terça-feira, 9 de março de 2021

A Grande História

Quando nós conhecemos uma pessoa nova, geralmente nós nos apresentamos contando algumas coisas da nossa história. Também queremos saber alguma coisa da história da outra pessoa. Assim, nossas vidas acabam refletindo que fazemos parte de uma história. 

O livro O Drama das Escrituras, dos autores Craig Bartholomew e Michael Goheen, foi escrito originalmente para uma disciplina de teologia bíblica. O objetivo do livro é que o leitor possa compreender a verdadeira natureza das Escrituras: que elas são a história de Deus, a história verdadeira do mundo. E, também, desenvolver uma categoria abrangente do enredo da Bíblia: criação, pecado e Redenção. 

"O drama das escrituras conta a história Bíblica da Redenção como uma narrativa unificada e coerente da obra contínua de Deus em seu reino"

 A tendência é que as pessoas leiam a Bíblia de forma fragmentada. Assim, os autores pretendem apresentar uma visão unificada das Escrituras . 

"Quando permitimos que a Bíblia se torne fragmentada, há o perigo dela ser absorvida em qualquer outra história que esteja moldando a nossa cultura e ela, assim, deixará de mudar nossa vida como deveria"

A tese dos autores é que as Escrituras, a Bíblia, é uma história unificada convincente da qual podemos depender. E também é uma história em que cada um de nós tem lugar. 

Três ênfases desta obra, conforme os autores: 
1. O escopo abrangente da obra Redentora de Deus na criação. 
2. O lugar do Cristão na história bíblica . 
3. A centralidade da missão na história bíblica. 

A pergunta colocada no prólogo da obra é a seguinte: O que significa dizer que a vida humana é moldada por uma história? 

É preciso estar atento à grande história para compreendermos qualquer acontecimento em nossas vidas. A melhor maneira para as pessoas se conhecerem é contarem umas às outras a sua história. Mas, para dar sentido à nossa vida, devemos nos basear apenas em nossas histórias pessoais? Haveria uma grande história, um pano de fundo, uma verdadeira história que daria sentido às nossas histórias? Qual seria a história verdadeira da qual a minha vida faz parte? 

"A pergunta é se a fé que encontra o seu foco em Jesus é a fé com a qual buscamos entender toda história ou se limitamos essa fé há um mundo particular de religião e entregamos a história pública do mundo a outros princípios de explicação” (Lesslie Newbigin)

Se a Bíblia apresenta a verdadeira história de todo o mundo, é por meio de Jesus que o Cristão deveria buscar entender toda a vida e a totalidade da história. A questão é se nós compreendemos de fato qual é a verdadeira história bíblica. 

A fonte imbuída de autoridade para essa história cristã é a própria Bíblia. A Bíblia chega a nós na forma de uma grande história. Assim, "ela funciona como a palavra de Deus imbuída de autoridade para nós quando se torna a única história básica por meio da qual entendemos nossa própria experiência e pensamento e o fundamento sobre o qual baseamos as nossas decisões e ações".

Se você deseja conhecer mais dessa grande história venha participar conosco do Clube da Leitra Missional. CLIQUE AQUI para entrar no grupo de WhatsApp. 

domingo, 7 de março de 2021

Clube da Leitura Missional

Sabe quando você está lendo um livro e se empolga? 

Você vai fazendo descobertas interessantes. Gostaria de compartilhar sobre aquilo que está lendo com alguém. Aquele se torna um livro que você passa a recomendar aos amigos e familiares. 

A leitura é algo prazeroso, mas, também solitário. Por isso, nos alegramos quando encontramos alguém que leu o mesmo livro e, assim, temos com quem compartilhar impressões. 

Se você é um amante dos livros certamente sabe que nem sempre é fácil encontrar pessoas que leram ou estão lendo a mesma obra. Por isso, existem os clubes de leitura. E, felizmente, as novas tecnologias de comunicação favorecem ainda mais esta iniciativa. 

Um clube de leitura reúne pessoas com interesse num mesmo livro. Pessoas que estão lendo um livro e que gostariam de compartilhar impressões com outros a respeito do que estão lendo. Esta é uma experiência gratificante. Qualifica a leitura. Discutir e compartilhar conhecimento a partir de uma leitura em comum, portanto, é um dos objetivos de um clube de leitura. Sem dúvidas ler e saber que temos um grupo com quem compartilhar nos envolverá ainda mais na leitura. Ouvir outras percepções, ser desafiado com questionamentos e insights alternativos é estimulante. Se nós já saímos da leitura de um livro melhores do que entramos, imagine fazendo parte de um grupo com outras pessoas que estão fazendo a mesma imersão que nós!? 


