sábado, 21 de março de 2020

Revitalização, Adoção e Apadrinhamento

Você já ouviu falar sobre igrejas adotivas?

Certamente você já ouviu falar a respeito de pessoas que adotam crianças. Daí o vem o termo pais adotivos.

Num contexto familiar, adotar, assume, portanto, significados como apadrinhar, assumir, amparar, apoiar, filiar e, até mesmo, abraçar.

Por sua vez, o filho adotado é um escolhido, amparado, afilhado, eleito, aceito.

Mas, como ficariam esses termos aplicados ao processo de revitalização de igrejas?

Para falar de igrejas adotadas e adotivas no processo de revitalização de igrejas, precisamos primeiramente esclarecer o que se quer dizer por revitalizar. Como define Thom S. Rainer, fundador da Church Answers, revitalização é o processo em que uma igreja procura ficar mais saudável usando seus próprios recursos internos, envolvendo pessoas, fundos e processos.

A adoção seria o processo em que uma igreja procura revitalização com auxílio externo. É quando a igreja procura ficar mais saudável sendo adotada por outra organização, geralmente outra igreja.

Para se falar de adoção, é preciso falar também de quem adota. No Brasil não é comum o uso da palavra "adotador" ou "adotante". Assim, no processo de revitalização de igrejas um termo mais próximo de nós seria padrinho ou madrinha. Uma igreja local consideravelmente saudável pode apadrinhar outra que esteja necessitando passar por um processo de revitalização. Em outras palavras, uma igreja saudável daria de si para cuidar, por um tempo, de uma igreja 'doente'.

Isso aconteceria com a igreja saudável cedendo recursos e pessoas para a outra igreja em processo de revitalização.

Resumindo, a revitalização pode ocorrer na igreja a partir de seus recursos internos. Num caso de 'adoção' o processo se dá com auxílio de recursos externos. E, o apadrinhamento é natural do processo de adoção.

Estamos, portanto, diante de uma clara possibilidade de igrejas unindo-se a outras para fortalecer o todo. Este processo de adoção e apadrinhamento requer lideranças e pastores maduros e muito bem resolvidos. Existe, no Brasil, certa dificuldade de igrejas trabalharem unidas. Infelizmente, o que existe, muitas vezes, é até certa rivalidade, como se uma igreja ou uma denominação fosse uma espécie de concorrência. É claro que esse tipo de coisa não combina com o espírito de unidade que Cristo desejou para a sua igreja (João 17).

Na adoção de uma igreja por outra, a essência consiste no cuidado. Uma igreja estabelecida, saudável, doa-se para outra que requer cuidados, apoio e orientação. Ocorre, principalmente, entre igrejas de uma mesma cidade ou entre cidades próximas.

A melhor maneira de iniciar este processo é a igreja madrinha oferecer recursos que uma igreja menor ainda não possui. Pode ser um pregador, alguém da área da música ou do ensino. Trata-se de algo bem específico.

Importante que as coisas não caiam num paternalismo. Mas, que haja capacitação e apoio até que as coisas se estabilizem na igreja amparada.

Há muitas igrejas, de diversos tamanhos e características em nossas cidades. O que é necessário para elas se aproximem mais umas das outras?

Um processo de apadrinhamento pode iniciar com uma aproximação. Os pastores, certamente, possuem um papel chave nesse processo. Muitas cidades, inclusive, já possuem conselhos de pastores. Quais são os projetos em comum? Quais são as pautas das reuniões?

Quem sabe possamos motivar para que o tema do apadrinhamento entre igrejas seja fomentado!?

Lembrando que iniciado um processo de adoção como temos exposto aqui, é fundamental que se estabeleça um prazo. Não seria nada bom se o apadrinhamento resultasse num simples processo de dependência de uma igreja da outra.

Como tudo na igreja, também processos assim devem ser iniciados com muito diálogo e oração. Daí segue-se um bom planejamento.

Quem sabe não se inicie um belo processo de igrejas madrinhas e igrejas adotadas aqui no Brasil!? 

Que o bom Deus nos dê a direção!

