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terça-feira, 27 de junho de 2023

A Busca pela Identidade: uma perspectiva cristã

No ano de 2015 o pastor Tim Keller proferiu uma palestra em Washington onde abordou o tema da identidade. Sua proposta foi de que é possível, em Cristo, encontrarmos a nossa nova identidade, uma identidade capaz de lidar tanto com o sucesso como com o fracasso. Uma identidade que não se pauta pelos ventos seculares e suas inúmeras influencias. Vamos compartilhar em mais detalhes os insights de Keller.

 

A busca pela identidade é um dos pilares fundamentais da sociedade atual. Talvez o único absoluto moral que restou. Em um mundo marcado por inúmeras influências e narrativas culturais, torna-se essencial compreender o verdadeiro significado de ser você mesmo. No contexto cristão, a identidade desempenha um papel central, pois vai além de uma mera busca por autodesenvolvimento. Na verdade, é uma dádiva recebida ao adotar a fé cristã, que concede uma nova identidade e propósito. Os cristãos não são apenas pessoas que estão tentando ser melhores. Os cristãos são pessoas que receberam uma nova identidade.

Para compreender melhor esse tema, é necessário examinar primeiro a abordagem da nossa cultura moderna em relação à identidade e, em seguida, compará-la com a perspectiva cristã. É importante destacar que muitos cristãos, embora concordem com as doutrinas e acreditem na Bíblia, ainda são profundamente influenciados pela narrativa cultural da identidade. Isso pode ser uma das razões pelas quais, mesmo após abraçarem a fé cristã, enfrentam dificuldades em realizar mudanças significativas em suas vidas.

A identidade pode ser entendida como a autocompreensão estável, a essência fundamental de quem você realmente é. Embora tenhamos papéis e responsabilidades na vida, como pai, filho, profissional, é importante descobrir o que nos define verdadeiramente no âmago de nosso ser. Além disso, a forma como nos sentimos em relação a essa identidade também desempenha um papel significativo. A autopercepção e a autocompreensão influenciam diretamente nossa jornada pessoal.

No entanto, existem desafios inerentes a essa busca pela identidade autêntica. Três razões importantes demonstram por que a abordagem cultural contemporânea falha nesse aspecto. 

Incoerência

Em primeiro lugar, é incoerente, pois ao analisarmos nossos desejos e sonhos mais profundos, frequentemente percebemos contradições internas. Desejamos ter uma carreira bem-sucedida, mas também ansiamos por relacionamentos significativos. Esses desejos contraditórios revelam a complexidade da natureza humana e nos questionam sobre o que realmente valorizamos. Somos seres cujos desejos não se harmonizam perfeitamente. Portanto, escolher entre esses desejos contraditórios se torna um desafio complexo.

Instabilidade

Além disso, a busca pela identidade é instável. Para que uma identidade seja consistente, é necessário ter um núcleo estável que nos torne a mesma pessoa em diferentes situações e ambientes. Se basearmos nossa identidade apenas em sentimentos mutáveis, seremos facilmente influenciados pelas circunstâncias e não teremos uma verdadeira essência pessoal. A busca por uma identidade estável requer uma base sólida, capaz de resistir às mudanças e desafios do cotidiano.

Ilusória

A abordagem cultural da identidade também é uma ilusão. Ao seguirmos cegamente as tendências da cultura, buscando a aprovação e validação de diferentes grupos, nos tornamos prisioneiros de uma busca infinita e inalcançável. Nunca seremos verdadeiramente livres se nossa identidade for construída com base nas opiniões e padrões em constante mutação da sociedade.

A Perspectiva Cristã

É nesse ponto que a perspectiva cristã oferece uma alternativa única e transformadora. A verdadeira identidade e autoestima positiva vêm da aceitação e do amor incondicional que recebemos de Deus. A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem de Deus e que somos amados por Ele, independentemente de nossas falhas e imperfeições. Em vez de buscar validação em conquistas, aprovação externa ou conformidade com as narrativas culturais, a fé cristã nos convida a encontrar nossa identidade no amor e propósito divinos.

Quando reconhecemos que nossa identidade é firmemente enraizada no amor de Deus, experimentamos uma liberdade genuína. Somos livres para sermos autênticos, para nos esforçarmos em alcançar nossos objetivos sem o fardo da busca incessante pela aceitação externa. Essa perspectiva nos permite abraçar quem realmente somos e viver de acordo com o propósito divino para nossas vidas.

Viver em uma cultura obcecada pela identidade pode ser sufocante, pois somos constantemente pressionados a nos definir e atender a padrões inatingíveis. No entanto, quando nos rendemos ao amor e ao perdão incondicionais de Deus, encontramos uma identidade estável e verdadeira. A fé cristã oferece uma visão única de uma vida plena, na qual somos aceitos e amados independentemente de nossas falhas e desqualificações. A busca pela identidade genuína encontra seu significado na graça e no sacrifício de Jesus Cristo.

Portanto, ao compreender a diferença entre a abordagem cultural e a perspectiva cristã da identidade, somos capazes de estabelecer uma base sólida para nossa autocompreensão. Ao abraçar nossa identidade em Cristo, encontramos verdadeira liberdade e propósito, permitindo que nosso eu mais autêntico seja revelado ao mundo.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

O Que Fazer Enquanto Jesus Não Volta?

Se o que importa mesmo é o céu, para onde os cristãos acreditam que irão, um dia, o que estamos fazendo aqui ainda? 

Céu. Eternidade. Reino de Deus. Será que sabemos mesmo do que estamos falando quando mencionamos essas coisas? Quando, afinal de contas, começa esse tal reino de Deus? 

Se o propósito de Deus é que os cristãos herdem e vivam em seu reino, o que nós ainda estamos fazendo aqui? 

Há quem não acredite que eu esteja fazendo uma pergunta dessas. Afinal de contas, a resposta para tudo isso é evidente: 'nossa missão aqui é o de evangelizar. Garantir que o máximo de pessoas se convertam e possam, também irem para o céu'. 

Sim. Evangelizar é parte da chamada grande comissão: 

"vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei" (Mateus 28.19,20) 

Pensando bem, o que Jesus ordenou é mais amplo do que 'evangelizar'. Na verdade, o que ele manda a igreja fazer, no texto de Mateus, é discípulos: "façam discípulos". 

Discípulo faz discípulo. E, mais o que? Afinal de contas, vivemos num determinado momento histórico, temos família, fazemos parte de uma sociedade, existe toda uma realidade social, política e econômica. 

Como os discípulos de Jesus devem lidar com tudo isso? Será que a Palavra de Deus tem algo a nos dizer a respeito? 

Parte integrante do discipulado é aprender sempre. Uma das coisas que Jesus mais fazia em seu relacionamento com os doze discípulos era lhes ensinar, reorientar o seu entendimento das coisas. 

As parábolas de Jesus apontavam para o reino de Deus. Por isso, acreditamos que elas contém muito ensinamento precioso para a igreja, os discípulos de Jesus hoje. 

O que a famosa parábola dos talentos (Mateus 25.14-30 ) teria a nos ensinar a respeito de como os cristão devem viver enquanto aguardam o retorno de Cristo?