sábado, 29 de julho de 2023

O Pastor e a Ansiedade: Enfrentando Desafios com Fé e Sabedoria

 A ansiedade é um problema crescente no mundo moderno, afetando milhões de pessoas. A vida agitada, as pressões sociais, o uso excessivo da tecnologia e os desafios pessoais são alguns dos fatores que contribuem para essa condição. A ansiedade pode manifestar-se de diferentes formas, prejudicando a saúde mental, emocional e física dos indivíduos. Buscar equilíbrio, apoio e técnicas de gerenciamento de estresse torna-se essencial para enfrentar esse desafio global e promover o bem-estar geral.



Na igreja e entre os cristãos a ansiedade também é uma realidade. Um grupo de pessoas específico que sofre de ansiedade na igreja é o pastor. A ansiedade enfrentada por pastores brasileiros em suas trajetórias de liderança é uma preocupação constante.

Montanha-russa Emocional do Ministério Pastoral

A vida pastoral é como uma montanha-russa emocional, repleta de altos e baixos. Pastores são verdadeiros guerreiros espirituais, conduzindo suas congregações com paixão e dedicação. No entanto, por trás de suas pregações inspiradoras, enfrentam uma batalha silenciosa: a ansiedade.

Os Desafios do Ministério Pastoral

Nossos pastores enfrentam desafios diários. Eles atuam como verdadeiros portos seguros em meio a tempestades, mas muitas vezes enfrentam questões difíceis e que potencializam a ansiedade:

Disponibilidade Constante: O papel do pastor exige disponibilidade 24 horas por dia para emergências, o que pode confundir a linha entre trabalho e vida pessoal.

Isolamento Percebido: Apesar de estarem cercados de pessoas, os pastores frequentemente se sentem sozinhos, incapazes de compartilhar suas lutas com medo de parecerem fracos.

Escrutínio Público: Como figuras públicas, pastores podem sentir pressão para sempre estarem "ligados" e manterem uma imagem específica.

Trabalho Emocional: Pastores frequentemente são os primeiros a serem procurados durante crises pessoais ou luto, mantendo a confidência sobre diversos problemas da congregação.

Pressão Financeira: Muitos pastores enfrentam instabilidade financeira, trabalhando com recursos limitados e, às vezes, recebendo compensação inadequada.

Negligência Pessoal: Pastores podem se envolver tanto em atender às necessidades da congregação que acabam negligenciando suas próprias necessidades físicas e mentais, assim como tempo com família e amigos.

Polarização Crescente: Assim como em outras áreas da sociedade, igrejas têm pessoas em extremos políticos, ideológicos e teológicos, o que pode tornar a navegação espiritual desafiadora e estressante.

Enfrentando a Ansiedade no Ministério:

Apesar dos desafios, existem maneiras práticas de combater a ansiedade no ministério:

  1. Evite Pensamentos Extremos: Em vez de buscar a perfeição, aceite que cometer erros é uma oportunidade de aprendizado. O otimismo é mais saudável do que o idealismo.
  2. Transforme o Estresse em Aliado: Identifique o que causa estresse e direcione sua energia emocional para exercícios produtivos. Concentre-se no que você pode controlar, em vez de se preocupar com o que não pode mudar.
  3. Aprenda a Rir dos Erros: Em momentos difíceis, aprenda a rir de si mesmo. Isso ajuda a aliviar a tensão e a enfrentar as situações com leveza.
  4. Diga "Não" Mais Vezes: Não tente fazer tudo para todos. Defina limites saudáveis e guie as expectativas da congregação de forma realista.

Lembre-se, todo pastor enfrenta estresse, mas é fundamental evitar que a pressão se acumule a ponto de causar ansiedade. Cuidar de si mesmo é essencial para o bem-estar do líder e de sua igreja.

Compartilhe este artigo e juntos, como líderes e cristãos engajados, podemos apoiar uns aos outros para superar os desafios da ansiedade no ministério.

sábado, 15 de julho de 2023

Por que Igrejas Menores Devem se Destacar em Hospitalidade

Descubra por que as igrejas menores têm uma vantagem na área de hospitalidade em comparação com as igrejas maiores e como podem usar essa oportunidade a seu favor.

Quando se trata de hospitalidade, as expectativas dos convidados variam dependendo do tamanho da igreja. Ao entrar em uma igreja extraordinariamente grande, é comum que as pessoas esperem anonimato. Afinal, um ambiente com milhares de metros quadrados e multidões pode parecer menos acolhedor do que uma igreja menor, onde cada indivíduo é mais notado.

