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domingo, 21 de março de 2021

Uma Palavra aos Pastores

Você é pastor? Temos uma palavra a dizer para você que é pastor! 

Você conhece bem as cartas aos Coríntios. Certamente já pregou sobre elas. 

A igreja de Corinto era uma igreja difícil, para dizer o mínimo. Eles estavam divididos. Eles eram carnais. Eles toleravam o pecado. Eles viviam em disputas entre si. Eles discutiram sobre a liberdade cristã, os dons espirituais e a ressurreição. Polêmica era com eles mesmos. 

Talvez esta igreja fosse aquele tipo que a maioria de nós NÃO gostaria de pastorear. Bem, talvez, alguns de nós, por outro lado, gostemos de desafios. E é exatamente esse tipo de igreja que gostaríamos de encarar. 

Quem sabe, você esteja liderando uma igreja que tem seus próprios problemas semelhantes. Há dois breves trechos da primeira carta de Paulo aos Coríntios que gostaríamos de destacar. Um do começo e outro do fim da carta: 

"Sempre dou graças a meu Deus por vocês, por causa da graça que lhes foi dada por ele em Cristo Jesus. Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês, de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês aguardam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado. Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor" 1 Coríntios 1.4-9 

"Recebam o amor que tenho por todos vocês em Cristo Jesus. Amém" 1 Coríntios 16.24 

Paulo começa esta carta expressando gratidão: “Estou grato a Deus por vocês” e, em seguida, fecha a carta dizendo “Eu amo muito todos vocês”. 

Assim Paulo abre e fecha a sua carta. A maioria de nós, talvez, diria algo diferente para esta igreja: "Vocês são uma grande bagunça". E, seria verdade. Eles estavam bagunçados em suas vidas, relacionamentos, testemunho. A imoralidade era outra marca na vida daquelas pessoas. 

Mas essa bagunça não determinou a palavra de Paulo. Pela graça de Deus, ele manteve seu foco na gratidão e no amor. Quando você faz isso, você pode suportar muitas confusões na igreja - e mostrar a graça transformadora de Deus na maneira como você lidera e ama sua congregação, sua comunidade, a sua igreja local, que você foi chamado a servir. 

Devemos lidar com os problemas, mas a gratidão e o amor superam a tristeza e a frustração. 

Que a gratidão e o amor sejam a marca do teu ministério. 
Deus te abençoe e, seja você, uma benção!

domingo, 20 de setembro de 2020

Sobre Pastores Que Estão Prestes a Desistir

É difícil saber quem são as pessoas que leem textos como este aqui. Cristão em geral, imagino. Também líderes e pastores.

O tempo de pandemia gerou muita reflexão. Também na igreja, é claro. Muitas pessoas pararam para refletir sobre a vida, as prioridades, as coisas que realmente importam.

Recentemente uma famosa jornalista surpreendeu muita gente ao anunciar mudanças em sua vida. Ao deixar uma grande emissora focada em notícias ela afirmou que deseja priorizar seus propósitos daqui pra frente.

O exemplo serve para alertar a igreja sobre seus pastores. Em seu blog, o consultor de igrejas Thom S. Rainer afirma que tem se comunicado com muitas equipes pastorais durante o período da quarentena devido ao COVID-19. Sua constatação é que muitos desses pastores estariam demonstrando um forte desejo por deixar o ministério. 

Embora Rainer seja conhecido também em círculos internacionais, provavelmente ele esteja baseando suas informações mais ao contexto norte americano. Ainda assim, não nos parece difícil deduzir que pode ser, sim, uma tendência mais geral. Períodos como este que passamos não são comuns. A parada forçada certamente levou muitos de nós a refletir e repensar. O quanto tudo isso será capaz de gerar impulsos para mudanças mais radicais ainda está para ser constatado. 

No entanto, embora o caráter específico de muitas mudanças ainda não estejam tão evidentes, de uma coisa poucos parecem duvidar: haverá mudanças. No caso de pastores demonstrando o desejo de deixar o ministério para focar em outras carreiras, Thom Rainer afirma se tratar de uma tendência que a crise do COVID-19 apenas exacerbou. A mudança já era latente. 

Há um detalhe importante aqui. Rainer não afirma que esses pastores estejam tão somente frustrados e desejosos por abandonar o ministério. Certamente há, entre eles, alguns assim. Mas, acontece que há um desejo por novos modelos frente às igrejas negativas e apáticas que vem caracterizando parte do segmento cristão. 

Entre os motivos listados por Rainer, pastores estariam desejando mudanças em seu ministério porque também eles estão cansados com a pandemia. Pastores, geralmente, gostam de pessoas. E, estão sentindo falta do contato, dos relacionamentos, de pastorear. Tiveram tempo para refletir sobre tudo isso. E, se perguntam se uma retomada na rotina significa, de fato, poderem dar prioridade a sua verdadeira vocação. 

Tantos pastores também estariam cansados da politização que se fez em torno da pandemia. Veem suas igrejas divididas politicamente, fazendo das máscaras, do isolamento, do ter ou não ter eventos públicos muito mais uma bandeira política do que uma genuína preocupação com a segurança geral. 

Embora nem tudo se resuma a números, existe muita pressão sobre os pastores nessa área. O número de membros e a arrecadação financeira das igrejas recaem sobre os pastores. Muitos vivem a insegurança de como será daqui pra frente: os membros retornarão? A igreja conseguirá seguir em frente? Haverá recursos suficientes? Haverá necessidade de cortes? Será possível continuar apoiando todos os ministérios como antes? O futuro financeiro nebuloso gera ansiedade e medo. 

Muitos pastores estariam experimentando um crescimento no número de críticas recebidas depois da pandemia. Os motivos podem ser diversos. É evidente que os membros das igrejas também estejam cansados e angustiados. Para muitos, o alvo mais evidente das críticas é o pastor. Sem falar da pressão de membros que exigem posicionamentos públicos de seus pastores frente a temas políticos e ideológicos diante dos quais é difícil se posicionar sem se comprometer com algum segmento e, consequentemente, desagradar ainda mais. 

Há ainda muitos pastores que experimentaram aumento na carga de trabalho. Embora muitas pessoas vejam o trabalho pastoral meramente como executar e coordenar programas, a realidade é que o serviço pastoral vai muito além disso. A realidade de pandemia obrigou a muitos a se adequarem para continuarem parecendo relevantes. O desafio da realidade digital levou a novos aprendizados, mais esforço, novas atividades. Tudo isso aliado ao fato de que a demanda por atendimento pastoral cresceu durante a pandemia. 

Enfim, pastores também sentem se esgotados, pressionados e desanimados. 

Talvez nem todos sintam-se encorajados a declarar suas intenções. Mas, não será surpresa se você também ouvir de seu pastor que ele está desejando mudar.