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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (2)

 2. Aceleração do Declínio das Denominações Tradicionais 

Quando falamos em tendências, é isso: uma inclinação, uma provável direção para onde as coisas podem se mover. Quer dizer que há indícios de que as coisas parecem concorrer para aquela determinada direção. Porém, não se trata de nenhum exercício de adivinhação ou de futurologia.


Com relação a este segundo caso, pode ser que haja uma aceleração no declínio de denominações cristãs históricas. Como já colocado na tendência anterior, uma eventual diminuição na frequência de membros aos programas da igreja, reforçaria aquilo que, agora, dizemos aqui. 

Não estamos falando do declínio da Igreja de Jesus Cristo. Sequer dos movimentos locais dessa igreja. Estamos nos referindo às denominações históricas tradicionais. Não é nenhuma novidade que estas já vem demonstrando seu declínio há algum tempo. 

Grandes instituições, com seu legado histórico e também grande peso burocrático, encontram maior resistência e são menos ágeis diante da necessidade de mudanças. E, se há uma realidade de rápidas mudanças ocorrendo, esta época é agora. 

Já não bastasse o avanço natural na tecnologia, a pandemia veio para acelerar tudo isso de um modo jamais visto. Não há dúvidas de que um decréscimo na participação das pessoas aos programas da igreja inevitavelmente levará também à diminuição de receitas. O quanto as organizações estão preparadas para lidarem com isso e se readequarem? 

A exemplo do estado, muitas denominações se organizaram em estruturas pesadas, burocráticas, caras e ineficientes. A crise da hora pode ser uma oportunidade ou, simplesmente, mais um golpe sobre denominações decadentes. Talvez, para algumas, um golpe de misericórdia fatal!

A oportunidade também pode estar se apresentando. Muitas pessoas estão cansadas de mensagens rasas, com propostas de igrejas personalistas e que abusam da fé dos seus fiéis. Como aproveitar o que resta de um legado de seriedade e sobriedade que ainda é reconhecido por alguns quando o assunto é uma igreja histórica? 

A realidade mostra também que abrem inúmeras igrejas independentes enquanto que, por outro lado, congregações ligadas a denominações histórias vem fechando as portas. Como lidar com esta tendência mais orgânica, informal e que se organiza em redes frente a herança institucional, de paróquias e ocupação geográfica? 

Aos líderes e pastores cabe a reflexão e o planejamento. O que teremos daí só o tempo dirá!

domingo, 10 de janeiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (1)

1. Diminuição na frequência aos Cultos 

Por razões diversas, pessoas que antes participavam regularmente do culto numa igreja local não retornarão para essa rotina quando a pandemia passar. 
Entre as razões podemos conjecturar que essas pessoas encontraram outro local para congregar. A diversidade de programações online levou muitos cristãos a conhecerem diferentes igrejas, pastores e estilos de pregação. 

Outra razão, pode ser, que simplesmente a pessoa não acredite mais que faz alguma diferença frequentar os cultos numa igreja local. Seja porque simplesmente acha irrelevante e não pretende mais fazê-lo, ou, porque passou a acreditar que basta consumir os programas online que continuarão a ser ofertados. 

Fato é que os pastores devem estar preparados para uma diminuição na frequência de seus cultos. Esta será uma tendência mais comum nas igrejas maiores. Em congregações menores a recuperação poderá se notar com mais rapidez. 

Fica o desafio para que pastores e lideranças pensem como pretendem lidar com esta situação.

domingo, 12 de julho de 2020

Os Cristãos Discordam Sobre Quando Retomar as Atividades Presenciais da Igreja


Em conversas e manifestações nas redes sociais é fácil notar que, entre os cristãos, não existe unanimidade a respeito de quando as igrejas locais deveriam retomar as atividades presenciais. As razões para esta discordância podem ser as mais diversas. Abaixo listamos algumas delas. 

