quarta-feira, 13 de março de 2024
Páscoa: a afirmação do Absoluto sobre os poderes do mundo
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
DIETRICH BONHOEFFER E O CASAMENTO: um 'sim' para o mundo de Deus
"Nosso casamento deve ser um ‘sim’ ao mundo de Deus. Tem de fortalecer nossa resolução de realizar e concluir algo na terra. Temo que aquele que se aventura a manter-se no mundo sob uma única perna permanecerá numa única perna também no paraíso".
"Ao acrescentar o 'sim' dele ao 'sim' de vocês, ao confirmar a vontade dele com a sua vontade, e ao permitir e aprovar o seu triunfo e regozijo e orgulho, Deus os transforma ao mesmo tempo em instrumentos da vontade e do propósito dele tanto para vocês mesmos quanto para os outros. Em sua condescendência insondável, Deus acrescenta o 'sim' dele; mas, ao fazê-lo, ele cria, do amor de vocês, algo novo — o bem sagrado do matrimônio".
"Não é o amor de vocês que sustenta o casamento, mas de agora em diante é o casamento que sustenta o amor de vocês”.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Por Que Agora Sou Cristã
O ateísmo não pode nos preparar para a guerra civilizacional
| Ayaan Hirsi Ali |
Em 2002, descobri uma palestra de Bertrand Russell no ano de 1927 intitulada 'Por Que Não Sou Cristão'. Não passou pela minha cabeça, enquanto lia o texto, que um dia, quase um século depois de ele tê-lo apresentado à filial sul da National Secular Society, eu seria compelida a escrever um ensaio com um título precisamente oposto.
No ano anterior, eu havia condenado publicamente os ataques terroristas dos 19 homens que haviam sequestrado aviões de passageiros e os colidiram contra as torres gêmeas em Nova York. Eles haviam feito isso em nome da minha religião, o Islã. Eu era muçulmana na época, embora não praticante. Se eu realmente condenava as ações deles, onde isso me deixava? O princípio subjacente que justificava os ataques era religioso, afinal: a ideia de Jihad ou Guerra Santa contra os infiéis. Era possível para mim, como para muitos membros da comunidade muçulmana, simplesmente me distanciar da ação e de seus resultados horríveis?
Na época, havia muitos líderes proeminentes no Ocidente — políticos, acadêmicos, jornalistas e outros especialistas — que insistiam que os terroristas eram motivados por razões diferentes das que eles e seu líder Osama Bin Laden haviam articulado tão claramente. Assim, o Islã tinha um álibi.
Essa desculpa não era apenas condescendente para com os muçulmanos. Também deu a muitos ocidentais a oportunidade de se refugiar na negação. Culpar os erros da política externa dos EUA era mais fácil do que contemplar a possibilidade de estarmos enfrentando uma guerra religiosa. Vimos uma tendência semelhante nas últimas cinco semanas, à medida que milhões de pessoas simpáticas à situação dos palestinos da Faixa de Gaza buscam racionalizar os ataques terroristas de 7 de outubro como uma resposta justificada às políticas do governo israelense.
Quando li a palestra de Russell em 2022, encontrei meu desconforto cognitivo diminuindo. Foi um alívio adotar uma atitude cética em relação à doutrina religiosa, descartar minha fé em Deus e declarar que tal entidade não existia. Melhor ainda, eu poderia rejeitar a existência do inferno e o perigo do castigo eterno.
A afirmação de Russell de que a religião se baseia principalmente no medo ecoou em mim. Eu havia vivido por muito tempo com o terror de todas as punições horrendas que me aguardavam. Embora eu tivesse abandonado todas os motivos racionais para acreditar em Deus, aquele medo irracional do fogo do inferno ainda persistia. A conclusão de Russell, portanto, veio como um alívio: 'Quando morrer, vou apodrecer'.
