quarta-feira, 12 de julho de 2023

Quantos Canários Ainda Precisam Morrer?

Durante décadas, a partir do início dos anos 1900 na Grã-Bretanha, os mineiros de carvão levavam canários em uma gaiola quando desciam para as minas escuras. Os canários eram altamente sensíveis ao monóxido de carbono, muito mais do que os humanos. O gás monóxido de carbono é incolor e inodoro, e os humanos geralmente têm apenas sintomas leves no início. Os vapores letais podem tirar a vida de uma pessoa rapidamente, muitas vezes sem aviso prévio. 

Assim, os mineiros de carvão observavam os canários conforme avançavam mais profundamente nas minas. Se um canário repentinamente demonstrasse que sua vida estava se esvaindo, os mineiros sairiam rapidamente da mina. Eles haviam recebido um aviso antecipado que salvava suas vidas. 

O processo dos canários sacrificiais foi tão útil na Grã-Bretanha que alguns mineiros continuaram a usar os pássaros até 1986, quando a legislação britânica determinou que os mineiros tinham que substituir seus canários por detectores eletrônicos de monóxido de carbono mais eficazes. Os detectores eram muito mais eficientes e precisos.


Em muitas igrejas os canários estão sendo ignorados enquanto líderes e pastores seguem teimosamente para um fundo escuro e sem retorno.

Diminuição na frequência aos programas da igreja. Diminuição no número de membros. Cada vez menos ofertas e contribuição espontânea. Cada vez menos investimento em missões. Poucas pessoas se voluntariando para auxiliar nos trabalhos. Não surgem mais novas lideranças. As pessoas que ainda fazem parte da igreja demonstram insatisfação. 

Os 'canários' estão morrendo. 

sábado, 8 de julho de 2023

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu*

O Novo Testamento não diz o que a maioria das pessoas pensa sobre o Céu Por: N. T. Wright**

Uma das histórias centrais da Bíblia, muitas pessoas acreditam, é que existe um céu e uma terra e que as almas humanas foram exiladas do céu e estão cumprindo seu tempo aqui na terra até poderem retornar. De fato, para a maioria dos cristãos modernos, a ideia de "ir para o céu quando você morrer" não é apenas uma crença entre outras, mas aquela que parece dar sentido a tudo.

Mas as pessoas que acreditavam nesse tipo de "céu" quando o Novo Testamento foi escrito não eram os primeiros cristãos. Eram os "Platonistas Médios" - pessoas como Plutarco (um contemporâneo mais jovem de São Paulo, filósofo, biógrafo, ensaísta e sacerdote pagão em Delfos). Para entender o que os primeiros seguidores de Jesus acreditavam sobre o que acontece após a morte, precisamos ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - o mundo da esperança judaica, do imperialismo romano e do pensamento grego.

Os seguidores do movimento de Jesus que surgiram nesse ambiente complexo viam "céu" e "terra" - o espaço de Deus e o nosso, por assim dizer - como as duas metades da boa criação de Deus. Em vez de resgatar as pessoas desta última para alcançar a primeira, o Deus criador finalmente uniria o céu e a terra em um grande ato de nova criação, completando o propósito criativo original ao curar todo o cosmos de seus males antigos. Eles acreditavam que Deus então ressuscitaria seu povo dos mortos, para compartilhar - e, de fato, compartilhar a administração - desta criação resgatada e renovada. E eles acreditavam em tudo isso por causa de Jesus. Eles acreditavam que, com a ressurreição de Jesus, essa nova criação já havia sido lançada. Jesus incorporou em si mesmo a perfeita fusão do "céu" e da "terra". Em Jesus, portanto, a antiga esperança judaica se tornou realidade finalmente. O ponto não era para nós "ir para o céu", mas para a vida do céu chegar à terra. Jesus ensinou seus seguidores a orarem: "Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu." Desde o século III, alguns professores cristãos tentaram mesclar isso com tipos de crença platônica, gerando a ideia de "deixar a terra e ir para o céu", que se tornou comum na Idade Média. Mas os primeiros seguidores de Jesus nunca seguiram por esse caminho.