Vamos fazer uma analogia. Quando visitamos um estádio de futebol lotado, como o Maracanã para assistir a um Fla x Flu, não esperamos que as pessoas façam um esforço especial para nos receber. Com milhares de pessoas ao redor, a eficiência é priorizada em relação à hospitalidade. Por outro lado, quando entramos em um pequeno restaurante familiar, as nossas expectativas mudam. Nesse contexto, a hospitalidade se torna a prioridade em vez da eficiência.

Claro, igrejas não são estádios nem restaurantes, mas o princípio sociológico se mantém. É desconfortável entrar em um ambiente com poucas pessoas e ser ignorado, enquanto em uma multidão maior, é mais comum passar despercebido.



A Diferença entre Simpatia e Hospitalidade

Muitas igrejas se consideram simpáticas, mas poucas realmente demonstram hospitalidade. O problema é que a simpatia geralmente é direcionada internamente, ou seja, os membros são gentis e amigáveis entre si, mas ignoram os visitantes. No entanto, é possível ser amável sem oferecer hospitalidade genuína. A hospitalidade vai além da simpatia e envolve generosidade e sacrifício em relação aos visitantes. No Novo Testamento, a palavra grega para hospitalidade significa amar aqueles que estão do lado de fora.

Em sua primeira carta, o apóstolo Pedro ressalta a importância da hospitalidade:

"O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e sóbrios na oração. Acima de tudo, amem-se sinceramente, pois o amor cobre uma multidão de pecados. Sejam também hospitaleiros, uns para com os outros, sem reclamar. Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas várias formas"

1 Pedro 4:7-10 (NVI)

Essas palavras de Pedro nos mostram que a hospitalidade é uma maneira de a igreja brilhar em meio ao caos do mundo. Além disso, independentemente dos dons espirituais, todo crente é chamado a praticar a hospitalidade. De fato, a hospitalidade amplifica e aprimora todos os outros dons espirituais. Infelizmente, esse ministério essencial muitas vezes é subestimado nas igrejas, mas cada membro deve se esforçar para exercê-lo!

Cinco Maneiras Simples de Fortalecer o Ministério de Hospitalidade

Como tornar a visita a uma igreja memorável para um convidado? Em grandes multidões, a experiência em si pode ser o aspecto memorável, mas em ambientes menores, o que as pessoas valorizam é a conexão pessoal. Embora as igrejas maiores recebam mais visitantes devido ao seu tamanho, elas nem sempre conseguem assimilá-los. Por outro lado, uma igreja de tamanho médio tem uma oportunidade melhor de estabelecer conexões pessoais com os convidados.

O problema é que muitas igrejas, tanto grandes quanto pequenas, não dão a devida importância ao ministério da hospitalidade para aproveitar essa oportunidade. Elas acreditam que serem amáveis entre si é o suficiente para que os visitantes se sintam acolhidos, mas na realidade, muitos convidados se sentem ignorados ou excluídos quando ninguém se esforça para oferecer uma hospitalidade genuína.

Como, então, uma igreja menor pode se destacar na hospitalidade? Veja cinco dicas práticas:

  1. Aloque mais recursos do orçamento: Seu orçamento deve refletir as prioridades do ministério. Não economize em hospitalidade! Reserve um valor para que o pastor possa convidar os visitantes e suas famílias para um almoço após o culto. Além disso, um simples cartão de agradecimento escrito à mão pode causar uma impressão duradoura.
  2. Não negligencie sua presença online: Monitore suas redes sociais e responda rapidamente às perguntas. Mantenha seu perfil do Google atualizado com informações corretas, como endereço, horários dos programas, telefone e horário de funcionamento. Em seu site, inclua fotos reais dos membros da congregação, evitando o uso de imagens de internet. E lembre-se de não usar uma foto vazia do templo como imagem principal!
  3. Capacite os voluntários para causarem uma boa primeira impressão: A atenção pessoal faz toda a diferença na hospitalidade. Cumprimentar alguém com um aperto de mão e um sorriso é um gesto amigável, mas a verdadeira hospitalidade envolve conversar, acompanhar a pessoa até o um lugar no templo, sentar-se ao lado dela e conhecê-la melhor, além de convidá-la para um momento de comunhão após o culto. Lembre-se: é importante que, após uma interação, você realmente conheça melhor a pessoa.
  4. Destaque os convidados no culto e faça um acompanhamento: Agradeça aos convidados do púlpito a cada semana (sem mencioná-los pelo nome). Peça a eles que forneçam suas informações de contato, usando cartões de conexão com QR Codes para facilitar o preenchimento digital. Certifique-se de ter canetas disponíveis nos assentos. Entre em contato com cada convidado pelo menos três vezes, seja por telefone ou e-mail. Aqueles que forneceram um endereço físico também devem receber um bilhete de agradecimento escrito à mão. Por fim, convide-os para participar de um grupo pequeno ou classe de escola dominical.
  5. Dê o exemplo: Igrejas hospitaleiras têm pastores hospitaleiros. O livro de Tito (Tt 1) é claro nesse aspecto. Se os pastores não praticam a hospitalidade, não estão aptos para liderar suas igrejas. Ter convidados em sua casa é tão importante quanto possuir uma doutrina sólida. A hospitalidade começa com o pastor!