Para entender por que me tornei ateia há 20 anos, você primeiro precisa entender o tipo de muçulmana que eu era. Eu era um adolescente quando a Irmandade Muçulmana penetrou na minha comunidade em Nairóbi, Quênia, em 1985. Acredito que eu nem havia entendido a prática religiosa antes da chegada da Irmandade. Eu suportava os rituais de abluções, orações e jejuns como tediosos e sem sentido.
Os pregadores da Irmandade Muçulmana mudaram isso. Eles articularam uma direção: o caminho reto. Um propósito: trabalhar para ser admitida no paraíso de Alá após a morte. Um método: o manual de instruções do Profeta do que fazer e do que não fazer — o halal e o haram. Como um suplemento detalhado do Alcorão, os hadiths explicavam como colocar em prática a diferença entre certo e errado, bem e mal, Deus e o diabo.
Os pregadores da Irmandade Muçulmana não deixaram nada para a imaginação. Eles nos deram uma escolha. Esforce-se para viver de acordo com o manual do Profeta e colha as gloriosas recompensas no além. Nesta terra, enquanto isso, a maior conquista possível era morrer como mártir pela causa de Alá.
A alternativa, de se entregar aos prazeres do mundo, significava atrair a ira de Alá e ser condenada a uma vida eterna no fogo do inferno. Alguns dos "prazeres mundanos" que eles condenavam incluíam ler romances, ouvir música, dançar e ir ao cinema - coisas as quais eu tinha vergonha de admitir que adorava.
A qualidade mais marcante da Irmandade Muçulmana foi a capacidade de transformar a mim e aos meus colegas adolescentes de crentes passivos em ativistas, quase da noite para o dia. Não apenas falávamos ou rezávamos por coisas: fazíamos coisas. Como meninas, vestíamos a burca e renunciávamos à moda e maquiagem ocidental. Os meninos cultivavam a barba o mais comprida possível. Usavam a tawb branca, semelhante a um vestido, usada em países árabes, ou tinham as calças encurtadas acima dos ossos do tornozelo. Atuávamos em grupos e voluntariávamos nossos serviços para a caridade aos pobres, aos idosos, aos deficientes e aos fracos. Instigávamos os muçulmanos a rezar e exigíamos que os não muçulmanos se convertessem ao Islã.
Durante as sessões de estudo islâmico, compartilhávamos com o pregador responsável pelas sessões as nossas preocupações. Por exemplo, o que deveríamos fazer em relação aos amigos que amávamos e éramos leais, mas que se recusavam a aceitar nossa dawa (convite à fé)? Em resposta, éramos lembrados repetidamente sobre a clareza das instruções do Profeta. Foi-nos dito de forma inequívoca que não poderíamos ser leais a Alá e Maomé e, ao mesmo tempo, manter amizades e lealdade para com os incrédulos. Se eles rejeitassem explicitamente nosso convite para o Islã, deveríamos odiá-los e amaldiçoá-los.
Aqui, um ódio especial era reservado para um subconjunto de incrédulos: o judeu. Amaldiçoávamos os judeus várias vezes ao dia e expressávamos horror, repugnância e raiva pela lista de supostas ofensas que eles haviam cometido. O judeu havia traído nosso Profeta. Eles ocuparam a Mesquita Sagrada em Jerusalém. Continuavam a espalhar a corrupção do coração, da mente e da alma.
Você pode ver por que, para alguém que passou por uma educação religiosa tão intensa, o ateísmo parecia tão atraente. Bertrand Russell oferecia uma fuga simples e sem custos de uma vida insuportável de autonegação e assédio aos outros. Para ele, não havia um motivo crível para a existência de Deus. A religião, argumentava Russell, estava enraizada no medo: "O medo é a base de tudo — medo do misterioso, medo da derrota, medo da morte."
Como ateia, pensei que perderia esse medo. Também encontrei um círculo totalmente novo de amigos, tão diferentes dos pregadores da Irmandade Muçulmana quanto se pode imaginar. Quanto mais tempo eu passava com eles — pessoas como Christopher Hitchens e Richard Dawkins —, mais confiança eu sentia de que havia feito a escolha certa. Os ateus eram inteligentes. Eles também eram muito divertidos.