As escrituras de Israel há muito tempo prometiam que Deus voltaria pessoalmente para habitar com seu povo para sempre. Os primeiros cristãos compreenderam isso: "O Verbo se fez carne", declara João [1:14], "e habitou entre nós." A palavra "habitou" significa, literalmente, "armar sua tenda" - aludindo à "tenda" do deserto nos tempos de Moisés e ao Templo construído por Salomão. O estudo histórico do Novo Testamento, em seu próprio mundo (em oposição a espremê-lo e torcê-lo para se adequar às nossas próprias expectativas), mostra que os primeiros cristãos acreditavam não que "iriam para o céu quando morressem", mas que, em Jesus, Deus havia vindo habitar com eles.

Foi por meio dessa lente que eles enxergaram a esperança do mundo. O livro do Apocalipse termina, não com almas subindo para o céu, mas com a Nova Jerusalém descendo à terra, para que "a morada de Deus esteja com os humanos". Toda a criação, declara São Paulo, será libertada de sua escravidão à corrupção, para desfrutar da liberdade pretendida por Deus. Então Deus será "tudo em todos". É difícil para nós, modernos, compreendermos isso: tantos hinos, orações e sermões ainda falam de nós "indo para o céu". Mas faz sentido histórico e lança luz sobre tudo o mais.

Então, qual era a esperança pessoal dos seguidores de Jesus? Ressurreição - um corpo físico novo e imortal na nova criação de Deus. Mas, após a morte e antes dessa realidade final, um período de descanso tranquilo. "Hoje", diz Jesus ao criminoso ao seu lado, "você estará comigo no Paraíso". "Meu desejo", diz São Paulo, enfrentando uma possível execução, "é partir e estar com o Messias, o que é muito melhor". "Na casa de meu Pai", Jesus assegurou seus seguidores, "há muitas moradas". Estas não são o destino final. Elas são o local temporário de descanso, antes da nova criação final.

O estudo histórico - ler o Novo Testamento em seu próprio mundo - traz surpresas que também podem impactar o cristianismo moderno. Talvez o mais importante seja uma nova, ou melhor, uma maneira muito antiga de ver a missão cristã. Se o único objetivo é salvar almas do naufrágio do mundo, para que possam deixar esta terra e ir para o céu, por que se preocupar em tornar este mundo um lugar melhor? Mas se Deus vai fazer pelo mundo inteiro o que ele fez por Jesus em sua ressurreição - trazê-los de volta, aqui na terra - então aqueles que foram resgatados pelo evangelho são chamados a desempenhar um papel, agora mesmo, no avanço da renovação do mundo.

Deus colocará o mundo inteiro em ordem, diz essa visão de mundo, e na "justificação" ele coloca as pessoas no lugar certo, pelo evangelho, para fazer parte do seu projeto de colocar as coisas no lugar certo para o mundo. A missão cristã inclui trazer sinais reais do avanço da nova criação para o mundo presente: na cura, na justiça, na beleza, na celebração da nova criação e no lamento pela dor contínua do antigo. As Escrituras sempre prometeram que quando a vida do céu viesse à terra por meio do trabalho do Messias de Israel, os fracos e vulneráveis receberiam cuidado e proteção especiais, e o deserto floresceria como a rosa. O cuidado com os pobres e o planeta torna-se então central, não periférico, para aqueles que pretendem viver na fé e na esperança, pelo Espírito, entre a ressurreição de Jesus e a vindoura renovação de todas as coisas.

*O texto é uma tradução do original publicado AQUI
** O Prof. N. T. Wright é atualmente Professor Emérito de Pesquisa do Novo Testamento e Cristianismo Primitivo no St Mary's College, da Universidade de St Andrews, e Pesquisador Sênior do Wycliffe Hall, Oxford.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Meses

Cinco Cuidados com os Orçamentos da Igreja nos Próximos Doze Meses

"Você tem percebido alguma diminuição nas doações da igreja?"

Líderes e pastores de igrejas se veem também preocupados com questões de orçamento. O mundo todo passa por instabilidade na área da economia. Há motivos para instar os líderes da igreja a agirem com cautela antes de planejar grandes aumentos orçamentários nos próximos meses. Aqui estão cinco desses motivos:



  1. Incerteza econômica: Como os especialistas econômicos não concordam sobre o futuro da economia, certamente não seremos nós a fazermos previsões. Ao que tudo indica, o estado futuro da economia é incerto. Como indicador chave, a inflação, embora tenha diminuído desde o pico, ainda está em um nível que pode prejudicar o crescimento econômico. O cenário político também não ajuda muito.
  2. Declínio na frequência: Existe uma correlação direta entre a frequência das pessoas às programações da igreja e as doações. Muitas igreja verificam ainda frequência significativamente mais baixa do que nos níveis pré-pandemia. Se a tendência continuar, as doações seguirão o mesmo caminho.
  3. Escassez de liquidez: Para combater os graves efeitos financeiros da pandemia, o governo injetou muito dinheiro por meio de auxílios a indivíduos e empresas. Esses subsídios estão quase esgotados, e a renda disponível dos membros da igreja diminuiu proporcionalmente.
  4. Polarização nas igrejas: A unidade da igreja é um dos fatores mais importantes para a saúde de uma igreja. E sabemos com certeza que a unidade afeta as doações. Uma igreja unida tem um propósito, e uma igreja com propósito atrai uma maior generosidade. Infelizmente, muitas igrejas estão passando por divisões internas, o que desencoraja a generosidade. A polarização política tem gerado desgaste e enfraquecimento de muitas igrejas.
  5. Surpresas com as instalações: Muitas igrejas têm problemas de manutenção adiada, e muitos líderes da igreja ficam surpresos quando a igreja é atingida por um grande custo relacionado às instalações. Muitas comunidades cristãs estão em prédios antigos. Infelizmente, a maioria dessas igrejas não acompanhou as necessidades de manutenção das instalações. Os gastos com grandes necessidades de capital, como aquelas envolvendo infraestrutura, geralmente são mais altos do que o esperado.

Uma ação que uma igreja pode tomar agora é preparar um orçamento de contingência. Por exemplo, considere perguntar: "Quais mudanças faríamos se soubéssemos que as doações da igreja ficariam cinco por cento abaixo do previsto?" Pensar nesses cenários com antecedência ajudará a garantir a preparação.

O que você está observando nos níveis de doações em sua igreja? 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Princípios para a Renovação da Igreja

Você já se perguntou como lidar com a saída constante de membros da sua igreja? Há alguns dias publicamos um artigo onde compartilhamos a respeito de quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio. Esse número depende de quantas pessoas essa igreja perde por ano.



Sim, toda igreja perde membros. No entanto, há esperança. Acredite, Deus não terminou com a sua igreja. Existem alguns princípios que, quando praticados, têm transformado congregações e possibilitado um crescimento surpreendente. São estratégias que podem renovar a sua igreja e trazer esperança para o futuro. A seguir apresentaremos pelo menos cinco princípios fundamentais:

1. Foco externo: O segredo para atrair novos membros

As igrejas bem-sucedidas possuem uma mentalidade voltada para fora. Elas se dedicam a servir e alcançar a comunidade ao redor. A liderança da igreja deve conduzir as pessoas a se envolverem em oração e ações voltadas para o próximo. Congregações que adotaram essa abordagem relataram uma mudança incrível, deixando para trás a crítica e a divisão, abraçando uma atitude encorajadora e sacrificial. A igreja não existe apenas para si mesma, mas para cumprir a missão de ser uma benção para aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

2. Desafios mensais: Um enfoque que faz a diferença

Para manter a igreja engajada na missão de alcançar os outros, é essencial ter um enfoque voltado para fora todos os meses. Não precisa ser uma grande campanha, apenas um culto especial ou uma atividade comunitária que incentive a oração pelos necessitados. A simplicidade pode ser poderosa e impactar vidas. Perceba que é necessário que a igreja seja intencional em suas ações. Não dá pra ficar simplesmente achando que tudo acontecerá de forma automática ou espontânea. 

3. Grandes iniciativas: Impactando a comunidade

Além dos esforços mensais, é importante realizar pelo menos uma grande iniciativa evangelística por ano. Muitas igrejas já tem desenvolvido atividades nesse sentido. Essas estratégias comprovadas têm transformado vidas e aproximado pessoas do amor de Deus. Cada realidade pede estratégias próprias de acordo com seu contexto. Por isso é importante conhecer a cidade, o bairro, a comunidade mais ampla onde a igreja está inserida.

4. Conheça sua comunidade: A chave para alcançar vidas

Para ser relevante na missão de alcançar a comunidade, é essencial conhecer as pessoas que você deseja alcançar. Invista tempo em pesquisas demográficas e psicográficas para entender as necessidades, interesses e desafios da sua região. Instituições de ensino e órgãos públicos já costumam trabalhar com uma série de dados que também podem ser muito úteis para o planejamento da igreja. É necessário, portanto, que a igreja busque e aprenda a trabalhar com essas informações.