NOTA: Devemos a inspiração e algumas ideias do texto acima a Thom S. Reiner e seu texto originalmente publicado por The Foster Church Movement.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Cinco Aspectos Significativos No Processo de Revitalização de Uma Igreja Local

Palavras como 'revitalizar' e 'revitalização' entraram de vez no vocabulário de líderes cristãos brasileiros. Você também está numa igreja onde a revitalização parece ser inevitável?

Lembremos sempre que a expressão mais importante da igreja é a igreja local. Esta que é também denominada comunidade ou congregação.

As denominações históricas presentes no Brasil são aquelas vertentes do protestantismo que mais sofrem com a estagnação e a perda de membros. Estão, assim, na contra-mão do movimento evangélico que vem se mostrando aquele mais cresce no Brasil.

Diante deste quadro, muitas lideranças tem se mostrado interessadas na missão e na revitalização. E, falar em revitalizar implica falar em mudanças.

Não dá pra esperar resultados 
diferentes sem que se altere algumas coisas do processo

Muitas igrejas já perceberam que terão que aceitar mudanças se não quiserem ser extintas. Por mais que seja doloroso, as mudanças são invitáveis.

A pergunta que temos em mente neste breve artigo, portanto, é:
Quais seriam as mudanças mais significativas a serem feitas por igrejas que querem entrar num processo de revitalização?

Várias coisas poderiam ser ditas aqui. No entanto, queremos focar algumas mudanças que vemos como realmente significativas. Líderes e pastores de igrejas locais querem ver crescimento, vitalidade, uma verdadeira comunidade de crentes que se reúne com alegria e comunhão e, também impacta a realidade onde vive.

Infelizmente, a tentação dos números é o que geralmente acaba prevalecendo. Muitos presumem que templos cheios e cultos bem frequentados é tudo o que precisam. Isso pode fazer bem para o ego do pastor, mas, não garante mudança a longo prazo e nem uma igreja comprometida.

A mudança de uma igreja tradicional que se encontra estagnada começa pela oração. Nenhuma novidade aqui. Oração é chave. Oração comunitária ou corporativa. Aquela que envolve a todos. Começa pela vida de oração do pastor e passa pela liderança. Precisa envolver a igreja como um todo. A oração muda a disposição das pessoas de um tom negativo para um tom positivo. O foco deixa de estar apenas nas finanças, nos números, nos bancos vazios, para focar naquele que é, de fato, o Senhor da Igreja. Assim, envolva a sua igreja no compromisso de orar por mudanças e pela ação de Deus em meio dela!

Um segundo aspecto significativo está no papel do pastor local. É necessário que o pastor oriente a igreja 'para fora'. Muitas igrejas estão morrendo porque perderam de vista a realidade e as pessoas à sua volta. Uma igreja que está morrendo pode cometer o erro de focar cada vez mais em si mesma e em seus 'problemas'. No entanto, o que ela precisa fazer é exatamente o contrário. Os bancos vazios devem ser vistos como uma oportunidade. Os membros devem ser estimulados a conviverem de forma intencional com as pessoas da vizinhança, do bairro e da cidade. Jesus convivia com pessoas de todos os tipos. Os cristão não foram chamados para viverem na bolha de suas congregações e nem para se relacionarem apenas com outras pessoas crentes. O pastor possui papel chave nesse processo. Ele precisa ser liberado pela igreja e ter agenda social para além do atendimento aos membros de 'carteirinha'.

O terceiro aspecto significativo está em cortar na própria carne. Mudanças exigem que se deixe algumas coisas para trás. Nem sempre um processo de revitalização implica em acrescentar novas coisas à igreja e à sua programação. É mais provável que aquilo que a igreja está precisando mesmo é deixar algumas coisas. Subtrair em vez de somar. Cabe a reflexão: o que a igreja insiste em preservar e que não faz mais sentido? Será que não estamos insistindo em programas que foram criados para uma outra época? Pode parecer estranho num primeiro momento, afinal, quando se está definhando a tendência é querer criar coisas novas. Mas, revitalizar passa por repensar. Será que a mudança não estaria em simplesmente deixar algo? Muitas vezes é no espaço vazio que sobra tempo e ambiente para o novo!

