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sábado, 23 de setembro de 2023

A Carta aos Gálatas: Liberdade em Cristo e a Justificação pela Fé

 Você já leu a Bíblia hoje?

Que tal uma leitura e reflexão numa das cartas do apóstolo Paulo?

O que encontraremos nessa breve carta?

Introdução

A Carta aos Gálatas, encontrada no Novo Testamento da Bíblia, é uma das epístolas mais importantes escritas pelo apóstolo Paulo. Neste artigo, exploraremos o contexto histórico e teológico dessa carta e sua relevância contínua para a compreensão do cristianismo.



Contexto Histórico

A carta foi escrita por volta de 49-50 d.C., após a primeira viagem missionária de Paulo e o Concílio de Jerusalém. Durante essa viagem, Paulo visitou as igrejas na região da Galácia, que abrange a moderna Turquia. No Concílio de Jerusalém, os líderes cristãos chegaram a um acordo sobre a relação entre a fé em Cristo e a observância da Lei Judaica para os gentios convertidos.

O Conflito Teológico

Paulo escreveu a carta aos Gálatas em resposta a ensinamentos errôneos que surgiram nas igrejas da Galácia. Alguns cristãos judaizantes estavam ensinando que os gentios precisavam se submeter à circuncisão e à Lei Mosaica para serem verdadeiros seguidores de Cristo. Isso levou a um conflito teológico crucial.

A Mensagem de Gálatas

A principal mensagem de Gálatas é a justificação pela fé em Jesus Cristo. Paulo enfatiza que a salvação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo. Ele argumenta que a fé é o caminho para a liberdade espiritual e que os crentes não estão mais sob o jugo da Lei.

Relevância Contínua

A carta aos Gálatas continua a ser relevante hoje. Ela nos lembra que nossa salvação é baseada na graça de Deus e na fé em Cristo, não em nossas obras. Também nos desafia a não nos tornarmos escravos de legalismos religiosos, mas a abraçar a liberdade que temos em Cristo.

Conclusão

A Carta aos Gálatas é uma das joias teológicas do Novo Testamento. Ela nos ensina sobre a importância da fé em Cristo e da liberdade espiritual. À medida que exploramos os ensinamentos de Paulo nesta carta, somos lembrados de que a nossa salvação é um presente gracioso de Deus, recebido pela fé, e que somos chamados a viver em liberdade, servindo a Deus e aos outros com amor.

Boa leitura!

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Quem é o Seu Ananias?

 

Há quase dois mil anos atrás, numa região distante de nós, vivia um homem enérgico e falador. Porém, não era muito atraente e, por suas origens, costumava ser desprezado. Sua vida consistia em viajar de cidade em cidade, enfrentando muitos perigos e ameaças para anunciar uma poderosa mensagem capaz de transformar vidas. Mas, nem sempre foi assim.A história de Paulo começou como Saulo. Cresceu numa casa onde aprendeu, desde criança, a se localizar em diferentes textos. A Torá, que conhecemos hoje como os primeiros livros da Bíblia, logo lhe foi apresentada. Coisa comum numa antiga casa judaica. Uma casa onde havia a prática de orações e a celebração das festas tradicionais de seu povo. Saulo cresceu como um religioso que se empenhava com zelo por sua tradição. 

Como costuma acontecer nas religiões, o judaísmo da época apresentava suas próprias linhas de pensamento. Saulo caminhou por uma proposta mais zelosa, mais radical, empenhada em garantir um judaísmo puro, fiel à Torá. Para isso, os ímpios teriam que ser duramente combatidos. Para o zelo religioso de Saulo de Tarso, o movimento em torno de um tal Jesus era algo perigoso demais e deveria ser combatido. As coisas espalhadas por homens como Estevão eram considerados um verdadeiro veneno, perigoso demais para ser tolerado. Saulo assiste impassível seus homens apedrejarem até a morte aquela ameaça ao Templo de Jerusalém. As coisas, porém, ainda se complicam muito mais. Imagine que os seguidores daquele galileu, agora, já se agitam anunciando que o crucificado ressuscitou. 

Saulo se empenhava com todo o seu zelo contra esta ameaça ao Templo de Jerusalém. Os primeiros cristãos logo ouviriam falar do impiedoso perseguidor que percorria os vilarejos atrás dos seguidores do Caminho. Não era fácil para eles acreditarem que aquele homem implacável havia mudado. Saulo se torna Paulo quando compreende que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó finalmente fez aquilo que sempre dissera, como aparece na tradição. Paulo entende que a Escritura se cumpre. Sim, ela se cumpre como talvez nem mesmo o zeloso e estudioso Saulo poderia imaginar. 

O impacto daquele evento na estrada de Damasco fez com que o homem iluminado, conhecedor meticuloso das leis, de repente se visse cego, ofuscado por uma realidade que mudaria o mundo. Saulo é tomado pela mão pelos companheiros. Precisa se deixar conduzir para algo novo que estava para se descortinar diante dele. A quem caberia o desafio de ser o mentor nesta nova fase da vida de Saulo? 

Enquanto as coisas aconteciam na estrada de Damasco, Deus já orientava um homem chamado Ananias, encarregado de introduzir Saulo em diversos temas que modelarão sua vida e sua obra daí para frente. Como é característico dos discípulos fiéis e obedientes, Ananias segue para cumprir aquilo que Deus lhe pede. Com alguma ansiedade, preocupação e nervosismo, é verdade, mas, ele segue em frente a fim de cumprir a missão. Encontra Saulo orando e o saúda. Chama-o de irmão. Depois de três dias de turbulência e cegueira, Saulo é apresentado ao seu mentor. Aquele que o ajudaria e o guiaria para uma nova jornada. Surge Paulo. Algo como escamas caem de seus olhos. É batizado. Ele está preparado para passar alguns anos sendo moldado para um novo desafio. 