Então, o que mudou? Por que agora me chamo de cristã?
Parte da resposta é global. A civilização ocidental está sob ameaça de três forças diferentes, mas relacionadas: a ressurgência do autoritarismo e expansão de grandes potências nas formas do Partido Comunista Chinês e da Rússia de Vladimir Putin; a ascenção do islamismo global, que ameaça mobilizar uma vasta população contra o Ocidente; e a disseminação viral da ideologia "woke", que está corroendo a fibra moral da próxima geração.
Procuramos repelir essas ameaças com ferramentas modernas e seculares: esforços militares, econômicos, diplomáticos e tecnológicos para derrotar, subornar, persuadir, apaziguar ou vigiar. No entanto, a cada rodada de conflito, nos vemos perdendo terreno. Estamos ou ficando sem dinheiro, com nossa dívida nacional na casa dos trilhões de dólares, ou perdendo nossa liderança na corrida tecnológica com a China.
Mas não podemos enfrentar essas forças formidáveis a menos que possamos responder à pergunta: o que é que nos une? A resposta de que "Deus está morto!" parece insuficiente. Da mesma forma, a tentativa de encontrar consolo na "ordem internacional liberal baseada na lei" também parece inadequada. A única resposta possível, acredito, reside em nosso desejo de manter o legado da tradição judaico-cristã.
Esse legado consiste em um conjunto elaborado de ideias e instituições projetadas para proteger a vida humana, a liberdade e a dignidade, desde o estado-nação e o estado de direito até as instituições da ciência, saúde e aprendizado. Como Tom Holland mostrou em seu maravilhoso livro Dominion, todas as liberdades aparentemente seculares — do mercado, da consciência e da imprensa — encontram suas raízes no cristianismo.
E assim, percebo que Russell e meus amigos ateus falharam em enxergar as árvores em vez da floresta. A floresta é a civilização construída sobre a tradição judaico-cristã; é a história do Ocidente, com suas imperfeições. A crítica de Russell às contradições na doutrina cristã é séria, mas também é muito estreita em escopo.
Por exemplo, ele proferiu sua palestra em uma sala cheia de cristãos (ex-cristãos ou pelo menos em dúvida) em um país cristão. Pense em como isso era único há quase um século e ainda é raro em civilizações não ocidentais. Poderia um filósofo muçulmano ficar diante de qualquer plateia em um país muçulmano — naquela época ou agora — e proferir uma palestra com o título "Por que não sou muçulmano"? Na verdade, um livro com esse título existe, escrito por um ex-muçulmano. Mas o autor o publicou nos Estados Unidos sob o pseudônimo Ibn Warraq. Seria perigoso fazer de outra forma.
Para mim, essa liberdade de consciência e expressão é talvez o maior benefício da civilização ocidental. Não é algo natural para o ser humano. É o produto de séculos de debate dentro das comunidades judaicas e cristãs. Foram esses debates que impulsionaram a ciência e a razão, diminuíram a crueldade, suprimiram superstições e construíram instituições para ordenar e proteger a vida, garantindo liberdade para o maior número possível de pessoas. Ao contrário do Islã, o cristianismo superou sua fase dogmática. Tornou-se cada vez mais claro que o ensinamento de Cristo implicava não apenas um papel circunscrito para a religião como algo separado da política, mas também implicava compaixão pelo pecador e humildade para o crente.
No entanto, eu não seria sincera se atribuísse minha adesão ao cristianismo apenas à percepção de que o ateísmo é uma doutrina muito fraca e desunida para nos fortalecer contra nossos inimigos ameaçadores. Também me voltei para o cristianismo porque, em última análise, descobri que a vida sem qualquer consolo espiritual é insuportável — quase autodestrutiva. O ateísmo falhou em responder a uma pergunta simples: qual é o significado e propósito da vida?