Os Canais #EuLeio e Teologia Missional, do YouTube, criaram o Clube da Leitura Missional

Além dos benefícios já mencionados, o Clube da Leitura Missional tem o objetivo de fortalecer a igreja brasileira, incentivando a leitura e o conhecimento. E, também desenvolver nos cristãos uma visão ampla e profunda das Escrituras, uma eclesiologia missional a partir de uma teologia missional. 

Os livros selecionados partirão sempre da perspectiva da edificação pessoal e do nosso envolvimento no Corpo de Cristo, a Igreja de Jesus. Resumindo tudo isso, cremos que com um clube de leitura com foco em obras selecionadas estaremos contribuindo e nos capacitando como instrumentos a serviço da missão de Deus no mundo. 

Se você ficou interessado entre agora no nosso Grupo de WhatsApp. Ali você será informado em detalhes sobre esta iniciativa. 

O Clube da Leitura Missional começará no mês de abril com a leitura do livro O Drama das Escrituras dos autores Craig Bartholomew e Michael Goheen. 


Para mantermos o propósito e os objetivos de um grupo assim a participação em cada grupo específico será limitado. Maiores informações você encontra em nossas páginas e perfis nas redes sociais. 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Discipulado em Tempos de Distanciamento Social

O que é o discipulado? 

Palavra recorrente na igreja. Tema de livros, retiros, pregações e palestras. Muito falado. Mas, será compreendido? 

Discipulado é, certamente, uma das palavras mais ambíguas na vida da igreja. Muitos líderes de igreja não possuem uma definição clara de discipulado. Existem percepções diversas no seio da igreja. 

Há quem veja o discipulado como uma transferência de conteúdos. Alguém que sabe mais ensina alguém que sabe menos. Um líder que já leu e estudou bastante transfere o seu conhecimento para alguém outro que está começando. 

Para outros o discipulado é mais um dos programas da igreja. Assim como existem os cultos, o encontro de jovens, as reuniões de líderes e outros, há também o programa de discipulado. 

A mentoria de um para um também é uma maneira de se conceber o discipulado. Uma pessoa acompanhando outra pessoa, compartilhando com o mentoriado da experiência de vida do mentor. 

Uma variação da anterior seria a mentoria em grupo. O princípio é semelhante. Em vez de acompanhar e compartilhar com uma pessoa, faz-se com um grupo maior de pessoas. 

Algumas igrejas podem compreender o discipulado como envolver a pessoa num pequeno grupo. A compreensão é de que ali o discípulo estaria recebendo todo o necessário num processo de discipulado. 

Aqueles que acreditam que o melhor aprendizado acontece na prática, podem sustentar que o melhor discipulado acontece quando se envolve a pessoa em algum ministério da igreja. O envolvimernto no ministério colocaria a pessoa em contato com outras pessoas e levaria ao desenvolvimento de dons e habilidades. 

Existe também aquela compreensão de que o discipulado seria envolver a pessoa num programa de treinamento. Com isso ela aprenderia certas táticas, comportamentos, atitudes que a tornariam um verdeiro cristão. 

Não poderia faltar a ideia de que o discipulado acontece enquanto a pessoa comparece aos cultos. Algumas igrejas sequer utilizam a palavra discipulado. Entendem que os cultos e, quem sabe algum outro programa, seja suficiente para a caminhada cristã. 

Para ampliar esta lista lembramos ainda a leitura da Bíblia. Esta provavelmente seja a disciplina de maior impacto no discipulado. Com tudo parado há tanto tempo, devido a pandemia do novo coronavírus, como garantir que o discipulado da igreja continue? Certamente o impacto está em fazer aquilo que menos se faz.

Incentivar as pessoas a lerem e estudarem as Escrituras. Ironicamente isso pode significar, para muitas igrejas, simplesmente fazer algo diferente. Estudar a Bíblia pode ser feito sozinho. Mas, também pode ser algo realizado por duas ou três pessoas. 

