domingo, 18 de julho de 2021

Você é um Líder Atencioso ou Apenas Curioso?

É realmente difícil imaginar um ser humano que não seja curioso. A curiosidade é boa. Nos impulsiona a querer saber e descobrir coisas novas. Fazer perguntas está entre as principais características da comunicação humana. 

Outro dia deparei-me com um texto do pastor Sam Rainer, da West Bradenton Baptist Church no Estados Unidos. Ele falava sobre a diferença entre pastores atenciosos e pastores curiosos. Seu argumento é de que é melhor ser atencioso. Não é difícil concordar com Sam nesse sentido. Vejamos algumas de suas principais colocações. 

As pessoas fazem perguntas. No caso, tanto pastores curiosos quanto atenciosos fazem perguntas sobre a sua equipe de trabalho e também a respeito dos membros da igreja. Especialmente quando parece que algo estranho se apresenta. De repente alguém 'desaparece', ouve-se de algum caso de doença, rumores de divórcio, e, assim por diante. Problemas com membros da igreja certamente devem receber a atenção do líder da igreja local. 

Fazer perguntas, portanto, é fundamental para obter informações que servirão de subsídio para uma boa liderança, planejamento e gestão da igreja. Fazer perguntas faz parte das boas qualidades de um líder. 

Um pastor apático ou indiferente certamente será taxado de um pastor ruim. Mas, qual seria a diferença entre uma investigação curiosa e uma investigação cuidadosa? 

Sabemos que quanto maior uma igreja ou organização tanto mais difícil será para a liderança acompanhar individualmente cada pessoa que faz parte dela. A questão não estaria tanto no quanto um líder ou pastor é capaz de investir a sua atenção em cada indivíduo, mas, na sua postura geral. 

Enquanto um líder atencioso deseja ouvir, o líder curioso quer apenas obter informações. 

O pastor atencioso busca compreender o membro para melhor servi-lo. O pastor curioso se interessa pelas informações que lhe digam se uma pessoa pode ou não servir em algum ministério da igreja. 

Enquanto o pastor atencioso se preocupa com a pessoa, o curioso pode estar preocupado apenas com a gestão da organização. 

Líderes atenciosos se preocupam e carregam um fardo autêntico por se interessarem pela vida de seus membros. Por outro lado, um pastor curioso deseja apenas saber o que está acontecendo. A diferença está na preocupação em "como eu posso ajudar" para "me dê as informações para que eu possa tomar a melhor decisão". 

Um líder atencioso acompanha seu membro ou colaborador de perto para ajudá-lo a melhorar. Um líder curioso, por sua vez, pode acompanhar a equipe de perto apenas com foco nas decisões operacionais. 

O pastor Sam Rainer destaca algo que é preciso considerar nesse tipo de abordagem. A curiosidade é um traço importante de toda a liderança. Cabe ao pastor, líderes e gestores manterem a capacidade de fazer perguntas. Liderar uma organização requer tomada de decisões e estar bem informado é fundamental nesse processo. A curiosidade é importante. 

O ponto é que há uma diferença entre pastorear vidas e simplesmente gerir uma instituição. Uma pessoa pode fazer as duas coisas. Nesse caso, deverá manter um equilíbrio saudável entre atenção e curiosidade. 

As pessoas começam logo a perceber se o seu pastor realmente se importa com elas ou se está apenas interessado em usá-las para objetivos operacionais na igreja e no ministério. Nas palavras de Sam Rainer, 

"bons líderes se preocupam tanto com a organização quanto com os indivíduos dessa organização". 

Encontrar esse equilíbrio é um desafio constante a que todo pastor deve permanecer atento. A organização e a gestão devem estar à serviço do rebanho de Cristo.

sábado, 19 de junho de 2021

O Que Deus Deseja Nos Revelar Por Meio das Escrituras?

Encarar o desafio de escrever sobre a Bíblia é saber que você está entrando numa seara de terras pantanosas, traiçoeiras, inglórias. Não que a Bíblia em si seja tudo isso. Estou me referindo ao mundo das informações a respeito das escrituras. 

A história da hermenêutica revela que não existe unanimidade. Muitas divisões e o surgimento de novas denominações cristãs, inclusive, se devem à divergências em torno da maneira como se lê e interpreta determinadas passagens da Bíblia. 

Quem estuda teologia, principalmente aqueles que passaram por alguma faculdade tendo acesso ao formalismo da disciplina, provavelmente já ouviu falar do 'fio vermelho' das escrituras. O que geralmente os professores de teologia querem dizer é que existe um tema que perpassa toda a Bíblia. Não temos nenhum motivo para discordar disso. De fato, entendemos que há um enredo amplo que é possível discernir ao longo de toda a Bíblia. 