Russell e outros ateus ativistas acreditavam que, com a rejeição a Deus, entraríamos em uma era de razão e humanismo inteligente. Mas o ‘buraco de Deus’ – o vazio deixado pelo recuo da Igreja – foi preenchido por uma confusão de dogmas irracionais e quase religiosos. O resultado é um mundo onde os cultos modernos atacam as massas deslocadas, oferecendo-lhes razões espúrias para ser e agir, principalmente através do envolvimento em teatro de sinalização de virtude, em nome de uma minoria vitimizada ou do nosso planeta supostamente condenado. A frase frequentemente atribuída a G.K. Chesterton se transformou em uma profecia: "Quando os homens escolhem não acreditar em Deus, eles não acreditam em nada, tornam-se então capazes de acreditar em qualquer coisa."
Nesse vácuo niilista, o desafio que temos pela frente é civilizacional. Não poderemos resistir à China, à Rússia e ao Irã se não conseguirmos explicar às nossas populações por que é importante que o façamos. Não podemos lutar contra a ideologia woke se não pudermos defender a civilização que ela está determinada a destruir. E não podemos combater o Islamismo com ferramentas puramente seculares. Para conquistar os corações e mentes dos muçulmanos aqui no Ocidente, temos de lhes oferecer algo mais do que vídeos no TikTok.
A lição que aprendi nos anos com a Irmandade Muçulmana foi o poder de uma narrativa unificadora, incorporada nos textos fundamentais do Islã, para atrair, envolver e mobilizar as massas muçulmanas. A menos que ofereçamos algo tão significativo, receio que a erosão de nossa civilização continue. E, felizmente, não há necessidade de procurar alguma mistura de medicação e atenção plena da nova era. O Cristianismo tem tudo.
É por isso que já não me considero uma apóstata muçulmana, mas uma ateia decaída. Claro, ainda tenho muito a aprender sobre o cristianismo. Descubro um pouco mais na igreja a cada domingo. Descubro um pouco mais na igreja todos os domingos. Mas reconheci, na minha longa jornada através de um deserto de medo e de dúvidas, que existe uma maneira melhor de gerir os desafios da existência do que o Islã ou a descrença tinham para oferecer.
Ayaan Hirsi Ali é pesquisadora no Hoover Institution da Universidade Stanford, fundadora da AHA Foundation e apresentadora do The Ayaan Hirsi Ali Podcast. Seu novo livro é "Prey: Immigration, Islam, and the Erosion of Women’s Rights" (Presa: Imigração, Islã e Erosão dos Direitos das Mulheres).
Ayaan Hirsi Ali é autora de livros com críticas contundentes ao Islamismo – como “A virgem na jaula: uma apelo à razão”, “Infiel: a história da mulher que desafiou o Islã” e “Herege: por que o Islã precisa de uma reforma imediata”.
Nascida e criada nos costumes tribais da Somália, ela sofreu mutilação sexual e espancamentos brutais na infância, foi muçulmana devota doutrinada pela Irmandade Muçulmana, até que, fugindo de um casamento forçado, deparou-se com a liberdade no Ocidente.
Dali em diante, renegou sua religião, virou ateia, lutou pelos direitos das mulheres muçulmanas, tornou-se deputada na Holanda, passou a morar nos Estados Unidos e a lecionar em Harvard, foi indicada pela revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do mundo e está jurada de morte pelo fundamentalismo islâmico.
domingo, 29 de outubro de 2023
Uma Travessura às Vésperas do Halloween
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
As verdadeiras Transformações Dependem de Indivíduos Transformados: Lutero e a Reforma
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
sábado, 7 de outubro de 2023
Reforma Protestante: ideias devem ser compartilhadas
sábado, 23 de setembro de 2023
A Carta aos Gálatas: Liberdade em Cristo e a Justificação pela Fé
Você já leu a Bíblia hoje?
Que tal uma leitura e reflexão numa das cartas do apóstolo Paulo?
O que encontraremos nessa breve carta?
Introdução
A Carta aos Gálatas, encontrada no Novo Testamento da Bíblia, é uma das epístolas mais importantes escritas pelo apóstolo Paulo. Neste artigo, exploraremos o contexto histórico e teológico dessa carta e sua relevância contínua para a compreensão do cristianismo.