1. Existem pessoas mais introvertidas e outras mais extrovertidas. Aquelas pessoas mais introvertidas, que gostam de ficar sozinhas e não se importam de passar dias em casa, provavelmente não terão nenhuma pressa para que as atividades sociais retornem. Já os extrovertidos, aqueles que se alimentam dos relacionamentos, que gostam de estar entre pessoas, já não aguentam mais o isolamento. A discussão, portanto, pode estar fundamentada nessa diferença de temperamento e de personalidade dos cristãos. 

2. Entre os membros da igreja existem diferentes opiniões a respeito do coronavírus. As informações são as mais diversas. Alguns ouvem mais a família. Outros não desligam dos noticiários. Há quem prefira as informações mais cientificamente embasadas. Tudo isso faz com que as pessoas formulem diferentes opiniões e visões até mesmo a respeito da gravidade da doença causada pelo vírus. 

3. Idade e situação familiar. O novo coronavírus representa maior risco para grupos específicos da sociedade. Logo, as opiniões vão divergir dependendo da idade e da situação familiar. Jovens podem ser mais propensos ao retorno das atividades. Pessoas idosas talvez prefiram aguardar um pouco mais. A avaliação tende a partir de uma situação pessoal e familiar específica. 

4. Posturas com relação às mudanças. Na sociedade existem pessoas mais e menos propensas às mudanças. No caso da igreja, aquelas pessoas mais resistentes às mudanças tendem a querer esperar, pois imaginam que para um retorno das atividades enquanto ainda existe o risco da pandemia a igreja terá que fazer adaptações. Logo, preferem aguardar até que as coisas realmente possam voltar ao "normal". Por outro lado, as pessoas receptivas às mudanças podem estar ansiosas por experimentar a nova realidade da igreja. Estão ansiosas por novas abordagens, novas idéias e perspectivas suscitadas pela crise. 

Ninguém melhor que um pastor para saber que é impossível agradar a todos. Importante, então, perceber as diferentes motivações que impulsiona as pessoas. Escute os conselheiros e ore por sabedoria e discernimento. Há uma responsabilidade com a saúde pública a ser levada em consideração. 

Que o bom Deus oriente a todos para as melhores decisões!

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Apocalipse: uma mensagem para a Igreja

O conteúdo de qualquer correspondência revela algo de seu remetente.

Muitas vezes, a maneira como vemos o livro de Apocalipse, no final da Bíblia, parece revelar que estamos com um Deus diferente em mente do que aquele que enviou Jesus Cristo ao mundo.

Quem é o verdadeiro remetente da carta de Apocalipse!?

Um dos trechos mais conhecidos do livro de Apocalipse é conhecido como carta às sete igrejas. O número sete ocorre com frequência no livro de Apocalipse. Representa inteireza, plenitude, perfeição espiritual. A palavra hebraica para sete significa 'ser cheio', 'estar satisfeito', 'ter o suficiente'.

Os capítulos 2 e 3 do livro trazem uma mensagem específica para sete diferentes comunidades: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Cada comunidade é identificada pelo nome da cidade onde se encontra.

Com isso, o próprio Apocalipse revela o significado dos sete candelabros ou candeeiros mencionados no primeiro capítulo "Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas"(Apocalipse 1. 20).

Ao lermos os capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, costumamos dizer que são as cartas às sete igrejas. No entanto, todo o livro de Apocalipse é uma carta às igrejas da Ásia Menor onde se encontram as sete igrejas. O que acontece nos capítulos 2 e 3 é uma menção específica para cada uma daquelas comunidades. Trata-se de uma demonstração de como Deus conhece cada comunidade e como Ele se dirige especificamente a cada uma delas. No entanto, os princípios ali encontrados servem para toda e qualquer comunidade cristã, seja daquele tempo ou dos dias atuais. Afinal, de acordo com o significado do número sete na Bíblia, uma mensagem enviada às sete igrejas pode ser interpretado como sendo uma mensagem à igreja, simplesmente. Ou seja, à igreja toda, na sua plenitude.