Quando nós captamos essa mensagem central, conseguiremos até mesmo compreender melhor a experiência pela qual passou Saulo, depois Paulo, quando Ananias impôs as mãos sobre ele: "Imediatamente, algo como escamas caiu dos olhos de Saulo e ele passou a ver novamente" (Atos 9.18). 

Embora Lucas relate que Paulo passou a ver novamente, fato é que ele jamais viu o mundo da mesma maneira que antes. Sua vida mudou. Suas motivações mudaram. 

São várias as percepções possíveis diante das escrituras. Um livro extenso demais, antigo demais, com autores demais, com gênero literário multifacetado, contando histórias fantásticas que não se encaixam numa era científica, tecnológica e racional. Ainda assim, a Bíblia continua sendo o livro mais lido e mais vendido no mundo. 

Como ler e compreender essa verdadeira biblioteca permanece um desafio. A experiência que muitos tem com a Bíblia se reflete na Igreja, na vida e na experiência de muitos cristãos. Incoerência, fragmentação, literalismo, são marcas de uma experiência seletiva com a revelação bíblica. Temos a Bíblia, como livro impresso, utilizada desde como um fetiche, um amuleto, um objeto mágico, até como fonte de promessas em caixinhas que fornecem uma palavra para o dia. No fim, sobra aquilo que pode ser traduzido num tipo de mensagem de autoajuda. 

Diante de todas as maneiras equivocadas de se aproximar das escrituras, há quem diga que o importante é que as pessoas estão lendo. Não discordamos totalmente disso. Porém, se há uma mensagem, um enredo mais amplo e coerente contida ali, devemos buscar esse entendimento. Afinal, como é reconhecido na tradição cristã, trata-se da revelação de Deus a nós. Isso nos coloca diante da pergunta fundamental: o que Deus deseja nos revelar por meio das escrituras?

Vamos começar com a dica de um livro que certamente é o que há de melhor para ajudar todo aquele que deseja compreender a essência da revelação de Deus nas escrituras. CLIQUE AQUI.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Teologia

Você já pensou em estudar teologia?

Fazer teologia consiste em adentrar o mundo real. Ao mesmo tempo consiste em redescobrir o mundo encantado que as crianças conhecem melhor do que os adultos. 

É quando conseguimos enxergar a verdadeira realidade que nos encantamos. É olhar a vidraça e saber que ela está lá, mas, o que contemplamos mesmo é aquilo que podemos ver através dela. 

Ao contemplarmos um belo quadro podemos focar na arte imediata. Mas, podemos nos entregar também à imaginação, às perguntas pelo autor da obra, sua vida, momento, mensagem, recado. 

Ao escutarmos uma bela canção, podemos nos deixar embalar em sua bela melodia. Mas, podemos também sentir com o poeta. Sermos tocados por algo que transcende a letra e o som. 

A teologia brota da contemplação do mundo que se descortina diante de nós. Jardins, cascatas, mares, montes e pássaros. Sons e cores que manifestam vislumbres de um autor que se revela, mas, nem todos estão atentos. 

O autor da vida se revela. Podemos acreditar no quadro sem pintor ou na poesia sem o poeta. Não parece sensato. Para ser teólogo é preciso crer no jardineiro por trás do jardim. 

Além da criação, o divino se revelou também no humano. O carpinteiro por trás da madeira trabalhada passou pela manjedoura humilde e se tornou mestre. O bebê encanta quem logo depois, diante da cruz se espanta. A revelação continua, testemunhada pela criação, erguida no Calvário, deixando o túmulo vazio.


"...pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou"
(Romanos 1.19)

sábado, 5 de junho de 2021

Igreja: missão e visão



A tua igreja local possui uma declaração da missão? 

Você saberia recitar essa missão de cabeça? 

Nas últimas décadas se tornou comum as igrejas aderirem às declarações de visão e missão. Junto veio a crítica de que isso seria algo do mundo corporativo sendo integrado às igrejas. 

Declarações quanto à visão e à missão, uma lista de valores, objetivos e metas remetem ao planejamento estratégico, tão comum nas empresas. Muitas pessoas, inclusive, sequer entenderam a diferença entre missão e visão. Talvez, porque não seja mesmo assim tão claro. A bibliografia disponível não é assim tão consensual a respeito das definições. 

