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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O PROBLEMA DO MAL

Você já leu o relato do dilúvio e da arca de Noé?

Com o relato do Dilúvio, que podemos ler em Gênesis 6ss., Deus mostrou que não se resolve o problema do mal simplesmente eliminando o outro. 
Soluções defendidas nos dias atuais indicam que essa preciosa lição ainda não foi aprendida. As pessoas continuam identificando o mal de forma equivocada e, assim, lutam contra grupos, etnias, culturas, enfim, "carne e sangue", perdendo de vista o cerne da questão. 
Enquanto uns acham que vão resolver o problema do mal lançando bombas sobre os 'inimigos', outros acreditam que podem implantar um reino de paz e justiça via revolução ou golpe militar. Não demora para que aqueles que ficam, se embriaguem com sua vitória e revelem que, na verdade, nada ainda foi vencido ("Bebeu do vinho, embriagou-se e ficou nu dentro da sua tenda" - Gênesis 9:21). 
Logo nos encontraremos novamente buscando edificar templos, torres e cidades em busca de fama, prestígio e autoglorificação ("Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra" - Gênesis 11:4). 
O mal (verdadeiro) não permite que o espelho diante de nós revele algo que nos denuncie. E, assim, continuaremos focando no inimigo errado! "Foi ela..."; "Foi ele..." (Gênesis 3.12-13).

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Então disse o Senhor Deus: "Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal" (Gênesis 3.22)

Quando lemos o relato da Queda, em Gênesis 3, conseguimos, quando muito, nos identificar com o casal de seres humanos que foi enganado pela serpente. A própria palavra 'enganado' já volta a nos iludir e revela que não aprendemos muito depois disso. Continuamos a nos ver como vítimas incapazes de assumirem a responsabilidade pelos seus atos. Foi ele, foi ela, foi o diabo, qualquer um, menos eu! 

A Queda, porém, é tão mais danosa que nos faz ignorar que não só passamos a ser imitadores daquele primeiro casal, fugindo de nossas responsabilidades e dando desculpas esfarrapadas. Além disso, deixamos de buscar e nos orientar por Deus, aquele que nos criou à sua imagem e semelhança, para nos espelharmos na própria serpente. Assim como ela, semeamos a duvida, colocamos a Palavra de Deus sob suspeita, levamos outros ao erro, mentimos e, vejam só, até dizemos a verdade. Esta, porém, sempre misturada ao erro, à mentira, à dúvida, afinal, a verdade só importa como instrumento para manipular, enganar, desviar. São as meias verdades que, no fim, não passam de mentiras completas. 

Foi isso mesmo que Deus disse? Não. Não é bem assim! 

Nas palavras do Reformador Martim Lutero: 

“...a maior tentação foi ouvir uma outra palavra e afastar-se daquela que Deus havia proferido”. 

Depois disso, não queremos mais ouvir qualquer outra voz a não ser a nossa. Já acreditamos piamente na verdade da serpente: “...seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus” (Gênesis 3.5).

sábado, 15 de maio de 2021

Ídolos: o problema com a idolatria

Quem é o teu ídolo? 

A palavra ídolo é muito utilizada. Na música e nos esportes existem os ídolos. Aquelas pessoas que se destacam, que alcançam fama, sucesso e fortuna. 

Outro contexto onde a palavra é comum, encontraremos no mundo religioso. 

Bíblia também fala dos ídolos. Idolatria é um tema comum. Aparece como algo tão sério que Deus, nos Dez Mandamentos, inclui a mensagem de que o povo não fizesse imagens para representar o Senhor.

Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto” (Êxodo 20.3-5) 

Qual seria o mal em ter um ídolo? 

Por que a idolatria é um pecado? 

O detalhe que chama a atenção nesta passagem se destaca por causa de outro verso do Antigo Testamento. Uma palavra que já encontraremos no relato da Criação: 

Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27) 

Será que Deus nos proíbe de fazer imagens porque já existe a imagem de Deus no mundo? 

Este é o nosso tema no vídeo abaixo. Ao lado da inimizade, da escravidão e do exílio, a idolatria é outra condição humana após a Queda.
 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Deus é nosso inimigo?

Em nosso post anterior abordamos as quatro condições da humanidade que definem a realidade humana pós queda. 

Nos encontramos numa situação de quem precisa ouvir e receber uma notícia boa. 

Dissemos que esta condição implica em inimizade, idolatria, escravidão e exílio

Começando pela inimizade, produzimos outros vídeos para tratar mais detalhadamente cada uma dessas situações. 

Deus criou todas as coisas. Sua avaliação foi sempre a de que as coisas ficaram boas. O bom inclui beleza, harmonia, equilíbrio, justiça, amizade, alegria, confiança, saúde, fertilidade, paz... Tudo isso formam o shalom: um ambiente de plena presença de Deus. 