5. Membros fiéis: Fortalecendo a igreja

Uma classe regular para novos membros é uma ferramenta poderosa para prevenir a evasão de membros. Aqueles que participam dessa classe têm maior probabilidade de permanecer fiéis à igreja e se tornarem frequentadores engajados. É fundamental desenvolver ferramentas que auxiliem na integração e no desenvolvimento espiritual dos novos membros.



Existe, sim, esperança. Igrejas que praticam esses cinco princípios têm muito mais chances de crescer em vez de declinar. Há muitos recursos e organizações disponíveis para ajudar nesse processo. Não desanime! Deus tem um plano para a sua igreja e está pronto para trazer renovação e crescimento.

sábado, 1 de julho de 2023

A Importância da Comunidade no Reino de Deus

Você já se sentiu solitário em sua vida?

mesmo pessoas cristãs podem se sentir sozinhas.

Joana era uma dessas pessoas. Ela sempre se sentiu isolada em sua jornada de fé. Cresceu em uma comunidade cristã que valorizava mais o desempenho religioso do que o relacionamento pessoal com Deus. A Bíblia era citada para ela em vez de ser lida com ela, e seus líderes frequentemente a repreendiam. A solidão era sua companheira constante.

certo dia, Joana decidiu aceitar um convite para embarcar em uma emocionante viagem à natureza selvagem. Ela entendeu que aquela experiência poderia ser diferente e empolgante, acrescentando coisas novas à sua vida.

Durante a expedição, em uma tarde ensolarada, Joana enfrentou um desafio particularmente difícil ao escalar uma encosta rochosa. Em um momento de descuido, escorregou e feriu a perna. Sentou-se, desanimada, para cuidar de sua ferida e enfrentar seus medos. Foi então que algo surpreendente aconteceu.

Outra estudante, percebendo a dificuldade de Joana, aproximou-se e sentou-se ao seu lado. Um gesto de empatia e compaixão. Em um ato de solidariedade, outro integrante da expedição pegou a mochila de Joana e a carregou, além da própria. Pela primeira vez, Joana se viu cercada por outros em sua luta. Não precisava mais enfrentar as dificuldades sozinha. Aquele momento de pertencimento transformou sua vida para sempre.



No Reino de Deus, não existem heróis solitários. A comunidade é essencial para nossa jornada espiritual. Neste artigo, exploraremos a importância da comunidade na vida de fé e como ela nos impulsiona em direção à transformação. Descubra como encontrar pessoas que compartilham da mesma jornada e como desenvolver relacionamentos autênticos para o crescimento mútuo.

Discipulado: Uma Jornada Comunitária

No Reino de Deus, a formação de discípulos não é uma tarefa individual. É uma jornada que deve ser percorrida em comunidade. Você não pode se disciplinar sozinho, afinal, literalmente, são necessárias duas pessoas. Somos chamados a caminhar ao lado de outros e a aceitar ajuda quando necessário. A interdependência é a essência da vida de fé.

Descubra como o discipulado vai além de preparação ministerial e escolar, lembrando-se das pessoas que influenciaram sua compreensão de Deus e que serviram como modelos práticos de vida cristã. Reflita sobre as experiências transformadoras que tiveram um impacto duradouro em sua fé, como a idosa que compartilhava seu conhecimento bíblico enquanto servia deliciosos biscoitos de chocolate ou o amigo que encontrava propósito missionário em seu trabalho diário.

Simplicidade na Transformação Espiritual

Muitas vezes, a transformação espiritual pode parecer complexa e desafiadora. No entanto, a essência é simples: existe um Rei e um Reino, e fomos criados para viver em comunhão como irmãos e irmãs. Somos discípulos, aprendizes e praticantes dos ensinamentos de Jesus. Nossa obediência à palavra de Deus é acompanhada pela orientação e inspiração do Espírito Santo.

A transformação acontece por meio do aprendizado e desaprendizado, do relacionamento e da imitação. Essa é a razão pela qual precisamos uns dos outros. Como formadores de discípulos, nossa relação com aqueles que discipulamos vai além da amizade. Nossa missão é ajudá-los a se equiparem para o crescimento espiritual. Descubra como você pode abraçar esse chamado, guiando os outros em direção à transformação que os aproximará de Jesus.

