segunda-feira, 27 de abril de 2020

Introdução à Escatologia Cristã

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Apocalipse: uma mensagem para a Igreja

O conteúdo de qualquer correspondência revela algo de seu remetente.

Muitas vezes, a maneira como vemos o livro de Apocalipse, no final da Bíblia, parece revelar que estamos com um Deus diferente em mente do que aquele que enviou Jesus Cristo ao mundo.

Quem é o verdadeiro remetente da carta de Apocalipse!?

Um dos trechos mais conhecidos do livro de Apocalipse é conhecido como carta às sete igrejas. O número sete ocorre com frequência no livro de Apocalipse. Representa inteireza, plenitude, perfeição espiritual. A palavra hebraica para sete significa 'ser cheio', 'estar satisfeito', 'ter o suficiente'.

Os capítulos 2 e 3 do livro trazem uma mensagem específica para sete diferentes comunidades: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Cada comunidade é identificada pelo nome da cidade onde se encontra.

Com isso, o próprio Apocalipse revela o significado dos sete candelabros ou candeeiros mencionados no primeiro capítulo "Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas"(Apocalipse 1. 20).

Ao lermos os capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, costumamos dizer que são as cartas às sete igrejas. No entanto, todo o livro de Apocalipse é uma carta às igrejas da Ásia Menor onde se encontram as sete igrejas. O que acontece nos capítulos 2 e 3 é uma menção específica para cada uma daquelas comunidades. Trata-se de uma demonstração de como Deus conhece cada comunidade e como Ele se dirige especificamente a cada uma delas. No entanto, os princípios ali encontrados servem para toda e qualquer comunidade cristã, seja daquele tempo ou dos dias atuais. Afinal, de acordo com o significado do número sete na Bíblia, uma mensagem enviada às sete igrejas pode ser interpretado como sendo uma mensagem à igreja, simplesmente. Ou seja, à igreja toda, na sua plenitude.

Assim, os primeiros capítulos do Apocalipse merecem a nossa atenção. Não há nada de importante nos capítulos seguintes que já não tenha sido indicado nos três primeiros capítulos. Dentre as questões que as sete mensagens tem em comum, uma delas é a revelação do remetente. O modo de se revelar é diferente para cada igreja. Porém, fica claro que se trata do mesmo remetente. Cada auto-apresentação revela uma peculiaridade associada ao primeiro capítulo de Apocalipse.

Vejamos a apresentação à igreja em Éfeso: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as
palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro" (Apocalipse 2. 1. Existe uma referência ao capítulo 1, versos 12 e 16). Este padrão segue em todas as sete mensagens.

Quem é, portanto, 'aquele' a quem pertencem as palavras a serem escritas e enviadas às igrejas? Quem tem toda as coisas em suas mãos?
Quem é o princípio e o fim?
Quem morreu e tornou a viver?
Quem é o Filho de Deus?
Quem é santo e verdadeiro?
Quem é a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da Criação?
Quem é, portanto, o remetente da mensagem?

O Apocalipse é uma mensagem de Deus para a Igreja!

Entre o Medo e a Esperança

Quantos deuses a bíblia retrata?

Será que o Deus do Antigo testamento, dos Evangelhos e do Apocalipse é o mesmo?

Enquanto João escreve as palavras do livro de Apocalipse, ele está preso numa ilha conhecida como Patmos. Roma, a cidade das sete colinas, fica a oeste. As comunidades cristãs para quem João destina os seus escritos ficam na região da Ásia Menor, atual Turquia. Era uma região próspera, com grandes portos e comércio forte. Um grande centro cultural da época.