Assim, os primeiros capítulos do Apocalipse merecem a nossa atenção. Não há nada de importante nos capítulos seguintes que já não tenha sido indicado nos três primeiros capítulos. Dentre as questões que as sete mensagens tem em comum, uma delas é a revelação do remetente. O modo de se revelar é diferente para cada igreja. Porém, fica claro que se trata do mesmo remetente. Cada auto-apresentação revela uma peculiaridade associada ao primeiro capítulo de Apocalipse.

Vejamos a apresentação à igreja em Éfeso: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as
palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro" (Apocalipse 2. 1. Existe uma referência ao capítulo 1, versos 12 e 16). Este padrão segue em todas as sete mensagens.

Quem é, portanto, 'aquele' a quem pertencem as palavras a serem escritas e enviadas às igrejas? Quem tem toda as coisas em suas mãos?
Quem é o princípio e o fim?
Quem morreu e tornou a viver?
Quem é o Filho de Deus?
Quem é santo e verdadeiro?
Quem é a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da Criação?
Quem é, portanto, o remetente da mensagem?

O Apocalipse é uma mensagem de Deus para a Igreja!

Entre o Medo e a Esperança

Quantos deuses a bíblia retrata?

Será que o Deus do Antigo testamento, dos Evangelhos e do Apocalipse é o mesmo?

Enquanto João escreve as palavras do livro de Apocalipse, ele está preso numa ilha conhecida como Patmos. Roma, a cidade das sete colinas, fica a oeste. As comunidades cristãs para quem João destina os seus escritos ficam na região da Ásia Menor, atual Turquia. Era uma região próspera, com grandes portos e comércio forte. Um grande centro cultural da época.

O império Romano já dava sinais da sua decadência. Na época da composição do Apocalipse o imperador era Nero ou Domiciano. É mais provável que João tenha escrito o Apocalipse durante o reinado de Domiciano (entre os anos 81 ao 96). Domiciano havia instituído o culto ao imperador. Apesar de isso não ser em si uma novidade, com Domiciano o culto ao imperador foi considerado uma lealdade ao império. Assim, procurava-se implantar um governo absoluto sobre os corpos e as almas das pessoas. Todos deveriam chamar Domiciano de 'Senhor e Deus'. Ele mesmo chamava a sua cama de o 'leito de um deus'. O palácio era o seu santuário.

Foi um período de extrema violência e perseguição a todos que se negavam a adorar o imperador como Deus. Todos, além dos cristãos, filósofos, políticos e até membros da própria família que oferecessem resistência eram banidos ou mortos. Nesse caso, o que estava em jogo era a adoração. Domiciano foi o imperador que reivindicou de todas as formas aquilo que pertence somente a Deus.

O cristianismo já havia se espalhado bastante, alcançando, inclusive o círculo dos governantes. Já havia, também, se separado claramente do judaísmo. Domiciano via o cristianismo como grande ameaça contra o culto ao imperador. Os cristão se negavam a prestar culto a qualquer outra divindade.

Com a perseguição, também João acabou preso na ilha de Patmos, um local para onde os prisioneiros do império eram levados. Assim, João escreve com a intenção de levar esperança e orientação a respeito do único Deus que é digno de adoração. Seus irmãos na fé, que continuam sendo mortos e torturados, recebiam a mensagem de Apocalipse com grande alegria e se fortaleciam para continuar fiéis apesar de todas as dificuldades.

O Apocalipse, portanto, não é uma mensagem de terror, medo e perplexidade. Mas, uma mensagem de esperança que visa exortar à coragem, à fé e perseverança em meio às tribulações e dificuldades que possam se abater (confira o Salmo 23). O Deus que se revela no Apocalipse não é outro que aquele revelado em Jesus Cristo nos Evangelhos. É desse Deus que João está falando.

Quem confia não tem motivos para temer!