A ideia de uma igreja simples, sem tantos eventos e programas, pode ser a verdadeira força da igreja. O tempo de pandemia e isolamento tem dado uma grande oportunidade para pastores e líderes repensarem o seu ministério e o seu modelo de igreja. 

Se você é um líder ou pastor em uma igreja local faça a si mesmo esta pergunta: 

O que é o mínimo que se deve esperar de um membro da igreja? 

Algumas respostas que podem surgir: que participe frequentemente dos cultos; que esteja envolvido num pequeno grupo; que seja um doador; que se envolva em um ministério; etc. 

Mas, qual é o entendimento que a sua igreja tem a respeito do discipulado? Como o definiria? O que nós, como igreja, estamos realizando para fazer discípulos? O que temos feito e que leva o discípulo a parecer mais maduro? O que precisamos fazer e que ainda não estamos fazendo? 

Entre as várias definições possíveis que poderemos encontrar, uma maneira de compreendermos o discipulado seria: Inspirar e equipar pessoas a diariamente dizerem sim à missão e ao reino de Deus. 

Não se trata, aqui, de uma inspiração sentimental qualquer. Mas, aquela que vem do Espírito Santo de Deus. Equipar envolve o processo de aprender enquanto segue Jesus. Aprender não apenas como um mero repassar conteúdos, mas, como alguém que está com Jesus. 

Aprender a Bíblia ainda não é discipulado, praticar o que ela nos ensina, sim. 

Portanto, o que é discipulado? 
Discipulado cristão é comprometimento com uma pessoa: a pessoa de Jesus Cristo. Começa, portanto, com um relacionamento com Ele.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O Reino de Deus nas Parábolas e nos Milagres de Jesus

Ao longo de seu ministério na Terra Jesus ensinava, contava parábolas e realizava milagres. Enquanto suas parábolas ilustravam o reino de Deus, os milagres eram a manifestação concreta da chegada desse reino. 

Sim, com Jesus o reino de Deus chegou! 

Compreender, portanto, as parábolas e os milagres de Jesus, nos ajudam a compreendermos melhor o próprio reino de Deus. Pensando nisso, preparamos duas séries em nosso Canal no Youtube, uma sobre os Milagres e outra sobre as Parábolas de Jesus. 

Caso você se interesse, temos ainda as parábolas em forma de um curso que você pode fazer pela internet: CLIQUE AQUI.
Confira aqui o primeiro vídeo da série sobre os milagres de Jesus. trata-se da vez em que Jesus transformou água em vinho.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Jesus Não é o Caminho Para Deus

Por: Rodomar Ricardo Ramlow


Seja como uma afirmação de fé ou, seja para negar a sua verdade, você também já deve ter escutado a frase de que todos os caminhos levam a Deus

Sim, alguns creem que não importa em que ou em quem se creia. No fim, é tudo a mesma coisa. 
Outros discordam. Creem que se há um Deus Ele não é determinado pela nossa subjetividade, mas, é uma realidade que está para além de nós. Logo, há uma verdade que importa descobrir e crer. 

Para o cristão a segunda opção parece óbvia. Afinal de contas todo cristão que conhece as Escrituras, especialmente o Evangelho, já leu quando Jesus Cristo fez a seguinte afirmação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6). 

Jesus é exclusivo. Único. Ele é o caminho e não uma possibilidade entre outros. Porém, resta ainda algo a ser melhor compreendido aqui. Jesus é o caminho, mas, não o caminho para Deus. 

O que isso significa? 

Para compreendermos isso melhor vamos recorrer ao nosso dia a dia e àquilo que sabemos da realidade. O que é um caminho? 

Um caminho, uma trilha, uma estrada, uma rodovia. Não importa, tudo isso tem, no fundo, o mesmo objetivo. É o meio que nos leva até outro lugar. Pensando bem, a verdade é que o caminho, em si, não nos leva a lugar nenhum. Nós é que precisamos nos colocar no caminho se desejarmos chegar lá. Se eu descer o pequeno elevado que dá da minha casa até a rua, encontrarei, de imediato, duas direções possíveis: posso descer a rua, à direita, ou, subir, na direção da rodovia. Se decidir pela esquerda, logo encontrarei três novas opções: a direita, a esquerda ou, atravessar e seguir rumo a outro bairro. Enfim, muitos caminhos, muitas possibilidades de destino. 