Se, por um lado, parece clichê falar que tudo começa e passa pela oração, da mesma maneira pode parecer assim falar de foco e planejamento. Mas é exatamente este o quarto aspecto que queremos enfatizar. As coisas não acontecerão sem um foco que esteja claro e bem orientado para a igreja. A igreja local precisa estar imbuída de uma clara compreensão daquela que é a missão de Deus. Não se trata de mudar por mudar. O foco não é um novo programa, uma nova estratégia, um novo ministério. Não se trata de algo que está apenas na cabeça da liderança ou do pastor. Um planejamento amplo e compartilhado é fundamental para guiar toda a comunidade ao longo do processo de revitalização. Esse planejamento precisa ser fruto de oração e diálogo. É preciso ouvir o que Deus tem a dizer e se deixar orientar por Ele. Muitas igrejas precisam admitir que precisarão de assessoria e ajuda externa para isso.

Finalmente, o quinto aspecto. Você já deve ter notado, a esta altura, o quanto é importante o papel do pastor em conduzir um processo de mudanças e de revitalização em uma igreja local. Sim, se o pastor não cooperar e não estiver disposto a ser o principal protagonista desse processo, dificilmente algo substantivo ocorrerá. E, uma vez que o pastor resolva encarar o desafio ele precisa se comprometer a permanecer à frente da igreja por um longo prazo. Nenhuma guinada acontecerá na igreja com uma série de pastores que permanecem apenas por algum tempo. Permanecer não tem nada a ver com comodismo. Permanecer como um pastor preocupado com o bem estar da igreja, em liderar o processo de mudança, em dar o exemplo de que mudar as coisas numa igreja envolve deixar-se mudar a si mesmo. Uma igreja que deseja passar por um processo de revitalização precisa de um pastor comprometido com esse projeto, disposto a passar bons longos anos liderando esse processo. Um pastor comprometido a permanecer. Muitas igrejas, talvez, ainda não tenham este pastor e terão que buscá-lo. 

Quando o assunto é mudança, ninguém garante que vai ser fácil. Mas, certamente pode ser desafiador. Deus está agindo. Deixemo-nos usar como seus instrumentos na missão de evangelizar o mundo!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Sua Igreja é Acolhedora?

Se você é um pastor ou líder interessado na sua igreja local, certamente se importa com este assunto.

Sua igreja é acolhedora?

Caso alguém resolva fazer uma pesquisa na internet para encontrar uma igreja na região onde a sua congregação se reúne, o que esta pessoa encontrará?

Como são as instalações do templo de sua igreja local?

Existem recepcionistas bem preparados para receber as pessoas?

São vários os fatores que contribuem para tornar a sua comunidade local uma igreja mais ou menos acolhedora. Um erro que muitas equipes de liderança cometem consiste em confiar em si mesmos, em sua própria avaliação, em vez de escutar aquilo que as pessoas de fora tem a dizer.

Nem sempre a impressão que temos a respeito da nossa própria casa é a mesma que outros terão. Portanto, uma primeira importante questão para tornar a sua igreja local um ambiente acolhedor é prestar atenção naquilo que as pessoas estão dizendo. Mas, cabe também uma autorreflexão da liderança. Se necessário, busque uma auditoria externa que possa preparar um relatório de como estão as coisas.

Para começar, verifique as instalações físicas do templo. Existem pelo menos dois pontos críticos que fazem muita diferença. Temos muitas igrejas que não parecem se preocupar com a situação dos banheiros. Acredite, banheiros ruins, sujos e com equipamentos precários causam uma péssima impressão. Enquanto há muitos recursos dependidos no templo em si, muitos tem ignorado que o banheiro precisa acompanhar tudo aquilo que se deseja transmitir em termos de cuidado e excelência. Abrir espaço para a reforma dos banheiros de sua igreja talvez seja uma prioridade ignorada!


Ainda sobre as instalações, outro aspecto indispensável consiste numa estrutura adequada para as crianças. Muitos templos tem investido em parquinhos e salas devidamente ambientados para os pequenos. Sem dúvidas um investimento que vale a pena. Os pais certamente levam a opinião dos filhos em consideração ao decidir se voltarão ou não a uma determinada igreja. Pense nisso! O quanto nossa igreja local concorda com Jesus e transmite a mensagem "deixai vir a mim as crianças"!?