O império Romano já dava sinais da sua decadência. Na época da composição do Apocalipse o imperador era Nero ou Domiciano. É mais provável que João tenha escrito o Apocalipse durante o reinado de Domiciano (entre os anos 81 ao 96). Domiciano havia instituído o culto ao imperador. Apesar de isso não ser em si uma novidade, com Domiciano o culto ao imperador foi considerado uma lealdade ao império. Assim, procurava-se implantar um governo absoluto sobre os corpos e as almas das pessoas. Todos deveriam chamar Domiciano de 'Senhor e Deus'. Ele mesmo chamava a sua cama de o 'leito de um deus'. O palácio era o seu santuário.

Foi um período de extrema violência e perseguição a todos que se negavam a adorar o imperador como Deus. Todos, além dos cristãos, filósofos, políticos e até membros da própria família que oferecessem resistência eram banidos ou mortos. Nesse caso, o que estava em jogo era a adoração. Domiciano foi o imperador que reivindicou de todas as formas aquilo que pertence somente a Deus.

O cristianismo já havia se espalhado bastante, alcançando, inclusive o círculo dos governantes. Já havia, também, se separado claramente do judaísmo. Domiciano via o cristianismo como grande ameaça contra o culto ao imperador. Os cristão se negavam a prestar culto a qualquer outra divindade.

Com a perseguição, também João acabou preso na ilha de Patmos, um local para onde os prisioneiros do império eram levados. Assim, João escreve com a intenção de levar esperança e orientação a respeito do único Deus que é digno de adoração. Seus irmãos na fé, que continuam sendo mortos e torturados, recebiam a mensagem de Apocalipse com grande alegria e se fortaleciam para continuar fiéis apesar de todas as dificuldades.

O Apocalipse, portanto, não é uma mensagem de terror, medo e perplexidade. Mas, uma mensagem de esperança que visa exortar à coragem, à fé e perseverança em meio às tribulações e dificuldades que possam se abater (confira o Salmo 23). O Deus que se revela no Apocalipse não é outro que aquele revelado em Jesus Cristo nos Evangelhos. É desse Deus que João está falando.

Quem confia não tem motivos para temer!

Revelação em Tempos de Pandemia

O Brasil e o mundo estão passando por um dos mais difíceis períodos de sua história moderna. A pandemia com um novo coronavírus obrigou não apenas a realização de quarentenas e isolamento social, mas, também, todo um repensar da vida, sistemas econômicos e de saúde pública.

Diante de forças que aparentam estar acima da capacidade de compreensão e controle dos seres humanos, costumam surgir as mais diversas e mirabolantes teorias. Talvez você também já tenha recebido mensagens de texto, áudio e vídeo nas redes sociais com apelos diversos. Dentre estas, profecias e referências ao fim do mundo e a volta de Jesus.

Infelizmente, a maioria destas mensagens apocalípticas costumam gerar ainda mais medo e confusão do que trazer segurança e orientação em meio ao caos. O livro bíblico de Apocalipse costuma ser aquele explorado como pano de fundo desse tipo de mensagem de terror e alarmismo.

No entanto, será mesmo que é esta a mensagem do livro de Apocalipse? 

Você sabe qual o significado da palavra apocalipse? 

Apocalipse significa descobrir, desvendar ou revelar. Uma ironia, considerando que apresenta poucas dicas do significado de seus símbolos. O livro da revelação é o menos desvendado da Bíblia.

Apocalipse não é a mesma coisa que escatologia. O termo escatologia tem origem em duas palavras gregas (éschatos = último e logos = estudo). Portanto, teologicamente, 'o estudo das últimas coisas’.

O livro de Apocalipse foi escrito por João, o Apóstolo, filho de Zebedeu (Apocalipse 1. 1 e 4). Porém, há controvérsias. É possível que, assim como divergem alguns historiadores, a carta tenha outra autoria. Há quem acredite ter sido escrito por algum discípulo de João, ou, mesmo um outro Evangelho de João e das 3 cartas de João no Novo Testamento.
João da época. Isso, porém, não compromete o seu conteúdo. João foi alguém que conheceu e andou com Jesus pessoalmente. Foi um dos 12 discípulos. Autor também do Evangelho de João e das 3 cartas de João no Novo Testamento.