Quando nós pensamos no caminho como um meio, acabamos simplesmente, dando menos importância a ele. Imagine só: você está em Porto Alegre. Deseja chegar na cidade de Gramado. Por mais que haja um belo caminho, com atrações e belezas ao longo das rodovias, o mais importante no processo são você e o lugar onde você deseja chegar. Alguém poderia lembrar ainda que existem mais caminhos do que apenas um para se fazer esta viagem. O que seria verdade. 

Em que tudo isso pode nos ajudar na compreensão daquilo que Jesus está nos dizendo no Evangelho de João? Antes de afirmar ser ‘o’ caminho, Jesus diz algo que nem sempre lemos com a devida atenção. O contexto é que Jesus está oferecendo palavras de conforto, ânimo e esperança aos discípulos. E, então, entre outras coisas, ele diz que “vocês conhecem o caminho para onde vou” (João 14.4). Isso, para logo depois, dizer que é, Ele mesmo, o caminho. 

Como entender isso? 

Jesus estaria a caminho de Deus ou seria Ele o caminho para Deus? Atrevo-me a dizer que a resposta é: nem uma coisa e nem outra. Já dissemos que em nossa experiência os caminhos e rodovias não passam de referências secundárias, um meio para nos levar aonde realmente desejamos ir. Depois que chegamos ao nosso destino, o caminho fica para trás. Sequer pensamos mais nele. 

Será que é este o tipo de caminho que vemos em Jesus? Ele não passa de um meio para os nossos próprios objetivos? E, quando alcançamos aquilo que queremos nós, simplesmente, o esquecemos!? No máximo o procuraremos novamente quando precisarmos chegar a outros lugares!? Ou, quem sabe, para obtermos outras coisas!?

Lamentavelmente a nossa cultura utilitarista, em que nos acostumamos a usar tudo para satisfação de nossos próprios interesses, pode acabar desenvolvendo esse tipo de relação também com Deus. O primeiro detalhe é que Jesus não disse que ‘vocês conhecem o caminho por onde vou’. A preposição ‘por’ designa a maneira mais usual com que nós nos referimos aos caminhos: um meio para se chegar a algum lugar. Mas, Jesus diz ‘vocês conhecem o caminho para onde vou’. O sentido muda com a preposição ‘para’ que exprime direção ou lugar de destino. 

  • Resumindo: Jesus não fala de um caminho no sentido de um ‘meio’ mas de um destino, ou, um ‘lugar’ onde estar. 

Ao dizer que está no caminho e, ao mesmo tempo, que é o caminho, Jesus está reafirmando outro ponto que Ele deixará evidente mais adiante: “Quem me vê, vê o Pai” (João 14.9). Enfim, é como se Jesus estivesse dizendo: Aquele que está em mim está no caminho. Aquele que está no caminho está em mim. 

Isso quer dizer que Jesus não é um meio para se chegar a Deus ou a qualquer outro destino. Aqui, o caminho é o destino. Quem viver preocupado com um destino que relativiza o caminho, perderá ambos, o caminho e o destino. 

Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?” (João 14.10), arremata Jesus. 

Você crê que Jesus está no caminho e que o caminho é Ele? 

Em Jesus, caminho e destino se confundem numa única paisagem. O discipulado consiste em aprendermos a desfrutar de ambos, do caminho que é destino e do destino que é caminho. 

Podemos parar de correr atrás do carro como cachorros ansiosos. Pois quando focamos só e demais um destino, em algum momento vai acontecer de o carro parar com o pneu ao alcance dos dentes, então pararemos também, sem sabermos o que fazer. 

Se não soubermos desfrutar de uma vida com Jesus hoje, o que achamos que vai ser depois, quando Ele retornar?

sábado, 20 de fevereiro de 2021

As Parábolas de Jesus

Você já conhece o nosso Canal no Youtube

Não??? 

Então, com este post, queremos convidar você a conhecer, assistir e curtir os vídeos lá. Se o conteúdo for de interesse gostaríamos de desafiar você também a Inscrever-se em nosso Canal. Já são mais de cem vídeos com conteúdos dos mais variados. 

Prezamos sempre por conteúdos relevantes a partir de pesquisa séria e fundamentação bíblica. 

