhecer o valor adequado. Significa avaliar por baixo. Independentemente da sua vontade, os membros da igreja estão nas redes sociais e consomem conteúdo online diariamente. A pergunta é: quais conteúdos os membros da sua igreja estão consumindo? A que tipo de conteúdo eles têm acesso? Quanto a igreja está contribuindo, fornecendo material de qualidade? No que diz respeito à internet e às redes sociais, muitas igrejas cometem o erro de salientar somente os aspectos negativos, criticando e alertando constantemente para os perigos desse ambiente virtual. Contudo, essa é uma batalha vã. Em vez de gastar energia combatendo, por que não redirecionar o foco e questionar como a igreja pode empregar essa ferramenta poderosa no serviço de evangelização e na construção de vidas?

Considerações
Utilizar o WhatsApp permite uma comunicação rápida e direta com os membros da igreja, facilitando o pastoreio e o cuidado com a comunidade. Permite, ainda, acompanhamento personalizado. Através do aplicativo, é possível acompanhar as necessidades individuais dos fiéis, oferecendo suporte e orientação espiritual de forma mais personalizada. Favorece a disseminação de informações. O WhatsApp é uma ferramenta poderosa para disseminar informações importantes, como horários de cultos, eventos da igreja e mensagens inspiradoras, porém, como vimos, há potencial para ir muito além disso. O objetivo é fortalecer a comunidade. A interação constante pelo aplicativo ajuda a fortalecer os laços entre os membros da igreja, criando uma comunidade mais unida e engajada.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Janelas e Espelhos

O que é uma rede social? 
Ora, é uma espécie de arquivo onde as pessoas registram os pecados dos outros. 
Mas, inclusive os cristãos? Eles também fazem isso? Infelizmente, sim. 

Ninguém escapa da síndrome dos tempos de hoje: sinalizar virtude. As redes sociais se revelaram o meio perfeito para isso. Assim, as redes sociais se mostram o oposto daquilo que são as Sagradas Escrituras. Enquanto registramos os pecados dos outros nas timelines, o salmista reconhece que se o Senhor mantivesse um registro de nossos pecados, quem sobreviveria? (Salmo 130.3). 

Enquanto a Bíblia funciona mais como um espelho a revelar nossas próprias imperfeições, as redes sociais são encaradas como janelas cujo umbral inferior descansamos os cotovelos para observar as mazelas da vida alheia. 

As redes sociais nos colocam entre aqueles que confiam na própria justiça, para os quais Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18. 9-14). De forma mais ou menos clara, ou, mais ou menos dissimulada, nos curvamos diariamente em templos virtuais para bater no peito e declarar que não somos como os outros: ladrões, corruptos, adúlteros, abortistas, homossexuais, bolsonaristas, lulistas, isentões... 

Enquanto isso, as Sagradas Escrituras nos revelam um apóstolo humilhado ao se enxergar como realmente é: 

“Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (Romanos 7.24) 

O realismo cristão nos coloca a todos no mesmo barco. Navegando pelas redes da internet somos todos pecadores, carentes da graça e misericórdia de nosso Deus! 
Jesus nos convida, como povo da nova aliança, a também nas redes sociais demonstrarmos que vivemos por sua vocação de perdoar.