Hospitalidade é a oportunidade que muitas igrejas menores estão deixando passar. Francamente, a boa hospitalidade é escassa em nossa cultura. No entanto, a igreja pode causar uma impressão memorável e ter um impacto maior investindo nesse ministério tão importante.

Fonte: Esse texto é uma adaptação do original publicado em  Church Answers Blog.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

O Sacerdócio na Bíblia: Mediadores Entre Deus e a Humanidade

Introdução

No contexto religioso, a figura do sacerdote desempenha um papel crucial como autoridade e ministro dos ritos sagrados. Ele é o responsável por administrar os rituais religiosos, especialmente os de sacrifício e expiação. No Antigo Testamento, o sacerdócio era restrito à tribo de Levi. A história do sacerdócio começa com Arão, passando por Eleazar e Finéias, como mencionado em Números 25.11ss. Eles serviam como mediadores entre Deus e os homens, seguindo rigorosos padrões de pureza e desempenhando diversas funções, desde oferecer sacrifícios até ensinar a lei de Deus ao povo.



O Papel do Sacerdote no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o sacerdote era fundamental para as relações do povo de Deus com o divino. Era a ele que o povo se dirigia para buscar orientação e respostas de Deus. Além disso, o sacerdote tinha a responsabilidade de lidar com os oráculos da sorte, conhecidos como Urim e Tumim, e também de garantir a adequação das oferendas e sacrifícios apresentados. Sua função primordial era a comunicação da Torá, a lei de Deus, aos membros da comunidade.

A Transformação do Sacerdócio no Novo Testamento

A figura do sacerdote sofre uma transformação significativa no Novo Testamento por meio de Jesus Cristo. Ele se torna o verdadeiro Sumo Sacerdote, oferecendo-se como sacrifício perfeito para expiar os pecados da humanidade e reconciliar a humanidade com Deus. Diferentemente dos sacerdotes anteriores, Jesus é tanto a vítima quanto o próprio sacerdote. Seu sacerdócio é eterno e superior a todos os outros sacerdotes, proporcionando acesso direto a Deus para todos os crentes.

A Superioridade do Sacerdócio de Cristo

A carta aos Hebreus apresenta a superioridade do sacerdócio de Cristo. Ele pertence à ordem de Melquisedeque, como mencionado nos Salmos 110.4 e Hebreus 5.6. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito que agradou a Deus, estabelecendo-se como o único mediador entre Deus e a humanidade. Seu sacrifício substituiu a necessidade de outros sacrifícios e mediações, proporcionando perdão e reconciliação com Deus.

A Doutrina do Sacerdócio de Todos os Cristãos

A Reforma Protestante trouxe uma importante compreensão do sacerdócio. Martim Lutero enfatizou que todos os cristãos são sacerdotes e têm o direito de interpretar as Escrituras sem a necessidade de intermediação. A doutrina do sacerdócio de todos os crentes permitiu a participação ativa das autoridades civis na Reforma, uma vez que os cristãos têm a responsabilidade de buscar a reforma da igreja.

Conclusão

A figura do sacerdote na Bíblia desempenha um papel crucial como mediador entre Deus e a humanidade. Desde os sacerdotes levitas do Antigo Testamento até Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote perfeito do Novo Testamento, a função do sacerdócio evoluiu para trazer reconciliação, expiação e acesso direto a Deus para todos os crentes. Como uma comunidade sacerdotal, todos os cristãos são chamados a representar Deus para o mundo, obedecendo à Sua vontade e compartilhando o evangelho da salvação.

Espero que este artigo tenha esclarecido o significado e a importância do sacerdócio na Bíblia. Se você tiver mais dúvidas ou quiser discutir outros assuntos relacionados, fique à vontade para comentar abaixo.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Quantos Canários Ainda Precisam Morrer?

Durante décadas, a partir do início dos anos 1900 na Grã-Bretanha, os mineiros de carvão levavam canários em uma gaiola quando desciam para as minas escuras. Os canários eram altamente sensíveis ao monóxido de carbono, muito mais do que os humanos. O gás monóxido de carbono é incolor e inodoro, e os humanos geralmente têm apenas sintomas leves no início. Os vapores letais podem tirar a vida de uma pessoa rapidamente, muitas vezes sem aviso prévio. 