Uma igreja acolhedora se importa com aquelas pessoas que vem pela primeira vez. Por isso, preparar uma boa equipe de acolhimento e boas vindas é fundamental. E, isso vai além de apenas preparar recepcionistas que recebem as pessoas com um sorriso e um aperto de mãos na porta do templo.

Depois que os visitantes adentram o espaço de adoração, tendem a sentirem-se perdidas até que o culto efetivamente se inicie. Pessoas bem preparadas e dispostas a ir ao encontro, puxar uma conversa depois da porta do templo, indica uma igreja que vai além da obrigação. Estamos falando de um trabalho intencional na direção daquilo que uma igreja local deve ser: uma verdadeira comunidade. 

Vivemos a chamada era tecnológica. Muitas pessoas hoje procuram por uma igreja na internet. Se a sua igreja possui um site, participa das redes sociais, cuide para que este seja um trabalho bem feito e que as informações disponibilizadas estejam atualizadas. Certamente há pessoas na igreja que podem assumir esse trabalho como um ministério voluntário.

Na internet, as imagens do templo, a precisão do endereço, a clareza quanto à programação, tudo isso ajudará a pessoa a se decidir se vai passar do site de busca para uma visita física. Você já tentou procurar por sua igreja no Google Maps? Faça um teste. O endereço consta lá? Está correto? Eu costumo visitar diferentes igrejas em minha cidade. Não foram poucas as vezes que o GPS teve dificuldades para encontrar o local que consta como endereço. Costumo passar a informação para a liderança local.

Certa vez as lideranças se surpreenderam quando avisei que o endereço da igreja não correspondia àquilo que o GPS encontrava. Alguém comentou: "Bem que muitas pessoas que vem de táxi ou aplicativo relatam que os motoristas não encontram nossa igreja!" Veja, aquela igreja nunca se deu conta de verificar se a marcação no Google Maps estava mesmo indicando o endereço correto. 

Poderíamos dizer muito mais sobre igrejas acolhedoras. por estarmos muito habituado ao jeito de ser de nossa igreja, sequer percebemos mais certas coisas. Deixamos aqui estes três desafios iniciais que podem auxiliar você e a sua igreja local a avaliarem o quanto estão empenhados em serem, de fato, uma igreja acolhedora, intencionalmente preocupada e engajada em receber bem!

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Novidade no Blog!

Temos novidades no Blog!!!

Veja acima que agora temos um link "Recursos".

Inicialmente estaremos disponibilizando uma série com esboços de prédica e estudo para pequenos grupos na igreja. Os textos bíblicos seguem uma linha de acordo com o Lecionário Comum da Igreja.
Acreditamos na importância de inserir os membros da igreja num estudo sistemático das Escrituras. Por isso, junto com o esboço da pregação, acrescentamos um breve recurso que auxiliará os pequenos grupos (células, grupos caseiros, PGs, Igreja nos Lares, etc.) da igreja a aprofundarem o texto e a mensagem do último culto.

Esperamos que o material sirva para abençoar a Igreja de Cristo.

Acesse aqui a página Recursos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Envia o Estagiário!

Antioquia é uma cidade estratégica a ser estudada enquanto exemplo para nos ensinar sobre a missão cristã a partir da igreja primitiva. Terceira maior cidade do mundo antigo. Primeira cidade onde o cristianismo fincou pé. Uma igreja constituída de judeus e gentios.

Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (Atos 11:25,26)

Nas palavras do missiólogo David Bosch, “...ao passo que os hebreus encontravam sua identidade no passado de Israel e de Jesus, os helenistas entendiam-se como o elo com o futuro, não só como arautos de um Israel renovado, mas como vanguarda de uma nova humanidade”.

Há, sem dúvidas, diversas lições que poderíamos tirar da igreja de Antioquia para o ser igreja em missão nos dias de hoje. Destaco, no entanto, um fator que chama a atenção pelo contraste com a realidade atual. Em Atos lemos que “na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:1,2).