Contexto Histórico
A carta foi escrita por volta de 49-50 d.C., após a primeira viagem missionária de Paulo e o Concílio de Jerusalém. Durante essa viagem, Paulo visitou as igrejas na região da Galácia, que abrange a moderna Turquia. No Concílio de Jerusalém, os líderes cristãos chegaram a um acordo sobre a relação entre a fé em Cristo e a observância da Lei Judaica para os gentios convertidos.
O Conflito Teológico
Paulo escreveu a carta aos Gálatas em resposta a ensinamentos errôneos que surgiram nas igrejas da Galácia. Alguns cristãos judaizantes estavam ensinando que os gentios precisavam se submeter à circuncisão e à Lei Mosaica para serem verdadeiros seguidores de Cristo. Isso levou a um conflito teológico crucial.
A Mensagem de Gálatas
A principal mensagem de Gálatas é a justificação pela fé em Jesus Cristo. Paulo enfatiza que a salvação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo. Ele argumenta que a fé é o caminho para a liberdade espiritual e que os crentes não estão mais sob o jugo da Lei.
Relevância Contínua
A carta aos Gálatas continua a ser relevante hoje. Ela nos lembra que nossa salvação é baseada na graça de Deus e na fé em Cristo, não em nossas obras. Também nos desafia a não nos tornarmos escravos de legalismos religiosos, mas a abraçar a liberdade que temos em Cristo.
Conclusão
A Carta aos Gálatas é uma das joias teológicas do Novo Testamento. Ela nos ensina sobre a importância da fé em Cristo e da liberdade espiritual. À medida que exploramos os ensinamentos de Paulo nesta carta, somos lembrados de que a nossa salvação é um presente gracioso de Deus, recebido pela fé, e que somos chamados a viver em liberdade, servindo a Deus e aos outros com amor.
Boa leitura!
sábado, 29 de julho de 2023
O Pastor e a Ansiedade: Enfrentando Desafios com Fé e Sabedoria
A ansiedade é um problema crescente no mundo moderno, afetando milhões de pessoas. A vida agitada, as pressões sociais, o uso excessivo da tecnologia e os desafios pessoais são alguns dos fatores que contribuem para essa condição. A ansiedade pode manifestar-se de diferentes formas, prejudicando a saúde mental, emocional e física dos indivíduos. Buscar equilíbrio, apoio e técnicas de gerenciamento de estresse torna-se essencial para enfrentar esse desafio global e promover o bem-estar geral.
Na igreja e entre os cristãos a ansiedade também é uma realidade. Um grupo de pessoas específico que sofre de ansiedade na igreja é o pastor. A ansiedade enfrentada por pastores brasileiros em suas trajetórias de liderança é uma preocupação constante.
Montanha-russa Emocional do Ministério Pastoral
A vida pastoral é como uma montanha-russa emocional, repleta de altos e baixos. Pastores são verdadeiros guerreiros espirituais, conduzindo suas congregações com paixão e dedicação. No entanto, por trás de suas pregações inspiradoras, enfrentam uma batalha silenciosa: a ansiedade.
Os Desafios do Ministério Pastoral
Nossos pastores enfrentam desafios diários. Eles atuam como verdadeiros portos seguros em meio a tempestades, mas muitas vezes enfrentam questões difíceis e que potencializam a ansiedade:
Disponibilidade Constante: O papel do pastor exige disponibilidade 24 horas por dia para emergências, o que pode confundir a linha entre trabalho e vida pessoal.
Isolamento Percebido: Apesar de estarem cercados de pessoas, os pastores frequentemente se sentem sozinhos, incapazes de compartilhar suas lutas com medo de parecerem fracos.
Escrutínio Público: Como figuras públicas, pastores podem sentir pressão para sempre estarem "ligados" e manterem uma imagem específica.
Trabalho Emocional: Pastores frequentemente são os primeiros a serem procurados durante crises pessoais ou luto, mantendo a confidência sobre diversos problemas da congregação.