Falar em missão na igreja não é nada novo. Porém, quando uma igreja decide trabalhar no seu planejamento estratégico e passa a confeccionar uma declaração de missão, será que se trata da mesma missão histórica da qual sempre se falou? A resposta é SIM

A missão da igreja não pode ser outra do que a missão de Deus. Logo, uma declaração de missão nada mais é do que o resultado do esforço em resumir numa frase curta a missão de Deus por meio da Igreja. O propósito consiste em ajudar toda a igreja a estar consciente dessa missão, da razão de ser da igreja. 

A missão de Deus consiste em redimir a sua criação. A igreja, o povo de Deus, é enviada ao mundo para testemunhar do amor de Deus, anunciando a boa notícia e fazendo discípulos de Jesus. Esta não é apenas uma missão para a qual algumas igrejas são chamadas a se envolverem. É a missão para toda a Igreja de Jesus. Assim, quando falamos de uma declaração de missão estamos falando do propósito de Deus para toda a Igreja. 

A visão, por sua vez, seria algo mais específico. Seria algo específico sobre os propósitos de Deus para uma determinada congregação situada num determinado contexto e num período de tempo bem delimitado. Logo, trata-se de algo bem estratégico. Depende de discernimento quanto à realidade e contexto local. 

A missão responde à pergunta sobre o que Deus espera de sua Igreja

A visão responde a pergunta sobre o que Deus deseja fazer nos próximos anos por meio de nossa igreja local ali onde estamos inseridos. Onde e como queremos estar daqui a três ou cinco anos? 

Apesar das críticas, trabalhar nesse tipo de declaração e num planejamento para a igreja é extremamente importante. Se Deus deseja algo por meio de sua igreja neste mundo, cabe, então, a nós, discernirmos a vontade divina, termos clareza de sua missão no mundo e, nos juntarmos ao que Deus já está realizando. Para isso, um bom planejamento fornece clareza, discernimento e foco. 

Por onde começar? 

É preciso começar pelo óbvio. Sem conhecermos quais são os propósitos de Deus, o que Ele está fazendo, estaremos apenas nos enganando em nosso ativismo religioso. É preciso começar pelas Escrituras. 

Qual é a missão de Deus? 

No caso da visão, depois de obtermos clareza da missão de Deus, devemos também conhecer muito bem a realidade local. Será necessário um estudo sério e abrangente da comunidade, seu contexto e realidade. O que Deus deseja fazer por meio de nossa igreja local? 

Preciso dizer ainda mais uma coisa. Depois de obtermos clareza quanto à missão de Deus e a visão da igreja local, restará mais um desafio: transformar isso numa frase sucinta, clara, objetiva e que remete à ação. Declarações complexas, muito longas, abstratas, com palavreado muito teológico ou acadêmico acabarão não fazendo mais do que enfeitar a parede numa moldura bonita. Simplifique. Objetividade é tudo. 

E a tua igreja, ela possui esse tipo de declaração? 
Você a conhece e conseguiria recitar de cabeça? 
Na tua opinião ela é eficaz ao que se propõe?

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Vocação Também é uma Questão de Perspectiva

Há quem veja religiosidade na definição da palavra vocação. Estão corretos. 

Há religiosidade em tudo. Isso, porém, nem todos veem. 

Nossa visão de mundo está baseada em crenças que assumimos antes mesmo de fazermos qualquer tipo de análise mais metódica das coisas. 

No caso de uma definição para a palavra vocação, no entanto, não precisamos ficar em achismos ou suposições genéricas. 

Sim. Vocação significa chamado. A origem latina remete a termos como vox, vocatio e vocare

O desconforto de alguns começa quando dizemos que se há um chamado, então, é preciso perguntar por aquele que chama. Quem chama? 

O passo seguinte consiste em perguntar pelo motivo do chamado: para o que sou chamado, afinal? 

Não importa se há ou não concordância quanto à natureza essencialmente religiosa do ser humano. Aquilo que fazemos só fará sentido e trará realização quando visto dentro de um contexto mais amplo. 

Uma perspectiva correta poderá evitar muita frustração e perda de tempo!
 

terça-feira, 18 de maio de 2021

Criados Para Outro Tipo de Realidade

Existe uma condição da nossa realidade que nos diz que toda essa experiência que vivemos ainda não é tudo. 

O famoso autor, pensador cristão, conhecido pelas Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis disse que: 

“Se descubro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo” 

O que isso quer dizer!? 

Você também já experimentou aquele sentimento como uma espécie de saudade de alguma coisa que você não sabe ao certo o que é? 

Sentimos saudades de tempos que foram bons e alegres em nosso passado. Sentimos saudades de pessoas queridas que nos deixaram. Mas, é possível sentir saudades de algo que não vivemos? 