Está se formando ali, naquela primeira grande comunidade cristã urbana e miscigenada, um movimento missionário com olhar para além de si mesmos (Atos 13.4). Onde estaria o contraste com a realidade de nossas igrejas e agências missionárias de hoje? Quando a igreja de Antioquia decide que vai enviar missionários para plantar igrejas em novos lugares, eles “incumbiram seus dois líderes mais talentosos e experientes para ir”, nos lembra Bosch e os versículos de Atos 13.

Salvo raras exceções, nossas igrejas hoje desejam obter sucesso no empreendimento missionário enviando jovens, recém-formados, inexperientes e imaturos na fé para este grande desafio. Enquanto isso, os mais experientes e talentosos acabam fazendo carreira em instituições eclesiásticas e agências burocráticas, quando não disputando igrejas grandes e consolidadas, em busca de status e poder.

Não admira que tantos missionários voltem quebrados, frustrados e doentes dos campos missionários! Missão transcultural é assunto sério e requer experiência e muito preparo!

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Evangelização: levando a igreja local a focar as BOAS NOVAS

A maioria das pessoas que as estatísticas identificam como os "sem igreja" não não são, necessariamente, anti-igreja. Poucos, na realidade, são altamente contrários ao evangelho. Como exemplo, apenas cerca de 5% dos americanos sem igreja são altamente antagônicos ao evangelho. Euangelion é a palavra grega para boas novas ou evangelho. Os cristãos de hoje parecem ter perdido ou se esquecido do “bom” em boas novas? A negatividade, sem dúvida, vende. Notícias negativas ganham mais atenção, assim como posts negativos em mídias sociais e blogs.

Boas notícias não dão audiência! Oitenta por cento dos frequentadores da igreja acreditam ter a responsabilidade pessoal de compartilhar sua fé, mas 61% deles não contaram a outra pessoa sobre Cristo nos últimos seis meses. A grande maioria dos cristãos acredita que eles devem compartilhar sua fé, mas poucos realmente o fazem. Por que isso acontece se os cristãos representam o povo da esperança? Os cristãos são aqueles que tem os maiores motivos para serem verdadeiramente otimistas. As boas novas devem nos levar para fora com amor. Se você está liderando uma igreja, o que você pode fazer sobre o fato de que a maioria dos crentes não compartilha sua fé?

1º Passo: Admita o problema - Em muitas denominações pessoas são integradas à igreja/comunidade local pelo batismo ou profissão de fé. Quantos batismos e profissões de fé a sua igreja local realiza por ano? A sua igreja pode ser uma extraordinária exceção, mas a maioria está lutando para alcançar pessoas para Cristo. Os líderes da igreja precisam fazer mais do que reconhecer a realidade estatística. Os líderes da igreja devem admitir que também fazem parte do problema. É preciso parar de simplesmente transferir a responsabilidade.

2º Passo: Lidere pelo exemplo - As igrejas que evangelizam têm líderes que evangelizam. Por acaso você já ouviu falar a respeito de uma igreja voltada para os de fora com líderes voltados para dentro? Não dá para esperar que os membros da igreja compartilhem sua fé se você não estiver liderando o desafio. É necessário estabelecer para a igreja o objetivo de compartilhar a fé com alguém toda semana. Não importa se a sua igreja local reúne, em média, 25, 75, 200 ou três mil membros. Se os líderes simplesmente cumprirem sua responsabilidade de compartilhar o evangelho, a igreja crescerá. Logo os membros, inspirados pelo exemplo de sua liderança, estarão compartilhando do evangelho com seus amigos, parentes e vizinhos.

3º Passo: Seja positivo - O evangelho é uma boa notícia. Se você reclamar do evangelho, não é o evangelho. É apenas fanfarronice religiosa, o que não é bom. Seu tom é importante, não tão importante quanto o conteúdo, mas, ainda assim, importante. Se a teologia da prosperidade distorce as boas novas, o evangelho da pobreza suga a sua vitalidade. O evangelho não traz riquezas terrenas e nem requer uma vida separada do mundo. Mas, todos os cristãos devem ser pessoas positivas. Sem sacrificar a sinceridade e a autenticidade (a vida pode ser difícil), a melhor maneira de compartilhar sua fé é se concentrar no "bom" das boas novas. Dificilmente alguém irá se interessar e querer se juntar a uma congregação de murmuradores.