Relacionamentos: A Chave para um Discipulado Autêntico

Somos seres criados para nos conectarmos uns com os outros. No contexto do discipulado, nossos relacionamentos desempenham um papel fundamental. Deixamos de ser estranhos desconectados vivendo em casas separadas e nos tornamos companheiros de jornada em uma expedição épica. É nessa conexão que experimentamos o crescimento pessoal e espiritual.

Aprenda como observar e aprender com aqueles que estão à nossa volta, especialmente aqueles que já trilharam um caminho mais longo em sua jornada de fé. A transformação ocorre à medida que nos envolvemos com essas pessoas e aprendemos com suas experiências. Descubra o poder de caminhar juntos em direção a um discipulado autêntico e impactante.

Conclusão

No Reino de Deus, somos chamados a viver em comunidade. Assim como Joana encontrou apoio e pertencimento em sua jornada, também podemos experimentar a transformação ao nos conectarmos com outros discípulos de Jesus. Encontrar amigos, aliados e mentores que compartilham a mesma fé nos impulsiona em direção a uma vida mais próxima do exemplo de Cristo.

Não há espaço para heróis solitários no Reino de Deus. A comunidade é o combustível para o crescimento espiritual. Abra-se para o poder da conexão, aprendizado e apoio mútuo. Ao mergulhar nessa jornada comunitária, você descobrirá a alegria e o propósito de ser um discipulador e de ser discipulado.

Abrace o chamado para a comunidade e transforme sua vida e a vida daqueles ao seu redor. Juntos, podemos caminhar rumo à transformação espiritual e ao pleno florescimento no Reino de Deus.

terça-feira, 27 de junho de 2023

A Busca pela Identidade: uma perspectiva cristã

No ano de 2015 o pastor Tim Keller proferiu uma palestra em Washington onde abordou o tema da identidade. Sua proposta foi de que é possível, em Cristo, encontrarmos a nossa nova identidade, uma identidade capaz de lidar tanto com o sucesso como com o fracasso. Uma identidade que não se pauta pelos ventos seculares e suas inúmeras influencias. Vamos compartilhar em mais detalhes os insights de Keller.

 

A busca pela identidade é um dos pilares fundamentais da sociedade atual. Talvez o único absoluto moral que restou. Em um mundo marcado por inúmeras influências e narrativas culturais, torna-se essencial compreender o verdadeiro significado de ser você mesmo. No contexto cristão, a identidade desempenha um papel central, pois vai além de uma mera busca por autodesenvolvimento. Na verdade, é uma dádiva recebida ao adotar a fé cristã, que concede uma nova identidade e propósito. Os cristãos não são apenas pessoas que estão tentando ser melhores. Os cristãos são pessoas que receberam uma nova identidade.

Para compreender melhor esse tema, é necessário examinar primeiro a abordagem da nossa cultura moderna em relação à identidade e, em seguida, compará-la com a perspectiva cristã. É importante destacar que muitos cristãos, embora concordem com as doutrinas e acreditem na Bíblia, ainda são profundamente influenciados pela narrativa cultural da identidade. Isso pode ser uma das razões pelas quais, mesmo após abraçarem a fé cristã, enfrentam dificuldades em realizar mudanças significativas em suas vidas.

A identidade pode ser entendida como a autocompreensão estável, a essência fundamental de quem você realmente é. Embora tenhamos papéis e responsabilidades na vida, como pai, filho, profissional, é importante descobrir o que nos define verdadeiramente no âmago de nosso ser. Além disso, a forma como nos sentimos em relação a essa identidade também desempenha um papel significativo. A autopercepção e a autocompreensão influenciam diretamente nossa jornada pessoal.

No entanto, existem desafios inerentes a essa busca pela identidade autêntica. Três razões importantes demonstram por que a abordagem cultural contemporânea falha nesse aspecto. 

Incoerência

Em primeiro lugar, é incoerente, pois ao analisarmos nossos desejos e sonhos mais profundos, frequentemente percebemos contradições internas. Desejamos ter uma carreira bem-sucedida, mas também ansiamos por relacionamentos significativos. Esses desejos contraditórios revelam a complexidade da natureza humana e nos questionam sobre o que realmente valorizamos. Somos seres cujos desejos não se harmonizam perfeitamente. Portanto, escolher entre esses desejos contraditórios se torna um desafio complexo.