Revelação em Tempos de Pandemia

O Brasil e o mundo estão passando por um dos mais difíceis períodos de sua história moderna. A pandemia com um novo coronavírus obrigou não apenas a realização de quarentenas e isolamento social, mas, também, todo um repensar da vida, sistemas econômicos e de saúde pública.

Diante de forças que aparentam estar acima da capacidade de compreensão e controle dos seres humanos, costumam surgir as mais diversas e mirabolantes teorias. Talvez você também já tenha recebido mensagens de texto, áudio e vídeo nas redes sociais com apelos diversos. Dentre estas, profecias e referências ao fim do mundo e a volta de Jesus.

Infelizmente, a maioria destas mensagens apocalípticas costumam gerar ainda mais medo e confusão do que trazer segurança e orientação em meio ao caos. O livro bíblico de Apocalipse costuma ser aquele explorado como pano de fundo desse tipo de mensagem de terror e alarmismo.

No entanto, será mesmo que é esta a mensagem do livro de Apocalipse? 

Você sabe qual o significado da palavra apocalipse? 

Apocalipse significa descobrir, desvendar ou revelar. Uma ironia, considerando que apresenta poucas dicas do significado de seus símbolos. O livro da revelação é o menos desvendado da Bíblia.

Apocalipse não é a mesma coisa que escatologia. O termo escatologia tem origem em duas palavras gregas (éschatos = último e logos = estudo). Portanto, teologicamente, 'o estudo das últimas coisas’.

O livro de Apocalipse foi escrito por João, o Apóstolo, filho de Zebedeu (Apocalipse 1. 1 e 4). Porém, há controvérsias. É possível que, assim como divergem alguns historiadores, a carta tenha outra autoria. Há quem acredite ter sido escrito por algum discípulo de João, ou, mesmo um outro Evangelho de João e das 3 cartas de João no Novo Testamento.
João da época. Isso, porém, não compromete o seu conteúdo. João foi alguém que conheceu e andou com Jesus pessoalmente. Foi um dos 12 discípulos. Autor também do Evangelho de João e das 3 cartas de João no Novo Testamento.

Dos 66 livros da Bíblia, o Apocalipse se encontra no final. São 22 Capítulos e 404 versículos. Foi escrito originalmente em grego. Embora o autor não faça citações diretas do Antigo Testamento, dos 404 versículos, 278 fazem alguma referência clara. Muito mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento. Compreende-se porque muitos especialistas afirmam que não é possível obter uma boa compreensão do Apocalipse sem estudar a Bíblia no seu conjunto. As referências ao Antigo Testamento são, principalmente, aos livros de Salmo e de Isaías.

O número sete ocorre com muita frequência no livro. Representa inteireza, ou, plenitude, perfeição espiritual. A palavra hebraica para sete vem de uma raiz que significa 'ser cheio', 'estar satisfeito', 'ter o suficiente'. O sábado é o sétimo dia; Deus fez a Criação em sete dias; a festa de Pentecostes acontece sete vezes sete dias depois da Páscoa. Cada sétimo ano é sabático (descanso para a terra e libertação dos oprimidos – Levítico 25) e depois de sete vezes sete anos, vem o Jubileu. Não se deve perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete (Mateus 18. 22).

O livro foi escrito por volta do ano 90 da era cristã. Portanto, uma época histórica em que vários livros do Novo Testamento já estavam escritos. No entanto, aqui também existem controvérsias. Há quem situe a composição do livros numa época anterior, quando Nero era imperador e os cristãos sofriam severa perseguição. A maioria dos eruditos apontam para uma data posterior, quando o imperador já era Domiciano, que também perseguiu severamente os cristãos. João foi mais um dos perseguidos, por isso, escreve enquanto está preso numa ilha conhecida como Patmos. Seu objetivo é levar uma mensagem de esperança às igrejas perseguidas da região da Ásia Menor. É com essa perspectiva que o Apocalipse deve ser lido.

O Apocalipse é uma mensagem de esperança!