Uma das maneiras que Jesus utilizava para ensinar era contando parábolas. Em nosso canal você encontrará 10 destas parábolas de Jesus sendo explicadas, valorizando o contexto da época e sua mensagem para os dias atuais. Dê uma conferida lá!


sábado, 6 de fevereiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (4)

 4. Crescimento das micro igrejas

Não é nenhuma novidade que desde os tempos bíblicos a igreja se reuniu em casas de cristãos para compartilharem da sua fé, orarem e aprenderem sobre Jesus. Com o passar do tempo, a Igreja foi criando instituições e, acelerando o vídeo da história, chegamos às mega igrejas, com templos enormes e capacidade para milhares de pessoas. 


Toda essa compreensão da igreja envolvendo a sua organização, forma e programas sempre foi desafiada pela organicidade da Igreja de Jesus. A Igreja como o corpo de Cristo é, antes de qualquer outra coisa, formada por pessoas. São estas pessoas que criam estruturas, instituições, templos e programas. 

O problema começa quando essas estruturas passam a ocupar o centro dos esforços e da atenção, relegando o Evangelho e a missão de Deus para segundo plano. Uma igreja consciente, porém, que permanece focada na missão de Deus, sempre se perguntará pelas melhores estruturas à serviço da missão em sua própria época e contexto. 

O movimento da Reforma Protestante nos legou a máxima 'Igreja Reformada Sempre Reformando'. Mudanças são inevitáveis. Quando falamos da Igreja de Jesus Cristo, a mensagem, a partir da revelação de Deus, é uma essência imutável, inegociável. Tudo o mais, no entanto, é recipiente que pode ter suas variadas formas. 

O mundo vem revelando um crescimento das micro igrejas, ou seja, pequenos grupos de cristãos que se reúnem nos mais diversos lugares: casas, clubes, praças, saguões de hotel, Cafés, restaurantes, cinemas, parques e etc. O movimento da igreja em 'células' ou em pequenos grupos também não representa nenhuma novidade. 

De que nós estamos realmente falando, aqui, então? 

Existe uma forte tendência que leva a uma nova onda, um impulso no movimento de micro igrejas. As pessoas vão preferir algo consistente, próximo, mais autêntico. A igreja pequena permite um senso comunitário que os grandes eventos não são capazes de suprir. As aglomerações são artificiais em termos de contato pessoal verdadeiro. 

Isso não significa que as mega igrejas e os grandes eventos serão imediatamente extintos. Mas, certamente, quem insistir em apostar aí todas as suas fichas se verá fortemente desafiado. As pequenas igrejas também representarão grande desafio. Os pastores em tempo integral serão cada vez mais raros. A formação teológica tende a ser mais diluída, precária e sincrética. Nada, porém, tão diferente do que vivido pela igreja primitiva.


Nosso Site: www.teologiamissional.com.br

sábado, 23 de janeiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (3)

3. Os idosos serão maioria na igreja

Continuamos falando sobre tendências. Uma tendência geral na população ocidental é o aumento na expectativa de vida. No caso do Brasil, se compararmos o ano de 2019 com o de 1940, por exemplo, houve um aumento de 31,1 anos na expectativa, ou, na esperança de vida da população. Isso significa que se há oitenta anos atrás a expectativa de vida girava em torno dos 46 anos, hoje espera-se viver pelo menos até os 77 anos de vida. 


Existe um certo consenso em classificar os indivíduos em quatro gerações. Além de características comportamentais, cada uma delas é identificada pelo período em que nasceu: 


1. Baby Boomers - são os nascidos entre 1945 e 1964. 
2. Geração X - compreende o período de 1965 a 1984. 
3. Geração Y - composta por quem nasceu entre 1985 e 1999. 
4. Geração Z - aqueles que nasceram a partir do ano 2000. 

O nosso objetivo, aqui, não consiste em fazer uma análise mais aprofundada de cada geração. Trata-se, apenas, de uma maneira de ver e, comparando, por exemplo, com a expectativa de vida, perceber que há uma tendência, cada vez mais, de termos os Boomers e os X por muito tempo entre nós. Logo, o público das igrejas tende a ser de pessoas mais maduras. 

Embora, por um lado, uma igreja composta apenas por idosos seja um sinal de alerta, por outro, uma igreja composta, em sua maioria, de idosos, é uma tendência. Resultado natural da longevidade. 

Sabemos também que as gerações Boomers e X ainda possuem uma característica mais conservadora, de manterem tradições familiares e religiosas. Podem ver na igreja um símbolo de estabilidade. Coisa que as gerações mais recentes, que cresceram em meio a transformação digital, já não valorizam tanto. 