Dos 66 livros da Bíblia, o Apocalipse se encontra no final. São 22 Capítulos e 404 versículos. Foi escrito originalmente em grego. Embora o autor não faça citações diretas do Antigo Testamento, dos 404 versículos, 278 fazem alguma referência clara. Muito mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento. Compreende-se porque muitos especialistas afirmam que não é possível obter uma boa compreensão do Apocalipse sem estudar a Bíblia no seu conjunto. As referências ao Antigo Testamento são, principalmente, aos livros de Salmo e de Isaías.

O número sete ocorre com muita frequência no livro. Representa inteireza, ou, plenitude, perfeição espiritual. A palavra hebraica para sete vem de uma raiz que significa 'ser cheio', 'estar satisfeito', 'ter o suficiente'. O sábado é o sétimo dia; Deus fez a Criação em sete dias; a festa de Pentecostes acontece sete vezes sete dias depois da Páscoa. Cada sétimo ano é sabático (descanso para a terra e libertação dos oprimidos – Levítico 25) e depois de sete vezes sete anos, vem o Jubileu. Não se deve perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete (Mateus 18. 22).

O livro foi escrito por volta do ano 90 da era cristã. Portanto, uma época histórica em que vários livros do Novo Testamento já estavam escritos. No entanto, aqui também existem controvérsias. Há quem situe a composição do livros numa época anterior, quando Nero era imperador e os cristãos sofriam severa perseguição. A maioria dos eruditos apontam para uma data posterior, quando o imperador já era Domiciano, que também perseguiu severamente os cristãos. João foi mais um dos perseguidos, por isso, escreve enquanto está preso numa ilha conhecida como Patmos. Seu objetivo é levar uma mensagem de esperança às igrejas perseguidas da região da Ásia Menor. É com essa perspectiva que o Apocalipse deve ser lido.

O Apocalipse é uma mensagem de esperança!

sábado, 21 de março de 2020

Revitalização, Adoção e Apadrinhamento

Você já ouviu falar sobre igrejas adotivas?

Certamente você já ouviu falar a respeito de pessoas que adotam crianças. Daí o vem o termo pais adotivos.

Num contexto familiar, adotar, assume, portanto, significados como apadrinhar, assumir, amparar, apoiar, filiar e, até mesmo, abraçar.

Por sua vez, o filho adotado é um escolhido, amparado, afilhado, eleito, aceito.

Mas, como ficariam esses termos aplicados ao processo de revitalização de igrejas?

Para falar de igrejas adotadas e adotivas no processo de revitalização de igrejas, precisamos primeiramente esclarecer o que se quer dizer por revitalizar. Como define Thom S. Rainer, fundador da Church Answers, revitalização é o processo em que uma igreja procura ficar mais saudável usando seus próprios recursos internos, envolvendo pessoas, fundos e processos.

A adoção seria o processo em que uma igreja procura revitalização com auxílio externo. É quando a igreja procura ficar mais saudável sendo adotada por outra organização, geralmente outra igreja.

Para se falar de adoção, é preciso falar também de quem adota. No Brasil não é comum o uso da palavra "adotador" ou "adotante". Assim, no processo de revitalização de igrejas um termo mais próximo de nós seria padrinho ou madrinha. Uma igreja local consideravelmente saudável pode apadrinhar outra que esteja necessitando passar por um processo de revitalização. Em outras palavras, uma igreja saudável daria de si para cuidar, por um tempo, de uma igreja 'doente'.

Isso aconteceria com a igreja saudável cedendo recursos e pessoas para a outra igreja em processo de revitalização.

Resumindo, a revitalização pode ocorrer na igreja a partir de seus recursos internos. Num caso de 'adoção' o processo se dá com auxílio de recursos externos. E, o apadrinhamento é natural do processo de adoção.