4º Passo: Pregue - O pastor da igreja deve regularmente pregar e ensinar sobre a importância da evangelização. O púlpito e o microfone são os meios de se comunicar com uma igreja inteira. O que é comunicado a toda a igreja é percebido como o mais importante. Use o palco principal para transmitir a mensagem mais central: o evangelho deve ser compartilhado.

5º Passo: Pratique - Pregar sobre a importância de compartilhar o evangelho é uma maneira de transmitir a importância de estar focado no público que ainda não conhece o evangelho. Mas pregar não é suficiente. Cada pequeno grupo da igreja é um excelente espaço para treinar regularmente a evangelização. Essas configurações menores permitem que as pessoas façam perguntas e interajam com os líderes. Crie pequenos grupos, capacite lideranças para coordená-los, ofereça conteúdo relevante, incentive os membros a convidar novas pessoas!

6º Passo: Ensine - Todo pastor e líder da igreja deve ter pelo menos um aprendiz. Um dos aspectos mais críticos ao se ensinar alguém na igreja é demonstrar a ele como compartilhar o evangelho. Se a sua orientação espiritual não inclui evangelismo, então você está perdendo uma grande oportunidade.

7º Passo: Celebre - Você se torna o que você celebra. Se a sua igreja celebra a evangelização, então as pessoas provavelmente se tornarão mais evangelísticas. Você deve elevar o evangelho acima de outros aspectos da vida da igreja. Conte a história da mudança de vida nas pessoas. Uma igreja que celebra o novo nascimento em Cristo é mais propensa a pensar "para fora" do que uma igreja que não celebra.

A maioria das igrejas precisa de uma mudança cultural para se tornar mais evangelística. Em muitas igrejas, os anos se passaram sem muito foco externo, e a atrofia evangelística se instala. A cultura de muitas igrejas lentamente fez com que passassem para um foco interno. Esses sete passos podem parecer muito técnicos, na verdade.

 Realisticamente, uma sessão de treinamento de evangelismo não fará muito por uma igreja que não tenha focado "os de fora" por anos a fio. Contudo, repetir estes sete passos consistentemente iniciará o processo, mudando gradualmente a cultura da igreja.

Depois de alguns anos, ou talvez alguns meses, você poderá encontrar muitas pessoas na sua igreja empolgadas em compartilhar o evangelho novamente.

Texto traduzido e adaptado do original de Sam Rainer: SEVEN STEPS TOWARDS A GREATER GOSPEL FOCUS IN YOUR CHURCH 
Disponível em https://thomrainer.com/2019/08/seven-steps-towards-a-greater-gospel-focus-in-your-church/

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Pastor: será que chegou a hora de você procurar outra igreja para pastorear?

A vida e o ministério pastoral é realmente cheia de desafios. Um destes consiste em discernir o melhor momento para seguir em frente e buscar por novos desafios, em outra cidade, outra igreja local!

São muitos os dilemas! Afinal de contas, nem sempre mudar de cidade e, até mesmo de estado, implica apenas a vida do pastor. Como fica a família? E os filhos? Tudo isso sem falar de parentes e amigos.

Começar tudo novamente em um contexto estranho é rotina na vida de muitos pastores e missionários. São muitas coisas para serem consideradas. A principal, certamente, é a vocação. Afinal, em nome do chamado de Deus e da convicção vocacional, a maioria dos pastores sabe que lhe serão exigidos sacrifícios.

Certamente o primeiro ministério na vida de todo pastor está em sua própria casa. Seu testemunho, cuidado e oração diante da sua família serão sempre um exemplo diante da igreja. Como não lembrar, aqui, as duras palavras do Apóstolo Paulo? "Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente" (1 Timóteo 5.8).

Nenhuma mudança, portanto, deveria se basear em decisões que ignoram a família pastoral. Oração e diálogo são fundamentais para buscar consenso e segurança diante de toda grande decisão na vida e no ministério do pastor. O esforço no ministério será ainda mais árduo se as coisas não estiverem indo bem em casa!

