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terça-feira, 30 de junho de 2020

Igreja Digital


Qual igreja surgirá após a quarentena? 

Das lives e dos textos disponíveis muitos se fazem esta pergunta. O que podemos dizer mesmo é que ninguém tem essa resposta. Podemos, no máximo, arriscar algumas tendências. Ainda assim, a igreja de Jesus possui características que nenhuma pandemia seria capaz de alterar. 

Um assunto sobre o qual muito se fala é da igreja digital. A quarentena fez com que líderes e pastores tivessem que mergulhar no mundo das tecnologias da comunicação. As empresas e desenvolvedores dessas tecnologias também se mexeram. Nunca se viu tantos recursos disponíveis e acessíveis a baixo custo. Aquilo que até poucos meses estava disponível apenas para grandes e ricas organizações, hoje está ao alcance de todos. 

A exposição aberta na internet implica riscos e oportunidades. Assim como milhões de pessoas em potencial poderão conhecer o pastor, a igreja, a teologia de determinada comunidade cristã e sentir-se atraída, também existe a possibilidade da exposição negativa. Muita coisa vem sendo feita às pressas, de forma improvisada, sem planejamento. Aqueles que já estavam nesse meio antes da Pandemia estão à frente, com um nível de profissionalização que lhes garante uma vitrine mais atraente. 

Fato é que há muita coisa acontecendo. Muitas perguntas vem surgindo. Milhões de pessoas estão consumindo os produtos digitais que as igrejas estão produzindo. Das dúvidas que surgem, alguém poderia legitimamente perguntar: seria essa participação virtual das pessoas nas programações da igreja a mesma coisa que uma presença e participação física? 

A realidade da igreja antes da Pandemia já revelava um público rotativo. Aquelas pessoas que circulam, sem se vincularem a nenhuma igreja local específica. Agora, com tantas ofertas na internet, esse público não tende a aumentar e se solidificar? São tantas opções! Afinal, qual seria a razão para me vincular se posso buscar o melhor de cada oferta conforme o meu agrado? Quando a quarentena terminar, teremos aumento ou declínio no comparecimento dos programas presenciais? 

Outro ponto que levanta dúvidas diz respeito às ofertas e contribuições. Sabemos que as igrejas são sustentadas por ofertas voluntárias. Como ficará essa realidade após a Pandemia? As pessoas continuarão contribuindo para uma igreja local ou direcionarão suas doações para os líderes mais carismáticos e sedutores do mundo digital? As facilidades das doações via cartão de crédito, transferências com débito em conta e outros deixarão espaço para velhas práticas que pedem dinheiro vivo em cestas, envelopes e carnês? 

Ainda uma última questão muito séria diz respeito ao desafio geracional. Talvez você já tenha ouvido referências que falam do 'virtual' como oposição ao 'real'. É um engano que as novas gerações não cometem. Pois para estes o mundo digital é real. Uma comunidade virtual é real. Eles se sentem plenamente envolvidos e atuantes nas redes sociais e no universo da internet. Eles simplesmente não entendem a razão de uma igreja local precisar se resumir apenas em eventos presenciais. Esta geração não procura por uma igreja em placas, listas telefônicas, programas de rádio, murais ou coisas assim! Logo, reproduzir pura e simplesmente na internet aquilo que já acontece num evento presencial não será suficiente para alcançar esta geração.