Estamos, portanto, diante de uma clara possibilidade de igrejas unindo-se a outras para fortalecer o todo. Este processo de adoção e apadrinhamento requer lideranças e pastores maduros e muito bem resolvidos. Existe, no Brasil, certa dificuldade de igrejas trabalharem unidas. Infelizmente, o que existe, muitas vezes, é até certa rivalidade, como se uma igreja ou uma denominação fosse uma espécie de concorrência. É claro que esse tipo de coisa não combina com o espírito de unidade que Cristo desejou para a sua igreja (João 17).

Na adoção de uma igreja por outra, a essência consiste no cuidado. Uma igreja estabelecida, saudável, doa-se para outra que requer cuidados, apoio e orientação. Ocorre, principalmente, entre igrejas de uma mesma cidade ou entre cidades próximas.

A melhor maneira de iniciar este processo é a igreja madrinha oferecer recursos que uma igreja menor ainda não possui. Pode ser um pregador, alguém da área da música ou do ensino. Trata-se de algo bem específico.

Importante que as coisas não caiam num paternalismo. Mas, que haja capacitação e apoio até que as coisas se estabilizem na igreja amparada.

Há muitas igrejas, de diversos tamanhos e características em nossas cidades. O que é necessário para elas se aproximem mais umas das outras?

Um processo de apadrinhamento pode iniciar com uma aproximação. Os pastores, certamente, possuem um papel chave nesse processo. Muitas cidades, inclusive, já possuem conselhos de pastores. Quais são os projetos em comum? Quais são as pautas das reuniões?

Quem sabe possamos motivar para que o tema do apadrinhamento entre igrejas seja fomentado!?

Lembrando que iniciado um processo de adoção como temos exposto aqui, é fundamental que se estabeleça um prazo. Não seria nada bom se o apadrinhamento resultasse num simples processo de dependência de uma igreja da outra.

Como tudo na igreja, também processos assim devem ser iniciados com muito diálogo e oração. Daí segue-se um bom planejamento.

Quem sabe não se inicie um belo processo de igrejas madrinhas e igrejas adotadas aqui no Brasil!? 

Que o bom Deus nos dê a direção!

NOTA: Devemos a inspiração e algumas ideias do texto acima a Thom S. Reiner e seu texto originalmente publicado por The Foster Church Movement.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Cinco Aspectos Significativos No Processo de Revitalização de Uma Igreja Local

Palavras como 'revitalizar' e 'revitalização' entraram de vez no vocabulário de líderes cristãos brasileiros. Você também está numa igreja onde a revitalização parece ser inevitável?

Lembremos sempre que a expressão mais importante da igreja é a igreja local. Esta que é também denominada comunidade ou congregação.

As denominações históricas presentes no Brasil são aquelas vertentes do protestantismo que mais sofrem com a estagnação e a perda de membros. Estão, assim, na contra-mão do movimento evangélico que vem se mostrando aquele mais cresce no Brasil.

Diante deste quadro, muitas lideranças tem se mostrado interessadas na missão e na revitalização. E, falar em revitalizar implica falar em mudanças.

Não dá pra esperar resultados 
diferentes sem que se altere algumas coisas do processo

Muitas igrejas já perceberam que terão que aceitar mudanças se não quiserem ser extintas. Por mais que seja doloroso, as mudanças são invitáveis.

A pergunta que temos em mente neste breve artigo, portanto, é:
Quais seriam as mudanças mais significativas a serem feitas por igrejas que querem entrar num processo de revitalização?

Várias coisas poderiam ser ditas aqui. No entanto, queremos focar algumas mudanças que vemos como realmente significativas. Líderes e pastores de igrejas locais querem ver crescimento, vitalidade, uma verdadeira comunidade de crentes que se reúne com alegria e comunhão e, também impacta a realidade onde vive.

Infelizmente, a tentação dos números é o que geralmente acaba prevalecendo. Muitos presumem que templos cheios e cultos bem frequentados é tudo o que precisam. Isso pode fazer bem para o ego do pastor, mas, não garante mudança a longo prazo e nem uma igreja comprometida.