Assim, os mineiros de carvão observavam os canários conforme avançavam mais profundamente nas minas. Se um canário repentinamente demonstrasse que sua vida estava se esvaindo, os mineiros sairiam rapidamente da mina. Eles haviam recebido um aviso antecipado que salvava suas vidas. 

O processo dos canários sacrificiais foi tão útil na Grã-Bretanha que alguns mineiros continuaram a usar os pássaros até 1986, quando a legislação britânica determinou que os mineiros tinham que substituir seus canários por detectores eletrônicos de monóxido de carbono mais eficazes. Os detectores eram muito mais eficientes e precisos.


Em muitas igrejas os canários estão sendo ignorados enquanto líderes e pastores seguem teimosamente para um fundo escuro e sem retorno.

Diminuição na frequência aos programas da igreja. Diminuição no número de membros. Cada vez menos ofertas e contribuição espontânea. Cada vez menos investimento em missões. Poucas pessoas se voluntariando para auxiliar nos trabalhos. Não surgem mais novas lideranças. As pessoas que ainda fazem parte da igreja demonstram insatisfação. 

Os 'canários' estão morrendo. 

sábado, 8 de julho de 2023

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu*

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu Por: N. T. Wright**

Uma das histórias centrais da Bíblia, muitas pessoas acreditam, é que existe um céu e uma terra e que as almas humanas foram exiladas do céu e estão cumprindo seu tempo aqui na terra até poderem retornar. De fato, para a maioria dos cristãos modernos, a ideia de "ir para o céu quando você morrer" não é apenas uma crença entre outras, mas aquela que parece dar sentido a tudo.

Mas as pessoas que acreditavam nesse tipo de "céu" quando o Novo Testamento foi escrito não eram os primeiros cristãos. Eram os "Platonistas Médios" - pessoas como Plutarco (um contemporâneo mais jovem de São Paulo, filósofo, biógrafo, ensaísta e sacerdote pagão em Delfos). Para entender o que os primeiros seguidores de Jesus acreditavam sobre o que acontece após a morte, precisamos ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - o mundo da esperança judaica, do imperialismo romano e do pensamento grego.

Os seguidores do movimento de Jesus que surgiram nesse ambiente complexo viam "céu" e "terra" - o espaço de Deus e o nosso, por assim dizer - como as duas metades da boa criação de Deus. Em vez de resgatar as pessoas desta última para alcançar a primeira, o Deus criador finalmente uniria o céu e a terra em um grande ato de nova criação, completando o propósito criativo original ao curar todo o cosmos de seus males antigos. Eles acreditavam que Deus então ressuscitaria seu povo dos mortos, para compartilhar - e, de fato, compartilhar a administração - desta criação resgatada e renovada. E eles acreditavam em tudo isso por causa de Jesus. Eles acreditavam que, com a ressurreição de Jesus, essa nova criação já havia sido lançada. Jesus incorporou em si mesmo a perfeita fusão do "céu" e da "terra". Em Jesus, portanto, a antiga esperança judaica se tornou realidade finalmente. O ponto não era para nós "ir para o céu", mas para a vida do céu chegar à terra. Jesus ensinou seus seguidores a orarem: "Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu." Desde o século III, alguns professores cristãos tentaram mesclar isso com tipos de crença platônica, gerando a ideia de "deixar a terra e ir para o céu", que se tornou comum na Idade Média. Mas os primeiros seguidores de Jesus nunca seguiram por esse caminho.

As escrituras de Israel há muito tempo prometiam que Deus voltaria pessoalmente para habitar com seu povo para sempre. Os primeiros cristãos compreenderam isso: "O Verbo se fez carne", declara João [1:14], "e habitou entre nós." A palavra "habitou" significa, literalmente, "armar sua tenda" - aludindo à "tenda" do deserto nos tempos de Moisés e ao Templo construído por Salomão. O estudo histórico do Novo Testamento, em seu próprio mundo (em oposição a espremê-lo e torcê-lo para se adequar às nossas próprias expectativas), mostra que os primeiros cristãos acreditavam não que "iriam para o céu quando morressem", mas que, em Jesus, Deus havia vindo habitar com eles.

Foi por meio dessa lente que eles enxergaram a esperança do mundo. O livro do Apocalipse termina, não com almas subindo para o céu, mas com a Nova Jerusalém descendo à terra, para que "a morada de Deus esteja com os humanos". Toda a criação, declara São Paulo, será libertada de sua escravidão à corrupção, para desfrutar da liberdade pretendida por Deus. Então Deus será "tudo em todos". É difícil para nós, modernos, compreendermos isso: tantos hinos, orações e sermões ainda falam de nós "indo para o céu". Mas faz sentido histórico e lança luz sobre tudo o mais.