Um fator que pode fazer com que um pastor comece a pensar em deixar a sua igreja local é "a grama mais verde do vizinho". Você certamente compreende esta metáfora. Em todas as áreas da vida a nossa tendência é nos compararmos com os outros. No caso do ministério pastoral, também há sempre a tentação de acharmos que os colegas estão conseguindo maior sucesso do que eu. Por isso, é muito importante uma análise e reflexão sincera. Certamente este não é um motivo suficientemente correto para algum pastor querer se aventurar em uma outra igreja.

Quando, então, seria o momento mais adequado para deixar a igreja para seguir em direção a novos desafios?

Certamente esta é uma resposta difícil de ser dada sem que se considere uma série de variáveis. Duas delas já foram mencionadas acima. A família pastoral e as motivações pessoais devem ser seriamente levadas em consideração.

Um aspecto legítimo a ser considerado é se você, pastor, sente que tem uma visão para uma igreja que não é mais esta onde está pastoreando atualmente. Se você possui uma nova e clara visão para uma nova igreja, então, talvez seja hora de mudar. Isso inclui, certamente, muita oração e direcionamento de Deus. Se você sente que o seu tempo na igreja em que está chegou ao fim, que não tem mais o que colaborar, que cumpriu seu propósito aí, talvez seja hora de considerar seriamente um novo desafio.

Outro aspecto relevante a ser levado em conta é se na igreja local onde o pastor atua há uma resistência, até mesmo uma oposição tão forte ao ministério do atual pastor que é impossível de ser superado. Essas coisas acontecem. Mais uma vez a situação carece de muita sabedoria e discernimento. Sabemos que há sempre a tentação de fugir frente as primeiras dificuldades. Não se trata disso. Muitas bençãos e crescimento são impedidos quando crises e dificuldades deixam de ser enfrentados. É preciso evitar deixar a igreja exatamente no momento em que ela mais precisa de você! Nosso ponto aqui é realmente uma oposição insuperável e que pede uma medida drástica.

Esqueça os mitos e o senso comum que, muitas vezes, influenciam a decisão de pastores para mudarem de igreja. Um destes mitos é o do tempo de ministério numa mesma igreja local. Haveria algum tempo ideal? Cinco anos? Três anos, quem sabe!? Talvez sete anos? Por incrível que pareça, há quem se apegue em justificativas desse tipo. É um argumento difícil de justificar, pois parece considerar que um ministério pastoral numa mesma localidade teria uma espécie de prazo de validade. Isso é obviamente um equívoco. É preciso, antes, uma avaliação aberta, participativa e em diálogo que considere a igreja, suas lideranças, o pastor e um eventual mentor.

Considere ainda se Deus o está chamando para um ministério completamente diferente. Talvez, até mesmo, uma atividade profissional fora da igreja. Sim, isso também pode acontecer. Muitas pessoas ouviram conselhos de amigos e da família, procuraram atender a uma expectativa dos pais e, atualmente, sofrem simplesmente por estarem numa atividade para a qual nunca foram vocacionadas. Mudar faz parte. Mas, nem sempre uma mera mudança geográfica será o suficiente. 

Independentemente de onde Deus te colocar, procure servir com alegria!

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Você Convida Pessoas de Fora Para a Sua Igreja?

Será que é mesmo importante incentivar os membros da igreja local a convidarem pessoas de fora? 

Por quais razões deveríamos convidar outras pessoas para a igreja?

Se a minha igreja ainda está passando por um processo de revitalização, será que é saudável convidar "estranhos" para virem participar das programações?

Talvez pastores e líderes que servem em igrejas que claramente necessitam de um processo de revitalização se deparem com essas dúvidas.São questões honestas que precisamos encarar como igreja.

Quem já não ficou em dúvida sobre se deveria ou não convidar aquele amigo, um vizinho, aquela família do amigo dos filhos para virem até a igreja? E se eles não gostarem? E se o pastor falar sobre dízimo, dinheiro e contribuição? E se acharem nosso templo e nossa liturgia muito antiguados? Quem nunca viveu dilemas assim?