Confira a mudança na faixa etária do brasileiro entre os anos 1980-2060:
 

Fica o desafio para as igrejas: 
Como ser igreja nesses tempos multigeracionais? 
Como trabalhar e capacitar a igreja composta, em sua maioria, com pessoas acima dos 50, 60 anos de idade e, ao mesmo tempo, lidar com o desafio de alcançar as novas gerações com o Evangelho?

Confira a fala do palestrante especialista em tendências e inovação, Alexandre Correa Lima nessa entrevista à Canção Nova:
 

Sabemos que esta é uma tendência que não está diretamente relacionada à pandemia, mas, se uma igreja não está considerando como será o envolvimento de adultos idosos na igreja local, já está atrasada.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (2)

 2. Aceleração do Declínio das Denominações Tradicionais 

Quando falamos em tendências, é isso: uma inclinação, uma provável direção para onde as coisas podem se mover. Quer dizer que há indícios de que as coisas parecem concorrer para aquela determinada direção. Porém, não se trata de nenhum exercício de adivinhação ou de futurologia.


Com relação a este segundo caso, pode ser que haja uma aceleração no declínio de denominações cristãs históricas. Como já colocado na tendência anterior, uma eventual diminuição na frequência de membros aos programas da igreja, reforçaria aquilo que, agora, dizemos aqui. 

Não estamos falando do declínio da Igreja de Jesus Cristo. Sequer dos movimentos locais dessa igreja. Estamos nos referindo às denominações históricas tradicionais. Não é nenhuma novidade que estas já vem demonstrando seu declínio há algum tempo. 

Grandes instituições, com seu legado histórico e também grande peso burocrático, encontram maior resistência e são menos ágeis diante da necessidade de mudanças. E, se há uma realidade de rápidas mudanças ocorrendo, esta época é agora. 

Já não bastasse o avanço natural na tecnologia, a pandemia veio para acelerar tudo isso de um modo jamais visto. Não há dúvidas de que um decréscimo na participação das pessoas aos programas da igreja inevitavelmente levará também à diminuição de receitas. O quanto as organizações estão preparadas para lidarem com isso e se readequarem? 

A exemplo do estado, muitas denominações se organizaram em estruturas pesadas, burocráticas, caras e ineficientes. A crise da hora pode ser uma oportunidade ou, simplesmente, mais um golpe sobre denominações decadentes. Talvez, para algumas, um golpe de misericórdia fatal!

A oportunidade também pode estar se apresentando. Muitas pessoas estão cansadas de mensagens rasas, com propostas de igrejas personalistas e que abusam da fé dos seus fiéis. Como aproveitar o que resta de um legado de seriedade e sobriedade que ainda é reconhecido por alguns quando o assunto é uma igreja histórica? 

A realidade mostra também que abrem inúmeras igrejas independentes enquanto que, por outro lado, congregações ligadas a denominações histórias vem fechando as portas. Como lidar com esta tendência mais orgânica, informal e que se organiza em redes frente a herança institucional, de paróquias e ocupação geográfica? 

Aos líderes e pastores cabe a reflexão e o planejamento. O que teremos daí só o tempo dirá!

domingo, 10 de janeiro de 2021

Tendências na Igreja Pós Pandemia (1)

1. Diminuição na frequência aos Cultos 

Por razões diversas, pessoas que antes participavam regularmente do culto numa igreja local não retornarão para essa rotina quando a pandemia passar. 
Entre as razões podemos conjecturar que essas pessoas encontraram outro local para congregar. A diversidade de programações online levou muitos cristãos a conhecerem diferentes igrejas, pastores e estilos de pregação. 

Outra razão, pode ser, que simplesmente a pessoa não acredite mais que faz alguma diferença frequentar os cultos numa igreja local. Seja porque simplesmente acha irrelevante e não pretende mais fazê-lo, ou, porque passou a acreditar que basta consumir os programas online que continuarão a ser ofertados. 

Fato é que os pastores devem estar preparados para uma diminuição na frequência de seus cultos. Esta será uma tendência mais comum nas igrejas maiores. Em congregações menores a recuperação poderá se notar com mais rapidez. 

Fica o desafio para que pastores e lideranças pensem como pretendem lidar com esta situação.