A mudança de uma igreja tradicional que se encontra estagnada começa pela oração. Nenhuma novidade aqui. Oração é chave. Oração comunitária ou corporativa. Aquela que envolve a todos. Começa pela vida de oração do pastor e passa pela liderança. Precisa envolver a igreja como um todo. A oração muda a disposição das pessoas de um tom negativo para um tom positivo. O foco deixa de estar apenas nas finanças, nos números, nos bancos vazios, para focar naquele que é, de fato, o Senhor da Igreja. Assim, envolva a sua igreja no compromisso de orar por mudanças e pela ação de Deus em meio dela!

Um segundo aspecto significativo está no papel do pastor local. É necessário que o pastor oriente a igreja 'para fora'. Muitas igrejas estão morrendo porque perderam de vista a realidade e as pessoas à sua volta. Uma igreja que está morrendo pode cometer o erro de focar cada vez mais em si mesma e em seus 'problemas'. No entanto, o que ela precisa fazer é exatamente o contrário. Os bancos vazios devem ser vistos como uma oportunidade. Os membros devem ser estimulados a conviverem de forma intencional com as pessoas da vizinhança, do bairro e da cidade. Jesus convivia com pessoas de todos os tipos. Os cristão não foram chamados para viverem na bolha de suas congregações e nem para se relacionarem apenas com outras pessoas crentes. O pastor possui papel chave nesse processo. Ele precisa ser liberado pela igreja e ter agenda social para além do atendimento aos membros de 'carteirinha'.

O terceiro aspecto significativo está em cortar na própria carne. Mudanças exigem que se deixe algumas coisas para trás. Nem sempre um processo de revitalização implica em acrescentar novas coisas à igreja e à sua programação. É mais provável que aquilo que a igreja está precisando mesmo é deixar algumas coisas. Subtrair em vez de somar. Cabe a reflexão: o que a igreja insiste em preservar e que não faz mais sentido? Será que não estamos insistindo em programas que foram criados para uma outra época? Pode parecer estranho num primeiro momento, afinal, quando se está definhando a tendência é querer criar coisas novas. Mas, revitalizar passa por repensar. Será que a mudança não estaria em simplesmente deixar algo? Muitas vezes é no espaço vazio que sobra tempo e ambiente para o novo!

Se, por um lado, parece clichê falar que tudo começa e passa pela oração, da mesma maneira pode parecer assim falar de foco e planejamento. Mas é exatamente este o quarto aspecto que queremos enfatizar. As coisas não acontecerão sem um foco que esteja claro e bem orientado para a igreja. A igreja local precisa estar imbuída de uma clara compreensão daquela que é a missão de Deus. Não se trata de mudar por mudar. O foco não é um novo programa, uma nova estratégia, um novo ministério. Não se trata de algo que está apenas na cabeça da liderança ou do pastor. Um planejamento amplo e compartilhado é fundamental para guiar toda a comunidade ao longo do processo de revitalização. Esse planejamento precisa ser fruto de oração e diálogo. É preciso ouvir o que Deus tem a dizer e se deixar orientar por Ele. Muitas igrejas precisam admitir que precisarão de assessoria e ajuda externa para isso.

Finalmente, o quinto aspecto. Você já deve ter notado, a esta altura, o quanto é importante o papel do pastor em conduzir um processo de mudanças e de revitalização em uma igreja local. Sim, se o pastor não cooperar e não estiver disposto a ser o principal protagonista desse processo, dificilmente algo substantivo ocorrerá. E, uma vez que o pastor resolva encarar o desafio ele precisa se comprometer a permanecer à frente da igreja por um longo prazo. Nenhuma guinada acontecerá na igreja com uma série de pastores que permanecem apenas por algum tempo. Permanecer não tem nada a ver com comodismo. Permanecer como um pastor preocupado com o bem estar da igreja, em liderar o processo de mudança, em dar o exemplo de que mudar as coisas numa igreja envolve deixar-se mudar a si mesmo. Uma igreja que deseja passar por um processo de revitalização precisa de um pastor comprometido com esse projeto, disposto a passar bons longos anos liderando esse processo. Um pastor comprometido a permanecer. Muitas igrejas, talvez, ainda não tenham este pastor e terão que buscá-lo. 