Se você é pastor, como tem agido? Você costuma incentivar os membros a convidarem outras pessoas para a igreja?

Inicialmente diríamos que o simples fato de nossa igreja local estar passando por um processo de revitalização não nos deveria intimidar de convidar e trazer outros. Afinal, um processo de revitalização passa por pessoas. E, quem sabe, essa pessoa pode ser você.

Qual melhor maneira de revitalizar do que despertar para aqueles à nossa volta e que ainda não foram alcançados pelo Evangelho?

Ao convidar outras pessoas para a igreja você não está apenas pensando em acrescentar números aos frequentadores do culto, mas, em convidar pessoas a conhecerem a graça de Deus e a se juntarem na missão desse Deus.

Outro benefício para a igreja local, quando novas pessoas chegam, é despertar os membros para o mundo lá fora. Nenhuma igreja deveria perder esta perspectiva. Se a sua igreja local está centrada por demais em si mesma, então, traga gente nova e ajude os membros a focarem para além de seus próprios umbigos.

Toda igreja local tem problemas, é verdade. Mas, ninguém segue adiante focando apenas os problemas. Erguer os olhos e contemplar os campos prontos para a colheita é necessário. Isso nos impulsiona para frente.

Aponte para as possibilidades. Os membros da igreja precisam ser desafiados a se engajarem na missão de Deus que consiste em abençoar as nações do mundo inteiro.

Revitalize! Convide! Incentive os membros a trazerem seus amigos. E, deixe que Deus faça uma bagunça em sua igreja local. Não existe reforma sem incômodos. Não há revitalização sem mudar algumas coisas. E, às vezes, não é bem como gostaríamos. Mas, se é da vontade de Deus, aquilo que nos deixa mais confortável não importa!

terça-feira, 16 de julho de 2019

Igrejas Locais e Assessorias Externas

Será que igrejas locais precisam mesmo de assessorias externas de vez em quando?

Por que igrejas locais necessitariam de assessoria de pessoas de fora do ambiente da igreja local?

Esclarecendo aqui que aquilo que chamamos de igreja local refere-se a congregação ou comunidade baseada num local específico (templo) onde um grupo se reúne para adorar, celebrar a Ceia do Senhor, encontrar os irmãos, ter culto, enfim, as atividades de uma igreja que se organiza numa determinada região.

Entendemos que à vezes é, sim, importante um olhar de fora. Isso favorece a igreja que procura ser mais saudável. Contar com uma assessoria externa oportuniza olhar a igreja local por novas perspectivas. Assim, pode-se oferecer insights para que a liderança local explore novos caminhos e oportunidades.

As intervenções externas de pessoas especializadas e realmente comprometidas com a vida saudável de uma igreja local, podem ser de extrema utilidade. Infelizmente muitas congregações locais acabam não se abrindo para essa possibilidade ou o fazem quando já é tarde demais.

Outro engano é pensar que assessorias externas seriam apenas para igrejas que estão morrendo. Assim como é importante contar com profissionais especializados para instalações físicas como templo, som e eletricidade, é também fundamental se abrir para pastores e consultores experientes que podem oferecer ajuda para pastores e lideranças locais imersas em seus dilemas em ser uma igreja saudável e relevante.

É fundamental lembrar também que uma igreja local jamais é igual a outra. Por isso, não basta copiar modelos e programas que parecem ser sucesso em outros lugares e achar que vai funcionar de igual modo em minha comunidade. Muitas vezes, uma liderança local sofre essa tentação. Por falta de tempo e de recursos acabam simplesmente importando modelos desconsiderando a cultura e particularidades locais.

Lembre-se que pastorear uma igreja se parece mais com cultivar um jardim do que administrar uma empresa ou dar manutenção em uma máquina. O velho paradigma institucional que acabou se formando e definindo o conceito 'igreja' na cabeça de muitos cristãos precisa urgentemente ser repensado.

A igreja de Jesus Cristo é um todo orgânico para o qual o Senhor chama homens e mulheres para a nobre tarefa de 'cuidar das suas ovelhas'. Sejamos humildes e busquemos ajuda nesta tarefa quando necessário!