Pressão Financeira: Muitos pastores enfrentam instabilidade financeira, trabalhando com recursos limitados e, às vezes, recebendo compensação inadequada.
Negligência Pessoal: Pastores podem se envolver tanto em atender às necessidades da congregação que acabam negligenciando suas próprias necessidades físicas e mentais, assim como tempo com família e amigos.
Polarização Crescente: Assim como em outras áreas da sociedade, igrejas têm pessoas em extremos políticos, ideológicos e teológicos, o que pode tornar a navegação espiritual desafiadora e estressante.
Enfrentando a Ansiedade no Ministério:
Apesar dos desafios, existem maneiras práticas de combater a ansiedade no ministério:
- Evite Pensamentos Extremos: Em vez de buscar a perfeição, aceite que cometer erros é uma oportunidade de aprendizado. O otimismo é mais saudável do que o idealismo.
- Transforme o Estresse em Aliado: Identifique o que causa estresse e direcione sua energia emocional para exercícios produtivos. Concentre-se no que você pode controlar, em vez de se preocupar com o que não pode mudar.
- Aprenda a Rir dos Erros: Em momentos difíceis, aprenda a rir de si mesmo. Isso ajuda a aliviar a tensão e a enfrentar as situações com leveza.
- Diga "Não" Mais Vezes: Não tente fazer tudo para todos. Defina limites saudáveis e guie as expectativas da congregação de forma realista.
Lembre-se, todo pastor enfrenta estresse, mas é fundamental evitar que a pressão se acumule a ponto de causar ansiedade. Cuidar de si mesmo é essencial para o bem-estar do líder e de sua igreja.
Compartilhe este artigo e juntos, como líderes e cristãos engajados, podemos apoiar uns aos outros para superar os desafios da ansiedade no ministério.
sábado, 15 de julho de 2023
Por que Igrejas Menores Devem se Destacar em Hospitalidade
Descubra por que as igrejas menores têm uma vantagem na área de hospitalidade em comparação com as igrejas maiores e como podem usar essa oportunidade a seu favor.
Quando se trata de hospitalidade, as expectativas dos convidados variam dependendo do tamanho da igreja. Ao entrar em uma igreja extraordinariamente grande, é comum que as pessoas esperem anonimato. Afinal, um ambiente com milhares de metros quadrados e multidões pode parecer menos acolhedor do que uma igreja menor, onde cada indivíduo é mais notado.
Vamos fazer uma analogia. Quando visitamos um estádio de futebol lotado, como o Maracanã para assistir a um Fla x Flu, não esperamos que as pessoas façam um esforço especial para nos receber. Com milhares de pessoas ao redor, a eficiência é priorizada em relação à hospitalidade. Por outro lado, quando entramos em um pequeno restaurante familiar, as nossas expectativas mudam. Nesse contexto, a hospitalidade se torna a prioridade em vez da eficiência.
Claro, igrejas não são estádios nem restaurantes, mas o princípio sociológico se mantém. É desconfortável entrar em um ambiente com poucas pessoas e ser ignorado, enquanto em uma multidão maior, é mais comum passar despercebido.
A Diferença entre Simpatia e Hospitalidade
Muitas igrejas se consideram simpáticas, mas poucas realmente demonstram hospitalidade. O problema é que a simpatia geralmente é direcionada internamente, ou seja, os membros são gentis e amigáveis entre si, mas ignoram os visitantes. No entanto, é possível ser amável sem oferecer hospitalidade genuína. A hospitalidade vai além da simpatia e envolve generosidade e sacrifício em relação aos visitantes. No Novo Testamento, a palavra grega para hospitalidade significa amar aqueles que estão do lado de fora.