Então, qual era a esperança pessoal dos seguidores de Jesus? Ressurreição - um corpo físico novo e imortal na nova criação de Deus. Mas, após a morte e antes dessa realidade final, um período de descanso tranquilo. "Hoje", diz Jesus ao criminoso ao seu lado, "você estará comigo no Paraíso". "Meu desejo", diz São Paulo, enfrentando uma possível execução, "é partir e estar com o Messias, o que é muito melhor". "Na casa de meu Pai", Jesus assegurou seus seguidores, "há muitas moradas". Estas não são o destino final. Elas são o local temporário de descanso, antes da nova criação final.

O estudo histórico - ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - traz surpresas que também podem impactar o cristianismo moderno. Talvez o mais importante seja uma nova, ou melhor, uma maneira muito antiga de ver a missão cristã. Se o único objetivo é salvar almas do naufrágio do mundo, para que possam deixar esta terra e ir para o céu, por que se preocupar em tornar este mundo um lugar melhor? Mas se Deus vai fazer pelo mundo inteiro o que ele fez por Jesus em sua ressurreição - trazê-los de volta, aqui na terra - então aqueles que foram resgatados pelo evangelho são chamados a desempenhar um papel, agora mesmo, no avanço da renovação do mundo.

Deus colocará o mundo inteiro em ordem, diz essa visão de mundo, e na "justificação" ele coloca as pessoas no lugar certo, pelo evangelho, para fazer parte do seu projeto de colocar as coisas no lugar certo para o mundo. A missão cristã inclui trazer sinais reais do avanço da nova criação para o mundo presente: na cura, na justiça, na beleza, na celebração da nova criação e no lamento pela dor contínua do antigo. As Escrituras sempre prometeram que quando a vida do céu viesse à terra por meio do trabalho do Messias de Israel, os fracos e vulneráveis receberiam cuidado e proteção especiais, e o deserto floresceria como a rosa. O cuidado com os pobres e o planeta torna-se então central, não periférico, para aqueles que pretendem viver na fé e na esperança, pelo Espírito, entre a ressurreição de Jesus e a vindoura renovação de todas as coisas.

*O texto é uma tradução do original publicado AQUI
** O Prof. N. T. Wright é atualmente Professor Emérito de Pesquisa do Novo Testamento e Cristianismo Primitivo no St Mary's College, da Universidade de St Andrews, e Pesquisador Sênior do Wycliffe Hall, Oxford.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Meses

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Doze Meses

"Você tem percebido alguma diminuição nas doações da igreja?"

Líderes e pastores de igrejas se veem também preocupados com questões de orçamento. O mundo todo passa por instabilidade na área da economia. Há motivos para instar os líderes da igreja a agirem com cautela antes de planejar grandes aumentos orçamentários nos próximos meses. Aqui estão cinco desses motivos:



  1. Incerteza econômica: Como os especialistas econômicos não concordam sobre o futuro da economia, certamente não seremos nós a fazermos previsões. Ao que tudo indica, o estado futuro da economia é incerto. Como indicador chave, a inflação, embora tenha diminuído desde o pico, ainda está em um nível que pode prejudicar o crescimento econômico. O cenário político também não ajuda muito.
  2. Declínio na frequência: Existe uma correlação direta entre a frequência das pessoas às programações da igreja e as doações. Muitas igreja verificam ainda frequência significativamente mais baixa do que nos níveis pré-pandemia. Se a tendência continuar, as doações seguirão o mesmo caminho.
  3. Escassez de liquidez: Para combater os graves efeitos financeiros da pandemia, o governo injetou muito dinheiro por meio de auxílios a indivíduos e empresas. Esses subsídios estão quase esgotados, e a renda disponível dos membros da igreja diminuiu proporcionalmente.
  4. Polarização nas igrejas: A unidade da igreja é um dos fatores mais importantes para a saúde de uma igreja. E sabemos com certeza que a unidade afeta as doações. Uma igreja unida tem um propósito, e uma igreja com propósito atrai uma maior generosidade. Infelizmente, muitas igrejas estão passando por divisões internas, o que desencoraja a generosidade. A polarização política tem gerado desgaste e enfraquecimento de muitas igrejas.
  5. Surpresas com as instalações: Muitas igrejas têm problemas de manutenção adiada, e muitos líderes da igreja ficam surpresos quando a igreja é atingida por um grande custo relacionado às instalações. Muitas comunidades cristãs estão em prédios antigos. Infelizmente, a maioria dessas igrejas não acompanhou as necessidades de manutenção das instalações. Os gastos com grandes necessidades de capital, como aquelas envolvendo infraestrutura, geralmente são mais altos do que o esperado.