Instabilidade

Além disso, a busca pela identidade é instável. Para que uma identidade seja consistente, é necessário ter um núcleo estável que nos torne a mesma pessoa em diferentes situações e ambientes. Se basearmos nossa identidade apenas em sentimentos mutáveis, seremos facilmente influenciados pelas circunstâncias e não teremos uma verdadeira essência pessoal. A busca por uma identidade estável requer uma base sólida, capaz de resistir às mudanças e desafios do cotidiano.

Ilusória

A abordagem cultural da identidade também é uma ilusão. Ao seguirmos cegamente as tendências da cultura, buscando a aprovação e validação de diferentes grupos, nos tornamos prisioneiros de uma busca infinita e inalcançável. Nunca seremos verdadeiramente livres se nossa identidade for construída com base nas opiniões e padrões em constante mutação da sociedade.

A Perspectiva Cristã

É nesse ponto que a perspectiva cristã oferece uma alternativa única e transformadora. A verdadeira identidade e autoestima positiva vêm da aceitação e do amor incondicional que recebemos de Deus. A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem de Deus e que somos amados por Ele, independentemente de nossas falhas e imperfeições. Em vez de buscar validação em conquistas, aprovação externa ou conformidade com as narrativas culturais, a fé cristã nos convida a encontrar nossa identidade no amor e propósito divinos.

Quando reconhecemos que nossa identidade é firmemente enraizada no amor de Deus, experimentamos uma liberdade genuína. Somos livres para sermos autênticos, para nos esforçarmos em alcançar nossos objetivos sem o fardo da busca incessante pela aceitação externa. Essa perspectiva nos permite abraçar quem realmente somos e viver de acordo com o propósito divino para nossas vidas.

Viver em uma cultura obcecada pela identidade pode ser sufocante, pois somos constantemente pressionados a nos definir e atender a padrões inatingíveis. No entanto, quando nos rendemos ao amor e ao perdão incondicionais de Deus, encontramos uma identidade estável e verdadeira. A fé cristã oferece uma visão única de uma vida plena, na qual somos aceitos e amados independentemente de nossas falhas e desqualificações. A busca pela identidade genuína encontra seu significado na graça e no sacrifício de Jesus Cristo.

Portanto, ao compreender a diferença entre a abordagem cultural e a perspectiva cristã da identidade, somos capazes de estabelecer uma base sólida para nossa autocompreensão. Ao abraçar nossa identidade em Cristo, encontramos verdadeira liberdade e propósito, permitindo que nosso eu mais autêntico seja revelado ao mundo.

domingo, 25 de junho de 2023

Pastor Pede Para Que Destruam Seus Sermões Gravados

Recentemente o Pastor americano Thom S. Rainer publicou um artigo em seu blog intitulado "Please Destroy Any of My Recorded Sermons" (Por favor, destrua todas as minhas pregações gravadas). Daí você pode se perguntar: mas, o que leva um pastor a fazer um pedido desses? Ele se arrependeu daquilo que pregou? Talvez tenha mudado sua confissão de fé, sua interpretação da Bíblia ou algo assim? 


O Pastor Rainer que serviu em nove igrejas, diz que se contorce só de pensar que existem fitas antigas com a gravação de suas pregações ainda circulando e sendo ouvidas por aí. Ele lista pelo menos cinco razões pelas quais suas pregações passadas são realmente ruins. 

1. Eu não lidei suficientemente com o texto bíblico. À medida que tenho ouvido pastores nos últimos anos, sou grato pela sólida exposição bíblica deles. Mas minhas pregações em sua maioria não se aprofundaram o suficiente no texto. 

2. Minhas pregações tinham muitas ilustrações. Uma das razões pelas quais eu não lidava bem com o texto bíblico era minha dependência excessiva de ilustrações. Eu contava muitas histórias em vez de lidar com a história de Deus. 

3. Eu dependia das emoções com muita frequência. Eu usava ilustrações emocionais com frequência. Adicionava humor com muita frequência. Infelizmente, dependia emocionalmente de mover os ouvintes em vez de deixar o trabalho para o Espírito Santo. 

4. Algumas das minhas pregações refletiam falta de preparação suficiente. Na maioria das minhas igrejas, pregava duas pregações diferentes, uma no domingo de manhã e outra no domingo à noite. Além disso, preparava duas aulas bíblicas, uma para uma classe de pequenos grupos que eu ensinava e outra para os cultos de quarta-feira à noite. Em vez de fazer uma pregação bem preparada a cada semana, preparava várias pregações de forma inadequada. 