Talvez, neste caso, a melhor palavra não seja saudades. Mas, o sentimento de uma ausência, aquela sensação de que falta alguma coisa. Um tipo de intuição que parece nos dizer que aquilo que estamos vivendo ainda não é tudo. Enquanto a saudade nos remete ao passado e nos deixa angustiados por algo que se perdeu, este outro sentimento vive entre um passado mais distante e um futuro desejado, mesmo que não muito consciente.

Se pensarmos nos seres humanos que foram expulsos do jardim do Éden depois da Queda, poderíamos imaginar que sua vida, depois disso, envolveu alguma saudade daquilo que perderam. Da mesma forma o povo de Israel, ao ser exilado, vivendo sob o domínio de povos estrangeiros, sentia falta dos bons e velhos tempos quando Deus era mais presente. 

Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião” (Salmos 137.1) 

O Salmo revela o estado de espírito dos judeus que viviam em uma terra estrangeira, um lugar no qual não se sentiam em casa. 

Já vimos, conforme os posts anteriores, que a condição humana após a Queda envolve inimizade, idolatria e escravidão. Há, no entanto, ainda mais um aspecto dessa condição: exílio. 

A realidade de domínio, extradição e exílio espalhou os judeus pelo mundo da época. Sua condição de estrangeiros, sob o domínio de senhores pagãos, fazia crescer o desejo por serem governados pelo único e verdadeiro Deus. 

Enquanto o pecado marcar a realidade, enquanto estivermos sob os efeitos da Queda, seremos o povo de Deus vivendo a expectativa da plena manifestação do reino de Deus. Não haverá lugar ou templo feito por mãos humanas capazes de preencher este anseio de nossos corações. 

No vídeo abaixo detalhamos um pouco mais esta nossa condição de exilados que anseiam retornar ao verdadeiro lar.

domingo, 16 de maio de 2021

Uma escravidão total exige uma libertação total

Uma das grandes barbaridades que encontraremos na história da humanidade é a escravidão de seres humanos por outros seres humanos. Essa situação já foi pior. O que não significa que hoje não existam mais casos de escravidão.

Os textos anteriores abordam a condição humana que torna a vinda de Jesus necessária e significativa.

Após a Queda, relatada em Gênesis 3, a humanidade entrou num estado de inimizade e rebelião contra Deus. E, apesar de Deus ter proibido a confecção e adoração de imagens, o ser humano caído revela um coração idólatra.

O Antigo Testamento nos ajuda revelando ainda mais uma faceta desta condição humana caída: somos escravos. 

Toda esta condição humana e o pecado, com suas consequências no mundo, levaram à necessidade de redenção. Em sua graça, misericórdia e amor, Deus não desiste de sua criação. 

O especialista em Antigo Testamento, Christopher Wright, fala do Êxodo como uma modelo de redenção no Antigo testamento. A libertação operada por Deus foi integral, envolvendo todos os aspectos da vida. 

Perguntar para um Israelita dos tempos bíblicos do Antigo testamento se ele era redimido seria escutar, como resposta, um 'sim'. 

Com o teu amor conduzes o povo que resgataste (redimiste); com a tua força tu o levas à tua santa habitação” (Êxodo 15.13) 

De que tipo de situação os israelitas foram libertados do Egito? 

Observando como era a vida do povo debaixo da escravidão e opressão do faraó, compreenderemos a abrangência da ação redentora de Deus. 

O vídeo abaixo procura detalhar os aspectos da condição escrava e da libertação operada pelo Senhor.

 

sábado, 15 de maio de 2021

Ídolos: o problema com a idolatria

Quem é o teu ídolo? 

A palavra ídolo é muito utilizada. Na música e nos esportes existem os ídolos. Aquelas pessoas que se destacam, que alcançam fama, sucesso e fortuna. 

Outro contexto onde a palavra é comum, encontraremos no mundo religioso. 

Bíblia também fala dos ídolos. Idolatria é um tema comum. Aparece como algo tão sério que Deus, nos Dez Mandamentos, inclui a mensagem de que o povo não fizesse imagens para representar o Senhor.

Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto” (Êxodo 20.3-5) 

Qual seria o mal em ter um ídolo? 

Por que a idolatria é um pecado? 

O detalhe que chama a atenção nesta passagem se destaca por causa de outro verso do Antigo Testamento. Uma palavra que já encontraremos no relato da Criação: 

Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27) 

Será que Deus nos proíbe de fazer imagens porque já existe a imagem de Deus no mundo? 

Este é o nosso tema no vídeo abaixo. Ao lado da inimizade, da escravidão e do exílio, a idolatria é outra condição humana após a Queda.
 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Deus é nosso inimigo?