Uma ação que uma igreja pode tomar agora é preparar um orçamento de contingência. Por exemplo, considere perguntar: "Quais mudanças faríamos se soubéssemos que as doações da igreja ficariam cinco por cento abaixo do previsto?" Pensar nesses cenários com antecedência ajudará a garantir a preparação.

O que você está observando nos níveis de doações em sua igreja? 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Princípios para a Renovação da Igreja

Você já se perguntou como lidar com a saída constante de membros da sua igreja? Há alguns dias publicamos um artigo onde compartilhamos a respeito de quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio. Esse número depende de quantas pessoas essa igreja perde por ano.



Sim, toda igreja perde membros. No entanto, há esperança. Acredite, Deus não terminou com a sua igreja. Existem alguns princípios que, quando praticados, têm transformado congregações e possibilitado um crescimento surpreendente. São estratégias que podem renovar a sua igreja e trazer esperança para o futuro. A seguir apresentaremos pelo menos cinco princípios fundamentais:

1. Foco externo: O segredo para atrair novos membros

As igrejas bem-sucedidas possuem uma mentalidade voltada para fora. Elas se dedicam a servir e alcançar a comunidade ao redor. A liderança da igreja deve conduzir as pessoas a se envolverem em oração e ações voltadas para o próximo. Congregações que adotaram essa abordagem relataram uma mudança incrível, deixando para trás a crítica e a divisão, abraçando uma atitude encorajadora e sacrificial. A igreja não existe apenas para si mesma, mas para cumprir a missão de ser uma benção para aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

2. Desafios mensais: Um enfoque que faz a diferença

Para manter a igreja engajada na missão de alcançar os outros, é essencial ter um enfoque voltado para fora todos os meses. Não precisa ser uma grande campanha, apenas um culto especial ou uma atividade comunitária que incentive a oração pelos necessitados. A simplicidade pode ser poderosa e impactar vidas. Perceba que é necessário que a igreja seja intencional em suas ações. Não dá pra ficar simplesmente achando que tudo acontecerá de forma automática ou espontânea. 

3. Grandes iniciativas: Impactando a comunidade

Além dos esforços mensais, é importante realizar pelo menos uma grande iniciativa evangelística por ano. Muitas igrejas já tem desenvolvido atividades nesse sentido. Essas estratégias comprovadas têm transformado vidas e aproximado pessoas do amor de Deus. Cada realidade pede estratégias próprias de acordo com seu contexto. Por isso é importante conhecer a cidade, o bairro, a comunidade mais ampla onde a igreja está inserida.

4. Conheça sua comunidade: A chave para alcançar vidas

Para ser relevante na missão de alcançar a comunidade, é essencial conhecer as pessoas que você deseja alcançar. Invista tempo em pesquisas demográficas e psicográficas para entender as necessidades, interesses e desafios da sua região. Instituições de ensino e órgãos públicos já costumam trabalhar com uma série de dados que também podem ser muito úteis para o planejamento da igreja. É necessário, portanto, que a igreja busque e aprenda a trabalhar com essas informações.

5. Membros fiéis: Fortalecendo a igreja

Uma classe regular para novos membros é uma ferramenta poderosa para prevenir a evasão de membros. Aqueles que participam dessa classe têm maior probabilidade de permanecer fiéis à igreja e se tornarem frequentadores engajados. É fundamental desenvolver ferramentas que auxiliem na integração e no desenvolvimento espiritual dos novos membros.



Existe, sim, esperança. Igrejas que praticam esses cinco princípios têm muito mais chances de crescer em vez de declinar. Há muitos recursos e organizações disponíveis para ajudar nesse processo. Não desanime! Deus tem um plano para a sua igreja e está pronto para trazer renovação e crescimento.

sábado, 1 de julho de 2023

A Importância da Comunidade no Reino de Deus

Você já se sentiu solitário em sua vida?

mesmo pessoas cristãs podem se sentir sozinhas.

Joana era uma dessas pessoas. Ela sempre se sentiu isolada em sua jornada de fé. Cresceu em uma comunidade cristã que valorizava mais o desempenho religioso do que o relacionamento pessoal com Deus. A Bíblia era citada para ela em vez de ser lida com ela, e seus líderes frequentemente a repreendiam. A solidão era sua companheira constante.

certo dia, Joana decidiu aceitar um convite para embarcar em uma emocionante viagem à natureza selvagem. Ela entendeu que aquela experiência poderia ser diferente e empolgante, acrescentando coisas novas à sua vida.

Durante a expedição, em uma tarde ensolarada, Joana enfrentou um desafio particularmente difícil ao escalar uma encosta rochosa. Em um momento de descuido, escorregou e feriu a perna. Sentou-se, desanimada, para cuidar de sua ferida e enfrentar seus medos. Foi então que algo surpreendente aconteceu.