A criação oferecia tudo de forma rica, integrada, para o desenvolvimento de uma vida plena. Quando nós olhamos para o mundo hoje vemos que alguma coisa deu errado. Os conflitos, as pandemias, a violência, a corrupção, a injustiça, a degradação ambiental, a mentira, nada disso deveriam existir. No entanto, é o que mais se vê no noticiário todos os dias. E, sejamos realistas: não precisamos do noticiário para percebermos essas coisas. 

Basta sairmos às ruas, caminharmos por aí e prestar atenção à realidade. O coração fica apertado ao vermos crianças vendendo doces nas sinaleiras, moradores de rua tratados sem dignidade, pessoas sofrendo e, até morrendo, a espera de um leito de hospital. Pessoas com depressão. Suicídios. Brigas familiares, muitas vezes, pelos motivos mais banais. Mentiras, golpes, egoísmo. E, mesmo que não foquemos nos noticiários e nem a realidade à nossa volta, basta um exame sincero de nossa própria vida, de nossos pensamentos, para constatarmos que não, o mundo não permaneceu naquela condição muito boa com a qual Deus o criou. 

O que aconteceu? 

Nas palavras do teólogo holandês, Herman Bavinck: 

“O pecado arruinou toda a criação, convertendo sua justiça em culpa, sua santidade em impureza, sua glória em vergonha, sua bem-aventurança em miséria, sua harmonia em desordem e sua luz em trevas” 

O ser humano não se sente mais confortável e à vontade na presença de Deus. Alguma coisa passou a interferir no relacionamento entre Deus e os seres humanos. Uma inimizade se instala. Deus já não é mais visto da mesma maneira que antes. E esta rebelião contra Deus afeta todas as relações humanas. O que antes, em Deus era harmonia, agora, com o pecado, é separação. 

No vídeo abaixo falamos sobre as quatro dimensões das relações humanas que foram afetadas pela queda gerando inimizade em todas as esferas.
 

sábado, 10 de abril de 2021

Igreja e Fake News*

Geralmente as pessoas relacionam as notícias falsas à era digital da internet e das redes sociais. No entanto, vamos mais devagar, pois aí já podemos estar acreditando em algo que não corresponde totalmente à verdade. Quem cria e propaga notícias falsas somos nós, as pessoas. Os meios podem até facilitar o processo, no entanto, há sempre alguém operando. A realidade é que notícias falsas são coisa muito antiga. Não precisamos atualizar o vocabulário ou importar estrangeirismos para compreendermos aquilo que realmente queremos dizer com Fake News. Trata-se, tão somente, da velha e bem antiga mentira. 


A primeira Fake News da história é relatada pela bíblia. O primeiro casal que Deus colocou no jardim recebeu orientações claras a respeito da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17). No entanto, a serpente veio colocar em dúvida as orientações de Deus. Quando, finalmente, o clima de suspeita estava instalado, veio a mentira: “Certamente não morrerão!” (Gênesis 3.4). Depois disso, a história da humanidade passou a ser marcada pela mentira, fofocas, boatos, calúnias e dissimulação. Isaías tinha clareza quanto ao mal que a língua pode produzir: “as suas mãos estão manchadas de sangue, e os seus dedos, de culpa. Os seus lábios falam mentiras, e a sua língua murmura palavras ímpias. Ninguém entra em causa com justiça, ninguém faz defesa com integridade. Apoiam-se em argumentos vazios e falam mentiras; concebem maldade e geram iniquidade” (Isaías 59.3-4). 

O termo Fake News tornou-se mais popular a partir das eleições americanas que elegeu Donald Trump presidente dos Estados Unidos em 2016. Mas, entrou definitivamente no vocabulário brasileiro em 2018. Assim, Fake News geralmente aparece associado a uma estratégia política utilizada em campanhas eleitorais. Consiste, basicamente, em criar e disseminar notícias falsas com intuito de gerar uma rejeição contra determinado candidato. Contextos políticos polarizados como foram as eleições presidenciais nos Estados Unidos e no Brasil, favorecem esse tipo estratégia. Isso porque a eleição costuma ser decidida não tanto pelo voto na melhor opção, mas, sim, no “menos pior”, ou seja, a eleição se decide com base na menor rejeição. As Fake News, portanto, fazem o papel de destruir ao máximo a reputação de alguém com o objetivo de gerar no eleitor a maior rejeição possível. Mas, não podemos nos restringir ao contexto político. É conhecido o efeito das Fake News também na área da saúde, da economia, da educação, das famílias e até mesmo da igreja. Vacinas são postas em dúvida quanto à sua eficácia; informações são criadas para impulsionar o preço de produtos e influenciar a bolsa de valores; a história é recontada segundo a versão que interessa a determinada ideologia; casais brigam e até se separam por causa de fofocas; líderes e pastores tem a reputação destruída por inveja e vaidade. 