Paulo é autor de boa parte daquilo que hoje conhecemos como o Novo Testamento. Foi um instrumento precioso nas mãos de Deus a espalhar o Evangelho no mundo antigo. Sua influência e seus escritos atravessaram os séculos e causam impacto ainda hoje, como poucos escritos são capazes. Assim, Deus continua conduzindo a história por meio de homens e mulheres que, de repente, se dão conta de que algo maior está acontecendo. O risco é interpretarmos os tombos pelo caminho como meros acidentes ocasionais. 

Chega o momento em nossas vidas em que precisamos nos deixar conduzir e orientar para novos desafios. Deus usou o apóstolo Paulo de forma tremenda para mudar a vida de muitas pessoas. Antes, porém, existiu um Ananias que estava disposto a se deixar usar por Deus para abençoar a vida de Paulo. Todos nós, em nossa jornada, precisamos de pessoas dispostas a nos tomar pela mão, e caminhar conosco, indicando e orientando os rumos. Quem é o seu Ananias? 
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Leia a cativante reconstrução da vida do apóstolo Paulo feita pelo mais importante teólogo do Novo Testamento da atualidade, N. T. Wright:  



domingo, 21 de março de 2021

Uma Palavra aos Pastores

Você é pastor? Temos uma palavra a dizer para você que é pastor! 

Você conhece bem as cartas aos Coríntios. Certamente já pregou sobre elas. 

A igreja de Corinto era uma igreja difícil, para dizer o mínimo. Eles estavam divididos. Eles eram carnais. Eles toleravam o pecado. Eles viviam em disputas entre si. Eles discutiram sobre a liberdade cristã, os dons espirituais e a ressurreição. Polêmica era com eles mesmos. 

Talvez esta igreja fosse aquele tipo que a maioria de nós NÃO gostaria de pastorear. Bem, talvez, alguns de nós, por outro lado, gostemos de desafios. E é exatamente esse tipo de igreja que gostaríamos de encarar. 

Quem sabe, você esteja liderando uma igreja que tem seus próprios problemas semelhantes. Há dois breves trechos da primeira carta de Paulo aos Coríntios que gostaríamos de destacar. Um do começo e outro do fim da carta: 

"Sempre dou graças a meu Deus por vocês, por causa da graça que lhes foi dada por ele em Cristo Jesus. Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês, de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês aguardam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado. Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor" 1 Coríntios 1.4-9 

"Recebam o amor que tenho por todos vocês em Cristo Jesus. Amém" 1 Coríntios 16.24 

Paulo começa esta carta expressando gratidão: “Estou grato a Deus por vocês” e, em seguida, fecha a carta dizendo “Eu amo muito todos vocês”. 

Assim Paulo abre e fecha a sua carta. A maioria de nós, talvez, diria algo diferente para esta igreja: "Vocês são uma grande bagunça". E, seria verdade. Eles estavam bagunçados em suas vidas, relacionamentos, testemunho. A imoralidade era outra marca na vida daquelas pessoas. 

Mas essa bagunça não determinou a palavra de Paulo. Pela graça de Deus, ele manteve seu foco na gratidão e no amor. Quando você faz isso, você pode suportar muitas confusões na igreja - e mostrar a graça transformadora de Deus na maneira como você lidera e ama sua congregação, sua comunidade, a sua igreja local, que você foi chamado a servir. 

Devemos lidar com os problemas, mas a gratidão e o amor superam a tristeza e a frustração. 

Que a gratidão e o amor sejam a marca do teu ministério. 
Deus te abençoe e, seja você, uma benção!

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Envia o Estagiário!

Antioquia é uma cidade estratégica a ser estudada enquanto exemplo para nos ensinar sobre a missão cristã a partir da igreja primitiva. Terceira maior cidade do mundo antigo. Primeira cidade onde o cristianismo fincou pé. Uma igreja constituída de judeus e gentios.

Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (Atos 11:25,26)

Nas palavras do missiólogo David Bosch, “...ao passo que os hebreus encontravam sua identidade no passado de Israel e de Jesus, os helenistas entendiam-se como o elo com o futuro, não só como arautos de um Israel renovado, mas como vanguarda de uma nova humanidade”.

Há, sem dúvidas, diversas lições que poderíamos tirar da igreja de Antioquia para o ser igreja em missão nos dias de hoje. Destaco, no entanto, um fator que chama a atenção pelo contraste com a realidade atual. Em Atos lemos que “na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:1,2).

Está se formando ali, naquela primeira grande comunidade cristã urbana e miscigenada, um movimento missionário com olhar para além de si mesmos (Atos 13.4). Onde estaria o contraste com a realidade de nossas igrejas e agências missionárias de hoje? Quando a igreja de Antioquia decide que vai enviar missionários para plantar igrejas em novos lugares, eles “incumbiram seus dois líderes mais talentosos e experientes para ir”, nos lembra Bosch e os versículos de Atos 13.

Salvo raras exceções, nossas igrejas hoje desejam obter sucesso no empreendimento missionário enviando jovens, recém-formados, inexperientes e imaturos na fé para este grande desafio. Enquanto isso, os mais experientes e talentosos acabam fazendo carreira em instituições eclesiásticas e agências burocráticas, quando não disputando igrejas grandes e consolidadas, em busca de status e poder.

Não admira que tantos missionários voltem quebrados, frustrados e doentes dos campos missionários! Missão transcultural é assunto sério e requer experiência e muito preparo!