Em sua primeira carta, o apóstolo Pedro ressalta a importância da hospitalidade:
"O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e sóbrios na oração. Acima de tudo, amem-se sinceramente, pois o amor cobre uma multidão de pecados. Sejam também hospitaleiros, uns para com os outros, sem reclamar. Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas várias formas"
1 Pedro 4:7-10 (NVI)
Essas palavras de Pedro nos mostram que a hospitalidade é uma maneira de a igreja brilhar em meio ao caos do mundo. Além disso, independentemente dos dons espirituais, todo crente é chamado a praticar a hospitalidade. De fato, a hospitalidade amplifica e aprimora todos os outros dons espirituais. Infelizmente, esse ministério essencial muitas vezes é subestimado nas igrejas, mas cada membro deve se esforçar para exercê-lo!
Cinco Maneiras Simples de Fortalecer o Ministério de Hospitalidade
Como tornar a visita a uma igreja memorável para um convidado? Em grandes multidões, a experiência em si pode ser o aspecto memorável, mas em ambientes menores, o que as pessoas valorizam é a conexão pessoal. Embora as igrejas maiores recebam mais visitantes devido ao seu tamanho, elas nem sempre conseguem assimilá-los. Por outro lado, uma igreja de tamanho médio tem uma oportunidade melhor de estabelecer conexões pessoais com os convidados.
O problema é que muitas igrejas, tanto grandes quanto pequenas, não dão a devida importância ao ministério da hospitalidade para aproveitar essa oportunidade. Elas acreditam que serem amáveis entre si é o suficiente para que os visitantes se sintam acolhidos, mas na realidade, muitos convidados se sentem ignorados ou excluídos quando ninguém se esforça para oferecer uma hospitalidade genuína.
Como, então, uma igreja menor pode se destacar na hospitalidade? Veja cinco dicas práticas:
- Aloque mais recursos do orçamento: Seu orçamento deve refletir as prioridades do ministério. Não economize em hospitalidade! Reserve um valor para que o pastor possa convidar os visitantes e suas famílias para um almoço após o culto. Além disso, um simples cartão de agradecimento escrito à mão pode causar uma impressão duradoura.
- Não negligencie sua presença online: Monitore suas redes sociais e responda rapidamente às perguntas. Mantenha seu perfil do Google atualizado com informações corretas, como endereço, horários dos programas, telefone e horário de funcionamento. Em seu site, inclua fotos reais dos membros da congregação, evitando o uso de imagens de internet. E lembre-se de não usar uma foto vazia do templo como imagem principal!
- Capacite os voluntários para causarem uma boa primeira impressão: A atenção pessoal faz toda a diferença na hospitalidade. Cumprimentar alguém com um aperto de mão e um sorriso é um gesto amigável, mas a verdadeira hospitalidade envolve conversar, acompanhar a pessoa até o um lugar no templo, sentar-se ao lado dela e conhecê-la melhor, além de convidá-la para um momento de comunhão após o culto. Lembre-se: é importante que, após uma interação, você realmente conheça melhor a pessoa.
- Destaque os convidados no culto e faça um acompanhamento: Agradeça aos convidados do púlpito a cada semana (sem mencioná-los pelo nome). Peça a eles que forneçam suas informações de contato, usando cartões de conexão com QR Codes para facilitar o preenchimento digital. Certifique-se de ter canetas disponíveis nos assentos. Entre em contato com cada convidado pelo menos três vezes, seja por telefone ou e-mail. Aqueles que forneceram um endereço físico também devem receber um bilhete de agradecimento escrito à mão. Por fim, convide-os para participar de um grupo pequeno ou classe de escola dominical.
- Dê o exemplo: Igrejas hospitaleiras têm pastores hospitaleiros. O livro de Tito (Tt 1) é claro nesse aspecto. Se os pastores não praticam a hospitalidade, não estão aptos para liderar suas igrejas. Ter convidados em sua casa é tão importante quanto possuir uma doutrina sólida. A hospitalidade começa com o pastor!
Hospitalidade é a oportunidade que muitas igrejas menores estão deixando passar. Francamente, a boa hospitalidade é escassa em nossa cultura. No entanto, a igreja pode causar uma impressão memorável e ter um impacto maior investindo nesse ministério tão importante.
Fonte: Esse texto é uma adaptação do original publicado em Church Answers Blog.