Outra estudante, percebendo a dificuldade de Joana, aproximou-se e sentou-se ao seu lado. Um gesto de empatia e compaixão. Em um ato de solidariedade, outro integrante da expedição pegou a mochila de Joana e a carregou, além da própria. Pela primeira vez, Joana se viu cercada por outros em sua luta. Não precisava mais enfrentar as dificuldades sozinha. Aquele momento de pertencimento transformou sua vida para sempre.



No Reino de Deus, não existem heróis solitários. A comunidade é essencial para nossa jornada espiritual. Neste artigo, exploraremos a importância da comunidade na vida de fé e como ela nos impulsiona em direção à transformação. Descubra como encontrar pessoas que compartilham da mesma jornada e como desenvolver relacionamentos autênticos para o crescimento mútuo.

Discipulado: Uma Jornada Comunitária

No Reino de Deus, a formação de discípulos não é uma tarefa individual. É uma jornada que deve ser percorrida em comunidade. Você não pode se disciplinar sozinho, afinal, literalmente, são necessárias duas pessoas. Somos chamados a caminhar ao lado de outros e a aceitar ajuda quando necessário. A interdependência é a essência da vida de fé.

Descubra como o discipulado vai além de preparação ministerial e escolar, lembrando-se das pessoas que influenciaram sua compreensão de Deus e que serviram como modelos práticos de vida cristã. Reflita sobre as experiências transformadoras que tiveram um impacto duradouro em sua fé, como a idosa que compartilhava seu conhecimento bíblico enquanto servia deliciosos biscoitos de chocolate ou o amigo que encontrava propósito missionário em seu trabalho diário.

Simplicidade na Transformação Espiritual

Muitas vezes, a transformação espiritual pode parecer complexa e desafiadora. No entanto, a essência é simples: existe um Rei e um Reino, e fomos criados para viver em comunhão como irmãos e irmãs. Somos discípulos, aprendizes e praticantes dos ensinamentos de Jesus. Nossa obediência à palavra de Deus é acompanhada pela orientação e inspiração do Espírito Santo.

A transformação acontece por meio do aprendizado e desaprendizado, do relacionamento e da imitação. Essa é a razão pela qual precisamos uns dos outros. Como formadores de discípulos, nossa relação com aqueles que discipulamos vai além da amizade. Nossa missão é ajudá-los a se equiparem para o crescimento espiritual. Descubra como você pode abraçar esse chamado, guiando os outros em direção à transformação que os aproximará de Jesus.

Relacionamentos: A Chave para um Discipulado Autêntico

Somos seres criados para nos conectarmos uns com os outros. No contexto do discipulado, nossos relacionamentos desempenham um papel fundamental. Deixamos de ser estranhos desconectados vivendo em casas separadas e nos tornamos companheiros de jornada em uma expedição épica. É nessa conexão que experimentamos o crescimento pessoal e espiritual.

Aprenda como observar e aprender com aqueles que estão à nossa volta, especialmente aqueles que já trilharam um caminho mais longo em sua jornada de fé. A transformação ocorre à medida que nos envolvemos com essas pessoas e aprendemos com suas experiências. Descubra o poder de caminhar juntos em direção a um discipulado autêntico e impactante.

Conclusão

No Reino de Deus, somos chamados a viver em comunidade. Assim como Joana encontrou apoio e pertencimento em sua jornada, também podemos experimentar a transformação ao nos conectarmos com outros discípulos de Jesus. Encontrar amigos, aliados e mentores que compartilham a mesma fé nos impulsiona em direção a uma vida mais próxima do exemplo de Cristo.

Não há espaço para heróis solitários no Reino de Deus. A comunidade é o combustível para o crescimento espiritual. Abra-se para o poder da conexão, aprendizado e apoio mútuo. Ao mergulhar nessa jornada comunitária, você descobrirá a alegria e o propósito de ser um discipulador e de ser discipulado.

Abrace o chamado para a comunidade e transforme sua vida e a vida daqueles ao seu redor. Juntos, podemos caminhar rumo à transformação espiritual e ao pleno florescimento no Reino de Deus.

terça-feira, 27 de junho de 2023

A Busca pela Identidade: uma perspectiva cristã

No ano de 2015 o pastor Tim Keller proferiu uma palestra em Washington onde abordou o tema da identidade. Sua proposta foi de que é possível, em Cristo, encontrarmos a nossa nova identidade, uma identidade capaz de lidar tanto com o sucesso como com o fracasso. Uma identidade que não se pauta pelos ventos seculares e suas inúmeras influencias. Vamos compartilhar em mais detalhes os insights de Keller.