5. Eu não dei prioridade às pregações no meu ministério. Com muita frequência, deixei a tirania do urgente substituir o foco necessário em minha preparação e pregação. O uso do tempo no meu ministério refletia uma administração deficiente.

Thom S. Rainer
Thom S. Rainer
O Pastor Reiner finaliza pedindo desculpas a todos que tiveram que ouvir tais pregações e ora para que Deus tenha sido misericordioso e tenha usado aquelas mensagens apesar dele. Acrescenta, ainda um conselho aos novos pregadores: que façam o oposto do que ele fez em sua carreira como pregador.

Embora seja compreensível que a inexperiência, a juventude e a limitação de conhecimento dos anos iniciais de ministério potencializem erros, equívocos e falta de foco, nada é desculpa para a negligência, a preguiça e a falta de preparo.  Eu também já tenho um passado como pregador e, embora pouquíssimas de minhas pregações tenham sido gravadas, sei que algumas delas é melhor mesmo que nunca mais sejam ouvidas.

Diante do desabafo e pedido do Pastor Reiner resta agradecermos. Agradecer por sua coragem de admitir que a história de um pastor também é marcada por erros. Agradecer por apontar tais erros de modo que possam servir de lição a todos os pastores e pregadores que cultivam alguma autocrítica e zelam por um trabalho sério na exposição da palavra de Deus.


sábado, 24 de junho de 2023

Quantas pessoas uma igreja deve acrescentar à sua frequência para manter o equilíbrio?

Na parábola da ovelha perdida contada por Jesus o pastor percebe que das suas 100 ovelhas está faltando uma (Lucas 15). Como um pastor percebe que de um número significativo de animais uma estaria faltando? certamente o pastor conta as suas ovelhas todos os dias. Só assim dará falta de uma delas. 



Quando se trata de igrejas locais aquelas que levam a sério o seu ministério geralmente procuram fazer um bom planejamento de seu trabalho. Isso envolve a preocupação a respeito de sua saúde espiritual e financeira. As estatísticas constituem um fator importante. 

Não vamos entrar ainda na questão que discute a diferença entre ser membro e ser frequentador. Vamos imaginar que uma igreja viva deve ser avaliada pelo número de pessoas que vivem a sua fé de forma participativa. Consideremos, assim, como critério, os cultos.

Como essa igreja pode chegar ao número de pessoas que ela deve acrescentar à frequência nos cultos a cada ano para manter o equilíbrio?

Para chegar a esse número, a igreja precisará levar algumas coisas em consideração. Entre elas, a sua estatística. É importante que as igrejas mantenham um bom controle e acompanhamento de suas atividades. Um bom planejamento dependerá sempre de um bom diagnóstico.

Logo, se a igreja está organizada em seus dados numéricos, ela conseguirá enxergar seu histórico e sua situação atual com maior clareza.

Assim, para que uma igreja saiba quantas pessoas precisam ser acrescentadas à sua frequência nos cultos para manter o equilíbrio, ela precisará saber quantas pessoas deixam de comparecer por ano. Não somente isso, como também quais são as razões que levam essa igreja a perder membros e frequentadores.

Podemos listar algumas razões principais que levam uma igreja a perder frequentadores:

    Morte - aqui pode-se levar em consideração a taxa de mortalidade da região, do município ou do país. Porém, é importante atentar ao fato de que, devido ao perfil da igreja, essa taxa pode apresentar discrepâncias em relação às estatísticas oficiais do Estado. Uma igreja onde a maioria dos membros é composta por pessoas idosas, por exemplo.

    Mudança - as pessoas se mudam de suas regiões para outras. Mesmo que essas pessoas se mantenham na mesma denominação, o que conta aqui é a igreja local e o seu equilíbrio.

    Transferência para outra igreja - cada vez mais vemos que aumenta o trânsito ou rodízio das pessoas entre as igrejas. A igreja perde membros para outra igreja. Isso é um fato.

    Abandono - Há também aqueles que simplesmente deixam de participar da igreja. Por isso, é mais importante considerar a vitalidade da igreja pela frequência aos cultos do que meramente por um fichário ou cadastro em arquivos. As igrejas que mantêm a prática de contar quantas pessoas comparecem aos cultos saberão identificar com facilidade qual a tendência.