Quando o assunto é mudança, ninguém garante que vai ser fácil. Mas, certamente pode ser desafiador. Deus está agindo. Deixemo-nos usar como seus instrumentos na missão de evangelizar o mundo!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Sua Igreja é Acolhedora?

Se você é um pastor ou líder interessado na sua igreja local, certamente se importa com este assunto.

Sua igreja é acolhedora?

Caso alguém resolva fazer uma pesquisa na internet para encontrar uma igreja na região onde a sua congregação se reúne, o que esta pessoa encontrará?

Como são as instalações do templo de sua igreja local?

Existem recepcionistas bem preparados para receber as pessoas?

São vários os fatores que contribuem para tornar a sua comunidade local uma igreja mais ou menos acolhedora. Um erro que muitas equipes de liderança cometem consiste em confiar em si mesmos, em sua própria avaliação, em vez de escutar aquilo que as pessoas de fora tem a dizer.

Nem sempre a impressão que temos a respeito da nossa própria casa é a mesma que outros terão. Portanto, uma primeira importante questão para tornar a sua igreja local um ambiente acolhedor é prestar atenção naquilo que as pessoas estão dizendo. Mas, cabe também uma autorreflexão da liderança. Se necessário, busque uma auditoria externa que possa preparar um relatório de como estão as coisas.

Para começar, verifique as instalações físicas do templo. Existem pelo menos dois pontos críticos que fazem muita diferença. Temos muitas igrejas que não parecem se preocupar com a situação dos banheiros. Acredite, banheiros ruins, sujos e com equipamentos precários causam uma péssima impressão. Enquanto há muitos recursos dependidos no templo em si, muitos tem ignorado que o banheiro precisa acompanhar tudo aquilo que se deseja transmitir em termos de cuidado e excelência. Abrir espaço para a reforma dos banheiros de sua igreja talvez seja uma prioridade ignorada!


Ainda sobre as instalações, outro aspecto indispensável consiste numa estrutura adequada para as crianças. Muitos templos tem investido em parquinhos e salas devidamente ambientados para os pequenos. Sem dúvidas um investimento que vale a pena. Os pais certamente levam a opinião dos filhos em consideração ao decidir se voltarão ou não a uma determinada igreja. Pense nisso! O quanto nossa igreja local concorda com Jesus e transmite a mensagem "deixai vir a mim as crianças"!?

Uma igreja acolhedora se importa com aquelas pessoas que vem pela primeira vez. Por isso, preparar uma boa equipe de acolhimento e boas vindas é fundamental. E, isso vai além de apenas preparar recepcionistas que recebem as pessoas com um sorriso e um aperto de mãos na porta do templo.

Depois que os visitantes adentram o espaço de adoração, tendem a sentirem-se perdidas até que o culto efetivamente se inicie. Pessoas bem preparadas e dispostas a ir ao encontro, puxar uma conversa depois da porta do templo, indica uma igreja que vai além da obrigação. Estamos falando de um trabalho intencional na direção daquilo que uma igreja local deve ser: uma verdadeira comunidade. 

Vivemos a chamada era tecnológica. Muitas pessoas hoje procuram por uma igreja na internet. Se a sua igreja possui um site, participa das redes sociais, cuide para que este seja um trabalho bem feito e que as informações disponibilizadas estejam atualizadas. Certamente há pessoas na igreja que podem assumir esse trabalho como um ministério voluntário.

