Mostrando postagens com marcador Carta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carta. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Amor Que Ousa Ser Verdadeiro

Você ainda se lembra do tempo em que as pessoas escreviam cartas?
Pois é, algo ainda tão próximo de todos nós e, ao mesmo tempo, já parece tão distante!

Em tempos de mensagens curtas, instantâneas e imediatas é difícil imaginar um e-mail com páginas e mais páginas, uma mensagem que demoraria dias para chegar ao destinatário.

O Novo Testamento bíblico foi escrito, boa parte dele, como cartas para igrejas que estavam se estabelecendo em diferentes lugares da época. O chamado livro de Apocalipse é uma dessas cartas.

Antigamente, escrever uma carta era coisa que não se fazia todos os dias. Havia também um custo considerável envolvido. Ninguém ousaria escrever por escrever. A mensagem bem como as palavras eram cuidadosamente escolhidas.  Havia realmente algo que se queria transmitir. Do contrário, ninguém se prestaria ao trabalho de tal empreendimento.

A grande carta de Apocalipse faz uma menção especial para sete igrejas estabelecidas em diferentes cidades. Sobre as mensagens às sete igrejas do Apocalipse, uma das coisas em comum a cada igreja é a identificação do remetente. Jesus se revela de um modo peculiar para cada uma delas. E, na revelação à igreja de Éfeso, uma coisa chama atenção: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro" (Apocalipse 2. 1).

A partir do capítulo um, sabemos que os sete candelabros representam as sete igrejas. A maneira como ele se identifica, nos leva a concluir que o remetente é Jesus. Logo, Jesus é aquele que anda entre os candelabros. Com isso, concluímos que Jesus conhece a igreja bem como as suas obras. É por isso que Ele repete às igreja "conheço as tuas obras..."

Uma das coisas que o ser humano aprende a fazer desde criança é dissimular. Nos especializamos de tal modo que logo começamos a mentir para nós mesmos. E, como precisamos nos convencer de nossas próprias mentiras, praticamos contando-as aos outros. Muitas vezes chegamos a estar sinceramente enganados a respeito de nós mesmos. Não conseguimos mais ter uma opinião ou um conceito saudável a nosso próprio respeito. Quando isso acontece, só um relacionamento com alguém que verdadeiramente nos ama e que ainda nos enxerga como de fato somos é capaz de nos salvar. Alguém que possa dizer a verdade a nosso respeito sem bajulações ou espírito de competição. Sem puxar o saco, mas também, sem querer nos desqualificar. Alguém que nos chama à realidade e nos desafia para algo novo.

Ter um conceito falso a respeito de si mesmo pode acontecer com pessoas, grupos, empresas, países e até igrejas. Acontecia com a igreja de Laodicéia: "Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu" (Apocalipse 3.17). Somente alguém que conhece esta comunidade, que anda entre as igrejas pode conhecê-la tão bem. E, o Cristo, o cabeça da igreja, aquele que deu a sua vida por amor, possui a autoridade e o conhecimento para uma afirmação tão corajosa.

Quantas vezes deixamos de dizer aos nossos amigos a verdade sobre eles por medo de perder a amizade? No entanto, quem ama de fato, corre o risco. Pois o verdadeiro amor não tolera a mentira. É por isso que as mensagens às igrejas trazem também o convite "arrependa-se..."

Arrependimento implica cair em si, dar-se conta do erro, do engano, do equívoco. E, dispor-se a dar meia volta, mudar o rumo, ajeitar-se, começar de novo. Eis a oportunidade que Deus nos concede todos os dias.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Apocalipse: uma mensagem para a Igreja

O conteúdo de qualquer correspondência revela algo de seu remetente.

Muitas vezes, a maneira como vemos o livro de Apocalipse, no final da Bíblia, parece revelar que estamos com um Deus diferente em mente do que aquele que enviou Jesus Cristo ao mundo.

Quem é o verdadeiro remetente da carta de Apocalipse!?

Um dos trechos mais conhecidos do livro de Apocalipse é conhecido como carta às sete igrejas. O número sete ocorre com frequência no livro de Apocalipse. Representa inteireza, plenitude, perfeição espiritual. A palavra hebraica para sete significa 'ser cheio', 'estar satisfeito', 'ter o suficiente'.

Os capítulos 2 e 3 do livro trazem uma mensagem específica para sete diferentes comunidades: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Cada comunidade é identificada pelo nome da cidade onde se encontra.

Com isso, o próprio Apocalipse revela o significado dos sete candelabros ou candeeiros mencionados no primeiro capítulo "Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas"(Apocalipse 1. 20).

Ao lermos os capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, costumamos dizer que são as cartas às sete igrejas. No entanto, todo o livro de Apocalipse é uma carta às igrejas da Ásia Menor onde se encontram as sete igrejas. O que acontece nos capítulos 2 e 3 é uma menção específica para cada uma daquelas comunidades. Trata-se de uma demonstração de como Deus conhece cada comunidade e como Ele se dirige especificamente a cada uma delas. No entanto, os princípios ali encontrados servem para toda e qualquer comunidade cristã, seja daquele tempo ou dos dias atuais. Afinal, de acordo com o significado do número sete na Bíblia, uma mensagem enviada às sete igrejas pode ser interpretado como sendo uma mensagem à igreja, simplesmente. Ou seja, à igreja toda, na sua plenitude.

Assim, os primeiros capítulos do Apocalipse merecem a nossa atenção. Não há nada de importante nos capítulos seguintes que já não tenha sido indicado nos três primeiros capítulos. Dentre as questões que as sete mensagens tem em comum, uma delas é a revelação do remetente. O modo de se revelar é diferente para cada igreja. Porém, fica claro que se trata do mesmo remetente. Cada auto-apresentação revela uma peculiaridade associada ao primeiro capítulo de Apocalipse.

Vejamos a apresentação à igreja em Éfeso: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as
palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro" (Apocalipse 2. 1. Existe uma referência ao capítulo 1, versos 12 e 16). Este padrão segue em todas as sete mensagens.

Quem é, portanto, 'aquele' a quem pertencem as palavras a serem escritas e enviadas às igrejas? Quem tem toda as coisas em suas mãos?
Quem é o princípio e o fim?
Quem morreu e tornou a viver?
Quem é o Filho de Deus?
Quem é santo e verdadeiro?
Quem é a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da Criação?
Quem é, portanto, o remetente da mensagem?

O Apocalipse é uma mensagem de Deus para a Igreja!