Vamos, agora, fazer um exercício hipotético:

Digamos que uma igreja conta com uma frequência média de 100 pessoas a cada culto. Os números mostram, ainda, uma perda na frequência a partir dos seguintes dados: 

Mortes - 2 pessoas; 

Mudança - 3 pessoas; 

Transferência - 5 pessoas; 

Abandono - 9 pessoas. 

Teríamos, assim, uma baixa anual de 19 pessoas.

Logo, para manter o equilíbrio, essa igreja com 100 frequentadores precisaria repor sua frequência em 19%. Lembre-se: trata-se de um exercício hipotético. Os números variam de contexto para contexto. Para chegar a números precisos, cada igreja deverá fazer o seu próprio levantamento e obter os dados mais precisos possíveis.

Quantas pessoas comparecem aos cultos?

Quantos frequentadores faleceram?

Quantos frequentadores se mudaram?

Quantas pessoas se transferiram para outra igreja?

Quantas pessoas abandonaram os cultos?

Uma vez com esses números bem tabulados e presente, é hora de pensar em como a igreja está atuando em sua missão para se manter viva e relevante em seu contexto, alcançando novas pessoas com o Evangelho de Jesus Cristo. 


Descubra o Profundo Significado de Ser Criado à Imagem e Semelhança de Deus

Introdução:

Você já parou para pensar sobre o que significa ser criado à imagem e semelhança de Deus? Esse conceito bíblico traz consigo uma série de reflexões importantes sobre a nossa natureza e propósito como seres humanos. Neste artigo, vamos explorar essa ideia fascinante e descobrir o que realmente nos torna especiais e únicos. Vamos mergulhar nessa jornada de autoconhecimento e compreender a essência do nosso ser.

1. A Racionalidade Autoconsciente: Nossa Capacidade de Pensar

Ao contrário de outros seres criados por Deus, nós fomos agraciados com a capacidade de pensar de forma única. Somos capazes de gerar pensamentos novos, levantar questionamentos e refletir sobre nossa própria existência. Essa capacidade de introspecção e autocrítica nos diferencia dos demais animais, tornando-nos seres dotados de racionalidade.

2. Opções Morais: Nossa Capacidade de Escolher

Deus nos concedeu a habilidade de fazer escolhas morais, discernindo entre o certo e o errado. Essa capacidade de tomar decisões éticas é única em nós, e é acompanhada de um senso interno que nos orienta na busca pelo que é correto. Ao contrário dos animais, que agem apenas por instinto, somos dotados de consciência e sentimos culpa quando agimos contra nossos princípios.

3. Criatividade Artística: Nossa Capacidade de Criar

Assim como Deus é o criador supremo, fomos agraciados com a capacidade de inovar e criar coisas novas. Deus confiou a nós a responsabilidade de cuidar da criação, dando-nos a habilidade de dar nome e classificar os animais. Ao longo da história, a humanidade tem demonstrado uma incrível capacidade de expressar sua criatividade através das artes, música, literatura e tantas outras manifestações culturais.

4. Relacionamentos de Amor: Nossa Capacidade de Amar

Deus nos criou para viver em relacionamentos de amor. Ele criou o homem e a mulher para complementarem um ao outro, refletindo a própria pluralidade divina. Nos relacionamentos, encontramos plenitude e desfrutamos de uma vida mais rica e significativa. O amor que nos une vai além do mero instinto de proteção e procriação. É um amor que inspira atos de heroísmo, alimenta a criatividade e nos aproxima de Deus.

5. Sede por Deus: Nossa Capacidade de Adorar

Todos os seres humanos possuem uma consciência inata de que existe algo além de nós mesmos, um ser supremo. Essa busca por Deus é uma característica intrínseca da nossa natureza. Somente quando vivemos em uma relação plena com Ele nos tornamos seres humanos completos. É essa relação com Deus que dá sentido à nossa vida e nos permite experimentar paz e plenitude.

Conclusão:

Ser criado à imagem e semelhança de Deus não é apenas um título honorífico, mas sim uma responsabilidade. Significa que somos chamados a refletir a natureza divina em tudo o que fazemos. Ao compreender e abraçar nossa identidade como seres criados por Deus, somos convidados a viver de acordo com os valores e princípios estabelecidos por Ele. Que possamos cultivar nossa racionalidade, fazer escolhas morais, expressar nossa criatividade, amar de forma incondicional e buscar uma relação plena com Deus. Que cada dia possamos nos tornar mais semelhantes àquele que nos criou à sua imagem.