 

A busca pela identidade é um dos pilares fundamentais da sociedade atual. Talvez o único absoluto moral que restou. Em um mundo marcado por inúmeras influências e narrativas culturais, torna-se essencial compreender o verdadeiro significado de ser você mesmo. No contexto cristão, a identidade desempenha um papel central, pois vai além de uma mera busca por autodesenvolvimento. Na verdade, é uma dádiva recebida ao adotar a fé cristã, que concede uma nova identidade e propósito. Os cristãos não são apenas pessoas que estão tentando ser melhores. Os cristãos são pessoas que receberam uma nova identidade.

Para compreender melhor esse tema, é necessário examinar primeiro a abordagem da nossa cultura moderna em relação à identidade e, em seguida, compará-la com a perspectiva cristã. É importante destacar que muitos cristãos, embora concordem com as doutrinas e acreditem na Bíblia, ainda são profundamente influenciados pela narrativa cultural da identidade. Isso pode ser uma das razões pelas quais, mesmo após abraçarem a fé cristã, enfrentam dificuldades em realizar mudanças significativas em suas vidas.

A identidade pode ser entendida como a autocompreensão estável, a essência fundamental de quem você realmente é. Embora tenhamos papéis e responsabilidades na vida, como pai, filho, profissional, é importante descobrir o que nos define verdadeiramente no âmago de nosso ser. Além disso, a forma como nos sentimos em relação a essa identidade também desempenha um papel significativo. A autopercepção e a autocompreensão influenciam diretamente nossa jornada pessoal.

No entanto, existem desafios inerentes a essa busca pela identidade autêntica. Três razões importantes demonstram por que a abordagem cultural contemporânea falha nesse aspecto. 

Incoerência

Em primeiro lugar, é incoerente, pois ao analisarmos nossos desejos e sonhos mais profundos, frequentemente percebemos contradições internas. Desejamos ter uma carreira bem-sucedida, mas também ansiamos por relacionamentos significativos. Esses desejos contraditórios revelam a complexidade da natureza humana e nos questionam sobre o que realmente valorizamos. Somos seres cujos desejos não se harmonizam perfeitamente. Portanto, escolher entre esses desejos contraditórios se torna um desafio complexo.

Instabilidade

Além disso, a busca pela identidade é instável. Para que uma identidade seja consistente, é necessário ter um núcleo estável que nos torne a mesma pessoa em diferentes situações e ambientes. Se basearmos nossa identidade apenas em sentimentos mutáveis, seremos facilmente influenciados pelas circunstâncias e não teremos uma verdadeira essência pessoal. A busca por uma identidade estável requer uma base sólida, capaz de resistir às mudanças e desafios do cotidiano.

Ilusória

A abordagem cultural da identidade também é uma ilusão. Ao seguirmos cegamente as tendências da cultura, buscando a aprovação e validação de diferentes grupos, nos tornamos prisioneiros de uma busca infinita e inalcançável. Nunca seremos verdadeiramente livres se nossa identidade for construída com base nas opiniões e padrões em constante mutação da sociedade.

A Perspectiva Cristã

É nesse ponto que a perspectiva cristã oferece uma alternativa única e transformadora. A verdadeira identidade e autoestima positiva vêm da aceitação e do amor incondicional que recebemos de Deus. A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem de Deus e que somos amados por Ele, independentemente de nossas falhas e imperfeições. Em vez de buscar validação em conquistas, aprovação externa ou conformidade com as narrativas culturais, a fé cristã nos convida a encontrar nossa identidade no amor e propósito divinos.

Quando reconhecemos que nossa identidade é firmemente enraizada no amor de Deus, experimentamos uma liberdade genuína. Somos livres para sermos autênticos, para nos esforçarmos em alcançar nossos objetivos sem o fardo da busca incessante pela aceitação externa. Essa perspectiva nos permite abraçar quem realmente somos e viver de acordo com o propósito divino para nossas vidas.

Viver em uma cultura obcecada pela identidade pode ser sufocante, pois somos constantemente pressionados a nos definir e atender a padrões inatingíveis. No entanto, quando nos rendemos ao amor e ao perdão incondicionais de Deus, encontramos uma identidade estável e verdadeira. A fé cristã oferece uma visão única de uma vida plena, na qual somos aceitos e amados independentemente de nossas falhas e desqualificações. A busca pela identidade genuína encontra seu significado na graça e no sacrifício de Jesus Cristo.

Portanto, ao compreender a diferença entre a abordagem cultural e a perspectiva cristã da identidade, somos capazes de estabelecer uma base sólida para nossa autocompreensão. Ao abraçar nossa identidade em Cristo, encontramos verdadeira liberdade e propósito, permitindo que nosso eu mais autêntico seja revelado ao mundo.