Na internet, as imagens do templo, a precisão do endereço, a clareza quanto à programação, tudo isso ajudará a pessoa a se decidir se vai passar do site de busca para uma visita física. Você já tentou procurar por sua igreja no Google Maps? Faça um teste. O endereço consta lá? Está correto? Eu costumo visitar diferentes igrejas em minha cidade. Não foram poucas as vezes que o GPS teve dificuldades para encontrar o local que consta como endereço. Costumo passar a informação para a liderança local.

Certa vez as lideranças se surpreenderam quando avisei que o endereço da igreja não correspondia àquilo que o GPS encontrava. Alguém comentou: "Bem que muitas pessoas que vem de táxi ou aplicativo relatam que os motoristas não encontram nossa igreja!" Veja, aquela igreja nunca se deu conta de verificar se a marcação no Google Maps estava mesmo indicando o endereço correto. 

Poderíamos dizer muito mais sobre igrejas acolhedoras. por estarmos muito habituado ao jeito de ser de nossa igreja, sequer percebemos mais certas coisas. Deixamos aqui estes três desafios iniciais que podem auxiliar você e a sua igreja local a avaliarem o quanto estão empenhados em serem, de fato, uma igreja acolhedora, intencionalmente preocupada e engajada em receber bem!

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Novidade no Blog!

Temos novidades no Blog!!!

Veja acima que agora temos um link "Recursos".

Inicialmente estaremos disponibilizando uma série com esboços de prédica e estudo para pequenos grupos na igreja. Os textos bíblicos seguem uma linha de acordo com o Lecionário Comum da Igreja.
Acreditamos na importância de inserir os membros da igreja num estudo sistemático das Escrituras. Por isso, junto com o esboço da pregação, acrescentamos um breve recurso que auxiliará os pequenos grupos (células, grupos caseiros, PGs, Igreja nos Lares, etc.) da igreja a aprofundarem o texto e a mensagem do último culto.

Esperamos que o material sirva para abençoar a Igreja de Cristo.

Acesse aqui a página Recursos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Envia o Estagiário!

Antioquia é uma cidade estratégica a ser estudada enquanto exemplo para nos ensinar sobre a missão cristã a partir da igreja primitiva. Terceira maior cidade do mundo antigo. Primeira cidade onde o cristianismo fincou pé. Uma igreja constituída de judeus e gentios.

Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (Atos 11:25,26)

Nas palavras do missiólogo David Bosch, “...ao passo que os hebreus encontravam sua identidade no passado de Israel e de Jesus, os helenistas entendiam-se como o elo com o futuro, não só como arautos de um Israel renovado, mas como vanguarda de uma nova humanidade”.

Há, sem dúvidas, diversas lições que poderíamos tirar da igreja de Antioquia para o ser igreja em missão nos dias de hoje. Destaco, no entanto, um fator que chama a atenção pelo contraste com a realidade atual. Em Atos lemos que “na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:1,2).

Está se formando ali, naquela primeira grande comunidade cristã urbana e miscigenada, um movimento missionário com olhar para além de si mesmos (Atos 13.4). Onde estaria o contraste com a realidade de nossas igrejas e agências missionárias de hoje? Quando a igreja de Antioquia decide que vai enviar missionários para plantar igrejas em novos lugares, eles “incumbiram seus dois líderes mais talentosos e experientes para ir”, nos lembra Bosch e os versículos de Atos 13.

Salvo raras exceções, nossas igrejas hoje desejam obter sucesso no empreendimento missionário enviando jovens, recém-formados, inexperientes e imaturos na fé para este grande desafio. Enquanto isso, os mais experientes e talentosos acabam fazendo carreira em instituições eclesiásticas e agências burocráticas, quando não disputando igrejas grandes e consolidadas, em busca de status e poder.

Não admira que tantos missionários voltem quebrados, frustrados e doentes dos campos missionários! Missão transcultural é assunto sério e requer experiência e muito preparo!