Ao rejeitar o conselho e orientação de Deus, Adão e Eva deram início a tudo que acompanhamos e vivemos hoje em termos de mentiras e boatos. Se as pessoas criam e propagam notícias falsas, temos hoje uma tecnologia disponível que torna tudo mais rápido e fácil. Enquanto antigamente se observava da janela os acontecimentos e passava-se adiante a interpretação dos fatos de boca em boca, hoje, com grupos de Whatsapp e redes sociais, a fofoca foi elevada a um novo nível. É impressionante a criatividade e o tempo disponível para a criação de notícias falsas. Grandes interesses ocultos fazem com que haja pessoas dedicadas que, inclusive, são pagas exclusivamente para passarem o dia criando boatos que serão propagados na internet. Isso é possível porque sabem que milhões de pessoas estão prontas a passar adiante qualquer coisa que receberem sem se darem o trabalho de verificar a credibilidade da informação. 

Uma das coisas que facilitam a proliferação das Fake News é que elas parecem não ter origem. É muito difícil saber quem criou e de onde partiu. Outra característica desses boatos é que favorecem um clima de ‘nós contra eles’, ou seja, procura identificar os bandidos e os mocinhos do mundo. Como as pessoas, de modo geral, gostam de coisas espetaculares, caímos facilmente na tentação de compartilhar algo sem checarmos antes a veracidade da informação. Também gostamos de parecer atualizados e queremos ser os primeiros a informar amigos e familiares. E, claro, como nós gostamos de nos meter na vida alheia! Assim, tecnologia aliada à nossa natureza caída desenfreada constituem terreno fértil para todo tipo de boataria, calúnia e mentiras. Pode ser que nem tenhamos a intenção, mas, inadvertidamente compartilhamos adiante algo que, por não pararmos antes para refletir e questionar, está destruindo a reputação de alguém. 

Precisamos ser bem claros, portanto. O próprio Jesus também foi vítima das Fake News. Havia tantos boatos e acusações contra Jesus que em certo momento ele foi tirar a dúvida com os discípulos mais próximos: “E vocês, o que dizem?”, perguntou. “Quem vocês dizem que eu sou?” (Lucas 9.20). Jesus tinha uma posição muito clara frente às mentiras e à boataria. Ele reconhecia a fonte dessas coisas: "Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). O cristão, portanto, não só cuida para não criar mentiras e boatos como também cuida com aquilo que passa adiante. Existem meios para checar as fontes da informação e evitar que passemos adiante mentiras que destroem a vida de outras pessoas. 

Se, por um lado, é verdade que a mentira primordial levou a humanidade à queda, é fato também que a verdade irrompeu na história na pessoa de Jesus Cristo. A igreja, portanto, é um corpo de pessoas redimidas, cheias do Espírito Santo de Deus, capacitadas a imprimirem um novo rumo para suas vidas. Esse discernimento e compromisso com o Senhor da verdade faz de nós pessoas comprometidas com a verdade. Não podemos tolerar a mentira. Não podemos fazer de nossos perfis nas redes sociais, de nossas conversas pelo Whatsapp, algo dissociado de nossa identidade cristã. Não há espaço para uma vida paralela, por mais que o mundo virtual nos iluda quanto a isso. Pecado continua sendo pecado mesmo que atualizem a forma de se referir aos seus efeitos. O diabo que Jesus identifica como sendo o pai da mentira é o mesmo que hoje é o pai das Fake News. 

Existem apenas duas opções ao cristão: servir à verdade ou à mentira. Servir ao Senhor da verdade ou permanecer escravo do pai da mentira. “Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz”, afirmou Jesus (João 8.47). Portanto, um cristão jamais se sujeita a ser um criador de notícias falsas, seja qual for a motivação. Se esta parece ser uma questão óbvia, a outra, parece não ser. Trata-se da propagação da boataria mentirosa. A pressa por dar o “furo” na notícia, a motivação por vezes sincera de alertar o outro contra algo aparentemente perigoso, o desejo de parecer engraçado e bem-humorado, e, sim, um desejo secreto de prejudicar alguém, podem surgir como armadilhas em nosso caminho. Além de contribuirmos para o mal, ao compartilhar notícias falsas podemos estar prejudicando o alvo da calúnia e também muitas outras pessoas que, assim como eu, estarão sendo usadas como canais de propagação da mentira. 

Existem muitos e grandes interesses por trás das notícias que circulam nas redes sociais e também nos grandes veículos da mídia. Nem sempre sabemos como nos posicionar em meio a esta verdadeira guerra de informações e narrativas. As Escrituras, no entanto, ainda nos servem de inspiração e apresentam princípios claros. Ao receberem a palavra, os bereanos examinavam tudo para ver se conferia com as Escrituras (Atos 17.11). Este exemplo pode se aplicar também quanto às notícias que a internet lança diante nós. Existem meios para investigarmos os fatos. O próprio Deus já preveniu quanto ao que se espera de seu povo frente às Fake News: "Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20.16). Na dúvida: “Excluir”. Se ainda estamos aprendendo a lidar com todas as novas tecnologias da informação, uma lição importante para começar é que nem tudo precisa ser compartilhado. 

 * Texto originalmente publicado na Revista MOSAICO, ano 04, nº 08 - março de 2019. Uma publicação semestral do sínodo Centro-Sul Catarinense (IECLB).