Em nosso post anterior abordamos as quatro condições da humanidade que definem a realidade humana pós queda. 

Nos encontramos numa situação de quem precisa ouvir e receber uma notícia boa. 

Dissemos que esta condição implica em inimizade, idolatria, escravidão e exílio

Começando pela inimizade, produzimos outros vídeos para tratar mais detalhadamente cada uma dessas situações. 

Deus criou todas as coisas. Sua avaliação foi sempre a de que as coisas ficaram boas. O bom inclui beleza, harmonia, equilíbrio, justiça, amizade, alegria, confiança, saúde, fertilidade, paz... Tudo isso formam o shalom: um ambiente de plena presença de Deus. 

A criação oferecia tudo de forma rica, integrada, para o desenvolvimento de uma vida plena. Quando nós olhamos para o mundo hoje vemos que alguma coisa deu errado. Os conflitos, as pandemias, a violência, a corrupção, a injustiça, a degradação ambiental, a mentira, nada disso deveriam existir. No entanto, é o que mais se vê no noticiário todos os dias. E, sejamos realistas: não precisamos do noticiário para percebermos essas coisas. 

Basta sairmos às ruas, caminharmos por aí e prestar atenção à realidade. O coração fica apertado ao vermos crianças vendendo doces nas sinaleiras, moradores de rua tratados sem dignidade, pessoas sofrendo e, até morrendo, a espera de um leito de hospital. Pessoas com depressão. Suicídios. Brigas familiares, muitas vezes, pelos motivos mais banais. Mentiras, golpes, egoísmo. E, mesmo que não foquemos nos noticiários e nem a realidade à nossa volta, basta um exame sincero de nossa própria vida, de nossos pensamentos, para constatarmos que não, o mundo não permaneceu naquela condição muito boa com a qual Deus o criou. 

O que aconteceu? 

Nas palavras do teólogo holandês, Herman Bavinck: 

“O pecado arruinou toda a criação, convertendo sua justiça em culpa, sua santidade em impureza, sua glória em vergonha, sua bem-aventurança em miséria, sua harmonia em desordem e sua luz em trevas” 

O ser humano não se sente mais confortável e à vontade na presença de Deus. Alguma coisa passou a interferir no relacionamento entre Deus e os seres humanos. Uma inimizade se instala. Deus já não é mais visto da mesma maneira que antes. E esta rebelião contra Deus afeta todas as relações humanas. O que antes, em Deus era harmonia, agora, com o pecado, é separação. 

No vídeo abaixo falamos sobre as quatro dimensões das relações humanas que foram afetadas pela queda gerando inimizade em todas as esferas.
 

terça-feira, 4 de maio de 2021

As Quatro Condições de Uma Humanidade Que Precisa de Boas Notícias

Quantas vezes você já escutou a frase 'só Jesus Cristo salva'? 

Já se tornou famoso um fato que teria ocorrido numa certa cidade dos Estados Unidos. Alguém pichou no muro a frase: JESUS CRISTO É A RESPOSTA. No outro dia as mesmas pessoas que tinham visto aquela frase no muro, se depararam com outra pichação logo abaixo: QUAL É A PERGUNTA? 

Se Jesus Cristo é a resposta, qual seria a pergunta? 

Se Jesus Cristo salva, Ele salva de que? 

Qual é a condição humana da qual Jesus Cristo veio nos salvar? 

Qual é a pergunta que Jesus veio responder? 

Nem sempre o Evangelho é apresentado de maneira clara e convincente. Deus conta com a sua Igreja para testemunhar a mensagem do Evangelho. Nós, porém, somos falhos, limitados e negligentes. 

Um dever de casa que nós precisamos fazer consiste em compreendermos bem qual é a condição humana da qual precisamos ser resgatados. Palavras como resgate, redenção, salvação e restauração remetem à obra de Cristo. Porém, essas mesmas palavras só farão sentido para quem compreende que sua situação é de alguém que precisa ser salvo, redimido, resgatado. 

A mesma Escritura que nos apresenta Jesus Cristo como o Salvador e Redentor, também nos ajuda a compreender qual é a nossa real situação. 

Numa definição curta, a palavra Evangelho significa boa notícia. Assim, o Evangelho de Jesus Cristo é a boa notícia de Deus para o mundo. 

Uma notícia é boa o quanto pior estiver a situação de quem escutará a boa nova. O Evangelho é uma boa notícia porque nos encontra num mundo que vive imerso em notícias ruins. 

As quatro condições da humanidade que tratamos no vídeo abaixo definem a nossa situação. Uma situação de quem precisa ouvir e receber uma notícia boa.